domingo, 21 de dezembro de 2008

Mensagem: O BOSQUE

Recebi no dia 26/10/2008 essa bela mensagem de uma colega. Estava esperando a mensagem criar raízes mais sólidas para divulgá-la com mais vigor em meu blog. Seu conteúdo tem tudo a ver com os desafios trazidos por um novo ano.
(Grito Pacífico, mudando o mundo com você)

O BOSQUE

POR ROBERTO ROMANELLI MAIA

Tempos atrás eu observei quando estudava no exterior que numa casa onde passava diariamente eram plantadas, por um senhor de meia idade, novas árvores no seu enorme quintal.

Às vezes, eu parava para ver o esforço desse senhor para plantar árvores e mais árvores, todos os dias. E o que mais chamava a atenção, entretanto, era o fato de que ele jamais regava as mudas que plantava pois nunca o vi usando água para tal fim.

Depois de algum tempo, passei a notar, que as suas árvores estavam demorando muito para crescer.

Por isso, certo dia, resolvi então aproximar-me do senhor e perguntei se ele não tinha receio de que as árvores não crescessem! Pois percebia que ele nunca as regava. Foi quando, com um ar orgulhoso, ele me descreveu sua fantástica teoria.

Disse-me que, se regasse as suas plantas, as raízes se acomodariam na superfície e ficariam sempre esperando pela água mais fácil, vinda de cima. Como ele não as regava, as árvores demorariam mais para crescer, mas suas raízes tenderiam a migrar para o fundo, em busca da água e das várias fontes nutrientes encontradas nas camadas mais inferiores do solo. Assim, segundo ele, as árvores teriam raízes profundas e seriam mais resistentes às intempéries. E durante anos essa foi a única conversa que tive com aquele senhor que faleceu três anos depois.

Muito tempo depois retornei ao meu país e passados vários anos decidi visitar novamente essa cidade e fui fazer uma visita a minha antiga universidade. E ao aproximar-me, notei um bosque que não existia antes. O meu amigo, que tanto apreciava a natureza, plantas, árvores e flores, havia realizado o seu sonho!

O curioso é que aquele era um dia de um vento muito forte e gelado, em que as árvores da rua estavam arqueadas, como se não estivessem resistindo ao rigor do inverno, mas ao aproximar-me da casa que tinha sido daquele senhor, notei como estavam sólidas as suas árvores. Elas praticamente não se moviam, resistindo implacavelmente àquela ventania toda. Que efeito curioso, pensei eu... As adversidades pela qual aquelas árvores tinham passado, tendo sido privadas de água, pareciam tê-las beneficiado de um modo que o conforto e um tratamento mais fácil jamais conseguiriam.

E foi essa visão de uma parte do meu passado que me levou o observar melhor como a juventude de hoje têm crescido.

Por isso, freqüentemente, a questiono e penso que ela não sabe o que quer nem o que faz. Pois, na maioria das vezes, os jovens querem e pedem para que suas vidas sejam comodas e fáceis! E seus pais clamam ao céu: " Deus, livre meus filhos de todas as dificuldades e agressões desse mundo".

Quando deveriam alterar suas orações. E essa mudança teria a ver com o fato que é inevitável que os ventos gelados e fortes os atinjam e aos seus filhos. Pois eles encontrarão inúmeros problemas e, portanto, as suas orações para que as dificuldades não ocorram, são, no mínimo, ingênuas demais. Sim, sempre haverá uma tempestade, ocorrendo em algum lugar, e por isso já é hora de muitos pais mudarem as suas orações.

E farão isso porque, quer eles queiram ou não, a vida não é tão fácil como muitos acham e querem que seja. Assim, ao contrário do que fazem, regularmente, deveriam passar a orar para que os seus filhos cresçam com raízes profundas, de tal forma que possam retirar energia das melhores fontes e das mais fortes, que se encontram nos locais mais remotos.

Sim, está na hora de muitos entenderem que orar demais para se obter facilidades, não leva a lugar nenhum! Pois, na verdade, o que precisa, a maioria dos seres humanos, é desenvolver raízes fortes e profundas, de tal modo que quando as tempestades chegarem e os ventos gelados do inverno soprarem, eles possam resistir, bravamente. Ao invés de serem subjugados e varridos para longe.

Direitos autores reservados a Roberto Romanelli Maia

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