terça-feira, 30 de junho de 2009

O Demais Nunca Basta aos Banqueiros

O DEMAIS NUNCA BASTA AOS BANQUEIROS

Existem notícias dotadas de um poder mágico, surreal. Conseguem ser classificadas tão rapidamente na categoria do absurdo que quase ninguém do mundo real é capaz de enxergar, sentir e se indignar com esse tipo de notícia. Refiro-me particularmente à notícia Falhas de Mercado e Pobreza no Mundo, que gira em torno (pasmem!) do seguinte dado-denúncia: “Socorro a bancos em 1 ano supera ajuda a países pobres em 50, diz ONU”.

Não porque tais matérias não sejam importantes. Muito pelo contrário: elas saltam aos olhos, rasgam a alma e podem deixar todo mundo petrificado. Calma, não estou falando de bruxas, magos e feitiçarias. Mas a notícia referida (alvo desta crônica) só pode ser, no mínimo, de um outro mundo. E do pior dos mundos possíveis e imagináveis.

Eu próprio confesso que tenho medo de ler essa notícia como deveria. Me envergonho até de divulgá-la como gostaria. Que mundo é esse em que nasci (nascemos)? Que sociedade é essa na qual um dia morrerei (morreremos)? O que nossos filhos e netos haverão de pensar? “Vocês foram capazes disso, em pleno início do terceiro milênio?” Sem explicação.

Enquanto nosso ego hedonista e semi-suicida dominar nossos pensamentos, como finaliza a citada notícia, jamais o absurdo da pobreza falará ao nosso coração, pois nosso pobre coração parece ter assumido a forma de um cifrão; o cifrão do dinheiro, da ambição, da propriedade. Respiramos lucro, processamos caos e defecamos indiferença.

Como musicaria Renato Russo: “esse é o nosso mundo: o que é demais nunca é o bastante...” Os banqueiros que o digam. Nossa felicidade, aquela medida pela órbita de nosso próprio umbigo, é a única que praticamente importa. A África, a Bolívia, o Haiti; todo o resto que se exploda. O capitalismo tornou-se o Deus terreno de nossa maior tragédia civilizatória.

Viramos escravos de uma meta obsessiva, disseminada por uma televisão que nos emburrece e alimentada por uma publicidade que nos enlouquece: consumir o máximo que puder, através do prazer insaciável do ter, na ilusão de atingir um paraíso que essencialmente não existe – ou dura muito pouco. A liberdade individualista do capitalismo produziu um egoísmo material sem precedentes. Mas nem tudo está perdido. A esperança quer nascer.

As falhas não estão simplesmente no mercado. As empresas, por serem a ponta do iceberg, são o contágio menos perigoso e por assim dizer mais curável. O grande problema é: que interesses são institucionalizados e aplicados pelas organizações? Sendo mais direto e específico: quem institucionaliza tais interesses e valores? Pois é; as falhas originais (e corrigíveis) estão, em primeira instância, dentro de nós. Perceberam? Dentro de nós.

Avançamos materialmente o suficiente para solucionar todos os problemas de cada quilômetro quadrado habitável deste planeta, de modo a ninguém precisar passar fome ou ver seu nome ignorado pelas estatísticas distantes do PIB. Por outro lado, temos cada vez menos tempo para se preocupar com o outro, aceitar o diferente e dialogar com as utopias. A urgência pragmática do hoje é a sombra que cega nosso ser para as luzes de um mundo radicalmente melhor. Sim, você adivinhou: um novo paradigma nunca foi tão necessário.

Falhas de Mercado e Pobreza no Mundo

Essa notícia poderia ter mil títulos:

1) Bancos Capitalistas x Países Pobres
2) Quando começaremos a ser humanos?
3) Por que a pobreza não é levada a sério?
4) Quem os banqueiros pensam que são?
5) Onde estava a mídia que não disse nada?

E por aí vai, pois quanto maior o absurdo, maior é a criatividade da indignação. Mas indignação é pouco. Precisamos revisar e reformar profundamente nossos valores humanos e civilizatórios. Afirmando e vivenciando outras atitudes; com a ajuda da blogosfera, mas indo obviamente muito além dela.

[Convido-lhe depois a ler minha crônica O Demais Nunca Basta aos Banqueiros, inspirada nesta notícia tão reveladora quanto absurda.]

Comentários do GRITO PACÍFICO, mudando o mundo com você


FALHAS DE MERCADO E POBREZA NO MUNDO

Por Ricardo Young - 30/06/2009

http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=4442

A manchete da semana – e talvez a do ano, de muitos anos – não mereceu sequer menção dos comentaristas, acadêmicos e autoridades monetárias de todos os países. Eu mesmo li-a quase sem querer. É a seguinte: “Socorro a bancos em 1 ano supera ajuda a países pobres em 50, diz ONU”.

De acordo com a ONU, o setor financeiro internacional foi abastecido, em um ano, com 18 trilhões de dólares de dinheiro público. Em contraste, os países em desenvolvimento receberam, por parte dos governos dos países industrializados, ajuda de 2 trilhões de dólares em 49 anos.

Estes números foram obtidos pela Campanha pelas Metas do Milênio, uma iniciativa das Nações Unidas que promove e monitora o cumprimento das metas que dizem respeito a combate à fome e à miséria, igualdade de gêneros, cuidados com a maternidade e a infância, meio ambiente e educação de qualidade para todos. Os governos de todos os países-membros da ONU se comprometeram voluntariamente a atingi-las até 2015, garantindo, assim, as bases materiais mínimas para uma vida digna a todos os habitantes deste planeta. São necessários 63 bilhões de dólares anuais para o cumprimento destas metas e a ONU já sabe que o mundo não vai chegar lá, por falta de recursos!

Não é de estarrecer! Depois de todo o derrame de dólares!

Será que os governos estão preocupados com o fato de que este recurso, vindo dos impostos dos cidadãos, não ter retornado à sociedade, muito menos contribuído para diminuir a miséria?

Levantamento da FAO (Organização para a Agricultura e Alimentação da própria ONU) dá conta de que, desde o início desta crise, o número da população faminta no mundo dobrou e já ultrapassou a casa do 1 bilhão de seres humanos. Isto significa que uma em cada seis pessoas passa fome atualmente, por causa de uma combinação insidiosa de crise financeira internacional com os preços altos dos alimentos. No monitoramento realizado pela entidade, depois de setembro de 2008, mês da crise, estes preços caíram 14%. Mesmo assim, mantiveram-se 51% acima do patamar registrado dois anos antes. Em palavras simples, a comida continua cara para a maioria das pessoas, mesmo com os preços em queda.

Os dados até aqui arrolados provam que não há, no mundo de hoje, realidade mais desnecessária e abjeta do que a miséria e a fome. No entanto, ela persiste, com ou sem crise. Por quê?

Porque tais problemas deixam a nu a falha primordial do capitalismo: o mercado nunca fará uma distribuição justa dos recursos, serviços, produtos, ou seja lá o que for. Por isso, o capitalismo também não consegue solucionar os grandes problemas da humanidade. Mesmo o Estado, se atrelado à lógica do lucro, não resolve as desigualdades.

Marx dizia que, às vezes, acontecimentos prosaicos têm o poder de deixar cair o véu que encobre as iniqüidades de mercado, como é o caso da manchete aqui comentada. O fato de pouco se ter prestado atenção, muito menos haver reações a ela, demonstra o quanto estamos todos atolados numa visão de mundo que nos adormece e promove a atitude que o filósofo Jürgen Habermas chamou de “a tragédia da essência humana”. Deixamos de perceber o outro e, com isso, nos alienamos da nossa própria vida.

Por isso, este é o tempo da sociedade civil organizada. É o tempo da democratização da democracia. Precisamos construir outra civilização, na qual os cidadãos tenham real e efetivo controle sobre as instituições, os recursos e as decisões. Essa reflexão tem de ocupar a centralidade na questão do desenvolvimento sustentável. Uma coisa é buscar um modelo de desenvolvimento de baixo carbono, regenerar sistemas ambientais e redefinir qualidade de vida. Outra, é se ter a coragem de eliminar a pobreza do mundo, entendendo que a inclusão social é chave para a sustentabilidade e a justiça social. Esta questão traz à tona a redefinição do Estado na distribuição de renda, e das empresas na sua função social.

A agenda de um novo padrão de desenvolvimento é, sobretudo, uma agenda de superação, de coragem e de solidariedade. Qualidades humanas, sem dúvida, mas de uma humanidade que ainda não se expressa pelas suas virtudes mínimas, perdida ainda em seu próprio hedonismo irresponsável.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

POESIA: Promessas de São João

PROMESSAS DE SÃO JOÃO

Quando o discurso acaba
As mentiras e as verdades
Voltam ao silêncio normal
Tão bem forjado pelo jornal

Apelos à consciência foram ignorados
A platéia cumpriu seu impotente papel
Ouviu tudo calada, de braços cruzados
Olhando preguiçosamente para o céu

Quem muito falou, pouco refletiu
Quem muito ouviu, pouco entendeu
Mas quem não veio, nada perdeu
A maioria fingiu dormir ou nos traiu

Sem conscientização e educação
A democracia vira show, vira piada
Adianta juntar toneladas de limão
E não fazer uma gota de limonada?

O palco do circo já foi montado
Os palhaços entraram em cena
E agora desfilam pelo Senado
É tanto escândalo que dá pena

Uma chuva farta de promessas
Escoa todo maldito dia pelo ralo
Como se não tivéssemos pressa
E ninguém pisasse em nosso calo

As festas de São João passam
E as suas fogueiras se apagam
Mas as quadrilhas da corrupção
Nunca interrompem seu plantão

Amanhã será outro dia
E a maquiagem será renovada
Em vez de apontar saída,
A mídia prefere ser comprada

É o arrasta-pé levantando poeira
Propina rebolada para todo lado
E nós aqui sem eira nem beira
Vendo o planeta ser saqueado

Chega de prosa fiada e poesia
Se não levantarmos a cabeça
Para implantarmos nossa utopia
Afundaremos até que anoiteça

( Por Pablo Robles - POETA DO SOCIAL )

domingo, 28 de junho de 2009

A Mídia Pensa Que Não Pensamos

Gostei da referência à degradação SER > TER > PARECER...
(e por aí vai: OMITIR, MENTIR, MANIPULAR etc etc etc
até o INVADIR, AGREDIR, MATAR...)
E nessa "arte" muitas "bondosas democracias" não cansam de dar o pior exemplo para o mundo e a soberania dos outros países, seja aqui na América Latina seja lá no Oriente Médio.

Afinal, os problemas do mundo também passam (e como passam) pela incoerência dos valores humanos. A grande maioria tece discursos altruístas e solidários mas não consegue reconhecer e abrir mão de suas atitudes e condicionamentos egoístas, plantados por uma sociedade moralmente primitiva e suicida.

1) Sobre a mídia: eles inventam a doença e divulgam sintomas artificiais para depois venderem o remédio que só interessa a eles.

2) Quando o Peru massacrou índios como baratas, a mídia não mostrou nem uma gota de sangue. Agora, cada morto no Irã tá valendo mais que nos EUA.

3) Já no Iraque, dezenas de civis continuam morrendo em atentados toda semana. A "democracia" petrolífera importada dos EUA foi a bomba raiz.

Comentários do Grito Pacífico, mudando o mundo com você


O QUE A MÍDIA QUER QUE VOCÊ PENSE

Por Laerte Braga (texto recebido pelo mesmo por e-mail)

Quem que preste o mínimo de atenção ao noticiário dos grandes veículos de comunicação vai constatar que o nome do criminoso Daniel Dantas desapareceu do cenário. Permanecem o do delegado Protógenes Queiroz e do juiz De Sanctis sendo massacrados pela suposta assepsia da mídia em pequenas notícias aparentemente isentas.

Sobre a gravação que não houve - ninguém viu só a revista VEJA, porta-voz oficial do crime legalizado - de uma conversa entre o criminoso Gilmar Mendes (presidente um departamento das empresas de Dantas, A STF DANTAS INCORPORATION LTD) e outro criminoso Heráclito Fortes (o senador que empregava a filha de FHC em seu gabinete) nem se toca no assunto.

São fatos para serem esquecidos. Daniel Dantas entrou na muda, não fala nada e Protógenes e De Sanctis viraram os bandidos da história. Gilmar Mendes continua recebendo pela porta dos fundos do seu gabinete e estacionando seu carro cujo combustível é pago com dinheiro público, em vaga reservada a deficiente físico.

Nas várias operações feitas pela Polícia Federal e que desmantelaram quadrilhas que iam de ministros de tribunais superiores, a desembargadores, senadores, deputados, prefeitos, grande empresários, banqueiros, latifundiários, as quadrilhas de sempre, uma delas ganhou destaque nacional pela imagem que proporcionou.

A do ex-prefeito da cidade mineira de Juiz de Fora, Alberto Bejani, recebendo a propina paga pelos empresários de transportes coletivos de sua cidade e estabelecendo as condições para os meses seguintes. O fato foi divulgado à larga no principal jornal de tevê do País, o jornal da mentira que alguns chamam de JORNAL NACIONAL.

Bejani continua solto, é candidato a deputado e o atual prefeito de Juiz de Fora Custódio Matos é só uma reprodução da corrupção ampla, geral e irrestrita que permanece intocada. Com um pouco mais de sofisticação por ser tucano.

O presidente Lula tem em mãos medida provisória aprovada pelo Congresso que ratifica a grilagem de bandidos na Amazônia e no Pantanal brasileiros, tudo sacramentado pela senadora/bandida Kátia Abreu, do DEM. A medida permite que extensões de terra do tamanho de cidades como Rio ou São Paulo sejam legalizadas depois de tomadas pelos latifundiários - a senadora é latifundiária - e registradas em marmeladas de certidões falsas em cartórios de tabeliões criminosos. Qual não é?

O veto ou não a essa negociata sem tamanho e que compromete a própria soberania nacional, a integridade de nosso território, pasmem-se, depende de acordos políticos, do toma lá dá cá e tudo passando pelas mãos do senador José Sarney, quadrilheiro que opera no Maranhão e no Paraná e segundo Lula "pela sua história não pode ser tratado como homem comum". Nessa lógica Al Capone também não.

O governador de São Paulo, José Serra, notório corrupto, indivíduo - para usar expressão do antigo jargão do noticiário policial dos jornais das décadas de 50/70 - de má catadura e sem caráter algum, está promovendo a liquidação do seu estado naquele negócio de privatizar, terceirizar e tirar o corpo fora de qualquer problema, mas engordando o caixa dois para sua campanha eleitoral. Uma das providências que Serra tomou, por exemplo, foi a de assinar milhares de revistas da Editora ABRIL, a que edita VEJA, em troca do direito de bater a carteira de cada paulista e ainda tentar chegar à presidência para estender seus limites de punguista político.

E assim o tresloucado que governa Minas, Aécio Neves. A corrupta que governa o Rio Grande do Sul, Yeda Crusius. O governador dos muros Sérgio Cabral e nem estou tocando na barbárie da semana passada quando os pistoleiros de Serra, fardados de policiais militares, espancaram, prenderam, torturaram e seqüestraram professores, funcionários e estudantes da USP - Universidade de São Paulo - que o governador/criminoso quer privatizar.

Isso é irrelevante para a mídia à medida que quem paga os "nossos comerciais", os "comerciais do plim plim" são eles os bandidos.

O escândalo do Senado, vamos usar essa expressão, cumpre o papel de "imprensa sadia" no contexto do espetáculo que promovem para fugir da realidade e criar esse institucional falido, pois num dado momento é fácil generalizar sobre senadores, tanto quanto criar o sentimento que Congresso é um custo, um peso, sem ganho algum, abrindo espaço a continuidade das práticas corruptas dos que em tese são denunciados. Caso de Kátia Abreu. Ou de José Sarney. Ou de Fernando Gabeira, paladino da moral e dos bons costumes pego com a boca na botija das passagens cedidas a amigos e etc e tal.

Em meio a tudo isso há um espaço de cinco ou seis minutos para que cada cidadão tome conhecimento do novo modelo de automóvel que pode ser comprado em trocentas prestações, sem entrada. Ou da roupa que coloca o ser no topo mesmo que o estômago esteja roncando e pior, que cria o vazio interior em cada cidadão ou cidadã na esteira de uma indignação fingida, hipócrita e cuidadosamente planejada para você não saiba nada além daquilo que interessa a eles. Por via das dúvidas um monte de marcas de sabão em pó daqueles que tiram qualquer mancha.

E assim é o noticiário internacional. O jornal THE WASHINGTON POST, como o próprio nome indica editado em Washington - responsável pela investigação de dois jornalistas que resultou na renúncia de Richard Nixon - trouxe um artigo de um ex-secretário (ministros por lá são chamados de secretários) do governo Ronald Reagan, um dos mais estúpidos da história dos EUA, revelando os verdadeiros motivos que levam países como os Estados Unidos, Grã Bretanha (protetorado norte-americano na Europa), Itália (bordel particular de Sílvio Berlusconi) e outros, a criar a imagem de barbárie e violência no Irã por conta da vitória do candidato Mahamoud Ahmadinejad.

Não interessava aos donos do mundo. A mídia cumpre o papel de mostrar uma realidade que não existe já que a vitória do presidente - reeleito - foi por larga margem de votos e confirmada pelas instâncias superiores daquele país.

Mas é preciso demonizar o Irã, satanizar Ahmadinejad. Contrariam os interesses dos principais acionistas dos EUA. O estado terrorista de Israel através da AIPAC - AMERICAN ISRAEL PUBLIC AFFAIRS COMMITTEE - com milhões de sionistas/judeus organizados e com vastos recursos para comprar parlamentares naquele país, moldar boa parte da mídia segundo seus interesses (bancos e empresas, muitas delas falidas na crise e salvas com dinheiro do contribuinte), vendendo a idéia de sionistas/judeus sofredores e palestinos terroristas, enquanto roubam terras palestinas, seqüestram, torturam, estupram, matam, prendem e sacam de instrumentos religiosos para se auto proclamarem o povo eleito para dirigir o mundo.

Defender um noticiário isento, livre, um debate amplo sobre todas as questões que dizem respeito ao Brasil - nosso caso - sua inserção no resto do mundo e junto a esse mundo globalizado é o mínimo que se pode fazer e não significa que se esteja querendo importar esse ou aquele modelo. Essa ou aquela solução.

Somos o Brasil, somos brasileiros e brasileiras, temos nossas características de País de múltiplas culturas, não somos um País de brancos de olhos azuis como querem e estamos, gradativamente, sendo transformados em seres aculturados e adoradores de McDonalds e outras coisas mais. A própria língua portuguesa hoje já não é falada por exemplo, em várias áreas da Miami brasileira, a Barra da Tijuca. É que lá as senhoras levam suas cachorrinhas ao cabeleireiro de helicóptero para evitar o stress do trânsito de mortais comuns.

A mídia vende um show. Um espetáculo. Vende ilusão. Vende a mentira dos donos. Essa mentira como diz Débort ("A sociedade do espetáculo", Contraponto, Rio), o espetáculo, "não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediadas por imagens".

Ou, "a primeira fase da dominação da economia sobre a vida social acarretou , no modo de definir toda realização humana, uma evidente degradação do ser para o ter. A fase atual, em que a vida social está totalmente tomada pelos resultados acumulados da economia, leva a um deslizamento generalizado do ter para o parecer, do qual todo ter efetivo deve extrair prestígio imediato e sua função última. Ao mesmo tempo, toda realidade individual tornou-se social, diretamente dependente da força social, moldado por ela. Só lhe é permitido aparecer naquilo que ela não é".

E, aí, "à medida que a necessidade se encontra socialmente sonhada, o sonho se torna necessário. O espetáculo é o sonho mau da sociedade moderna aprisionada, que só expressa final, o seu desejo de dormir. O espetáculo é o guarda desse sono".

Não é difícil entender a constatação da OMS - Organização Mundial de Saúde - porque a depressão será a segunda maior causa de mortes a partir do ano 2020, logo após as doenças cárdio/vasculares.

O "paraíso ilusório", a "cisão consumada no interior do homem".

Se achar que "prozac" não resolve, quem sabe Edir, o Macedo. E tome Faustão.

E nunca se esqueça de olhar embaixo da cama antes de dormir ou trancar bem as portas e janelas, pois lá pode estar escondido um "terrorista" iraniano, ou palestino, pior, um senador padrão José Sarney, ou um governador José Serra. Nesses casos não adianta chamar o 190, é deles.

Por via das dúvidas deixe a GLOBO ligada e se encontrar um desses comece a rezar o pai nosso deles. "Wall Street nossa de cada dia..." Pendure uma cruz de Davi, ao lado da suástica, na entrada da casa. E se algum deles perguntar alguma coisa diga apenas yes y love the Globe. Ajoelhe-se, volte-se para o PROJAC e invoque a proteção de William Bonner. Se quiser pode até colocar, é bom, aumenta a garantia, um retratinho dele sobre a cama, na parede.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Que tal 10 perguntinhas básicas?

Adiante 10 perguntinhas básicas muito bem postas pelo sociólogo, cientista político, escritor e blogueiro Emir Sader, num estilo que lembra a verve ímpar e antenadíssima do uruguaio Eduardo Galeano.

Tais indagações esclarecem muito mais a consciência do que a tradicional verborragia dialeticamente inútil de muitos pseudocolunistas (diplomados ou não) de plantão.

E em homenagem à primeira pergunta, vale até uma dica: vejam o link deste vídeo - http://www.youtube.com/watch?v=4mvp0x2oznw - onde Obama acerta na mosca infeliz e desnorteada da Folha de São Paulo. Quem mandou ela vender o que não é?

Pois este jornal (que faz a ponte entre a matriz ideológica norte-americana e as marionetes brasileiras da mídia comprada), ao contrário do que a publicidade linkada mostra, não tem nada de:
- CRÍTICO (a não ser tantaz vezes do povo); nem de
- PLURAL (exceto para abrandar a ditadura); e tampouco de
- INDEPENDENTE (e se por acaso o for, é antes de tudo da verdade).

Por isso, o seu slogan deveria ser:
"FOLHA - Não Dá Para Não Rasgar"

Comentários do Grito Pacífico: mudando o mundo com você!

PERGUNTINHAS

FONTE: Blog do Emir - 22/06/2009
LINK: www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=320

Perguntinhas que a gente se faz neste tempos. Façam as suas.

1. Otavio Frias é o melhor jornalista da FSP (Força Serra Presidente) e por isso é o editor chefe há mais de 20 anos? Ou é porque recebeu o cargo do seu pai, Otavio Frias, dono da empresa familiar?

2. O Senado deve investigar – a Petrobras, entre outros temas – ou deve ser investigado?

3. A Dora Kramer é uma analista política ou uma das tantas viúvas do FHC?

4. O Artur Virgilio, como sabe – pela votação ridícula que teve para prefeito de Manaus – que não vai mais ser eleito senador, o que vai fazer? Dedicar-se à Zona Franca?

4. O Gabeira, atendendo os apelos do seu palanque – coincidentemente o mesmo de Alckmin e de Serra – vai ser candidato ao governo do Rio de Janeiro? Ou tem medo de ficar sem mandato e por isso vai no certo ou provável: deputado ou senador?

5. Que outras publicações o Serra deveria financiar, comprando exemplares, para evitar sua falência e garantir seu apoio na campanha presidencial?

6. Se com todo o espaço e o tempo na imprensa contra o governo Lula, as pesquisas dão apenas 6% de rejeição ao governo, revelando baixíssima produtividade de escribas das empresas midiáticas de oposição, o que deveriam fazer os patrões: despedir a todos?

7. Serra não deveria passar diretamente a USP para a Secretaria de Segurança Pública, para facilitar o tratamento que dá às universidades?

8. Se FHC mudou a Constituição durante seu mandato, com muitas evidências que tenha comprado votos para isso, sem que a imprensa protestasse e Uribe vai para o terceiro mandato, o caso de Lula é diferente por que razão?

9. Os que insinuavam que o Adriano estava envolvido com alcoolismo, drogas ou coisas mais graves, deveriam se render às evidencias e confessar que ele de fato está mais feliz?

10. Se o crescimento da economia e dos empregos formais fizeram diminuir o déficit da previdência – razão pela qual saiu da pauta da direita -, não é esse o caminho e não cortes nos benefícios?

terça-feira, 9 de junho de 2009

Fantasmas de uma mídia sombria

(POSTAGEM PROVISÓRIA...)

PARA QUE CRIAR FANTASMAS?

Por Franklin Martins em 9/6/2009

Reproduzido da seção “Tendências/Debates” da Folha de S.Paulo, 8/6/2009; intertítulos do OI

Na última semana, alguns colunistas e políticos da oposição abriram baterias contra a regionalização da publicidade do governo federal. Não gostaram de saber que os anúncios da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), até 2003 concentrados em apenas 499 veículos e 182 municípios, em 2008 alcançaram 5.297 órgãos de comunicação em 1.149 municípios -um aumento da ordem de 961%.

Por incrível que pareça, conseguiram enxergar nesse saudável processo de desconcentração um ardiloso mecanismo de corrupção dos jornais e rádios do interior. Essa seria a explicação para as altas taxas de avaliação positiva do presidente Lula, registrada pelos institutos de opinião.

O raciocínio não tem pé nem cabeça. Vamos aos fatos.

As verbas publicitárias de todos os órgãos ligados ao governo federal permaneceram no mesmo patamar do governo anterior, em torno de R$ 1 bilhão ao ano. Desse total, 70% são investidos por empresas estatais, que não fazem publicidade do governo, mas de seus produtos e serviços, para competir com companhias privadas.

Além disso, os ministérios e autarquias, que respondem por 20% da verba publicitária federal, não podem fazer propaganda institucional, só campanhas de utilidade pública (vacinação, educação de trânsito, direitos humanos etc.). Apenas a Secom está autorizada a fazer publicidade institucional. Para esse fim, seu orçamento é igual ao do governo anterior (cerca de R$ 105 milhões).

Critérios técnicos

Não houve aumento de verbas. O que mudou foi a política. Em vez de concentrar anúncios num punhado de jornais, rádios e televisões, a publicidade do governo federal alcança agora o maior número possível de veículos. Pelo mesmo custo, está falando melhor e mais diretamente com mais brasileiros. Acompanhando a diversificação que está ocorrendo nos meios de comunicação.

A circulação dos jornais tradicionais do eixo Rio-São Paulo-Brasília, por exemplo, está estagnada há mais de cinco anos, próxima dos 900 mil exemplares. No mesmo período, conforme o Instituto Verificador de Circulação, os jornais das outras capitais cresceram 41%, chegando a 1.630.883 exemplares em abril. As vendas dos jornais do interior subiram mais ainda: 61,7% (552.380). No caso dos jornais populares, a alta foi espetacular, de 121,4% (1.189.090 exemplares).

Por que deveríamos fechar os olhos para essas transformações? A Secom adota hoje o princípio da mídia técnica: a participação dos órgãos de comunicação na publicidade é proporcional à sua circulação ou audiência. Houve época em que eram comuns distorções, às vezes bastante acentuadas, a favor dos grupos mais fortes. Isso acabou.

Esses critérios técnicos, amplamente discutidos com o TCU e entidades do setor, têm favorecido a democratização, a transparência e a eficiência nos investimentos de publicidade do governo federal. Não há privilégios nem perseguições. Tampouco zonas de sombra. Muito menos compra de consciências.

Desafios e possibilidades

É importante ressaltar ainda que a comunicação do governo não se dá principalmente pela publicidade. Esta apenas presta conta das ações mais importantes e consolida algumas ideias-força. O governo comunica-se com a sociedade basicamente por meio da imprensa, respondendo a perguntas, críticas e inquietações.

Para ter uma ideia, em 2008 o presidente Lula deu 182 entrevistas à imprensa, respondendo, em média, a 4,8 perguntas por dia, incluindo fins de semana e feriados. É pouco provável que exista um chefe de governo no mundo que tenha conversado tanto com a imprensa quanto o nosso. Atendendo a todo tipo de imprensa, pois não existe no Brasil só a imprensa do eixo Rio-São Paulo-Brasília. São várias, com percepções e interesses diferentes. Cada uma fazendo o jornalismo que lhe parece mais apropriado e se dirigindo ao público que conseguiu conquistar.

Exemplo: quando Lula lançou em São Paulo o atendimento em 30 minutos aos pedidos de aposentadoria no INSS, os grandes jornais não destacaram o fato. Mas o tema foi manchete de quase todos os jornais populares e diários das demais capitais. O que para uns foi nota de pé de página, para outros foi a notícia do dia.

Por tudo isso, temos que ficar atentos às mudanças na forma como os brasileiros se informam. O crescimento da internet é um fenômeno que abre extraordinárias possibilidades e lança imensos desafios. Não podemos fechar os olhos para a realidade: os jovens, cada vez mais, buscam informações nos portais, nos blogs e nas redes sociais da internet.

Faz parte

Por último, não se sustenta o raciocínio de que as altas taxas de aprovação do governo Lula teriam a ver com um arrastão de compra de jornais e rádios no interior. Basta recorrer ao último Datafolha, que atribui 67% de ótimo e bom para o governo federal nas regiões metropolitanas e 71% no interior. A diferença está situada dentro da margem de erro da pesquisa. Os números são praticamente os mesmos. O resto é preconceito.

O mais provável é que as altas taxas de aprovação do governo tenham uma explicação bem mais simples: a maioria da população está satisfeita com seu trabalho. É legítimo que aqueles que não concordam com tal percepção recorram à luta política para mudá-la. O debate faz parte da democracia. E faz bem a ela. Mas é necessário criar fantasmas?

domingo, 7 de junho de 2009

Viva o Blog da Petrobrás!...

(POSTAGEM PROVISÓRIA...)

POR QUE OS JORNAIS INVESTEM CONTRA O BLOG DA PETROBRÁS?

Publicado em 06 de junho de 2009

por Luiz Carlos Azenha

1) Porque perdem o "monopólio da informação" e, com isso, autoridade sobre o público;

2) Porque os leitores agora podem saber quais são TODAS AS PERGUNTAS feitas pelos jornais à Petrobras;

3) Porque comparando todas as perguntas feitas pelos jornais e todas as respostas dadas pela Petrobras com o que é efetivamente publicado os leitores podem descobrir as manipulações feitas com as respostas no processo de edição;

4) Porque essa comparação permite ao público descobrir quais as respostas da Petrobras serão simplesmente omitidas do jornal impresso para não "atrapalhar" a pauta;

5) Porque comparando as perguntas feitas pelos diferentes jornais, o público pode entender que há gente alimentando simultaneamente os jornais com informações em busca de levantar a bola para a CPI;

6) Porque as perguntas fornecem pistas sobre quem está alimentando os jornais com o objetivo de criar o "escândalo" necessário ao sucesso do palanque eleitoral da CPI;

7) Porque essas pistas poderão levar o público a descobrir que os jornais são usados em campanhas eleitorais ou com objetivos inconfessáveis, como o de entregar o pré-sal a empresas estrangeiras;

8) Porque o blog da Petrobras desloca público do jornal impresso para a internet, onde o público poderá receber informações, por exemplo, sobre como a grande imprensa brasileira atacou Getúlio Vargas quando ele criou a Petrobras;

9) Porque todo esse processo pode deixar claro que a grande imprensa não é isenta, nem imparcial, nem honesta; que diz não ter lado, mas tem; que está a serviço de "uma causa", assim como esteve quando fez campanha contra a criação da Petrobras ou em favor do golpe militar de 1964;

10) Porque eles ainda não sairam do século 20.

Vá ao blog da Petrobras e contribua com a investigação dos jornais

É por isso que o Viomundo apóia o controle social dos gastos de publicidade de governos, órgãos e empresas públicas.