quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Amando para Mudar & Mudando para Amar

Amando para Mudar & Mudando para Amar

Ah se não fosse essa mania insistente e comovente
De se gostar tanto das coisas e sobretudo de gente!
De repente descobrimos, pela pedagogia da dor, que o amor
É a única força que nos salva, nos humaniza e nos transcende.

Que o melhor de cada um cresça e prevaleça entre todos nós!
Que nenhum obstáculo exterior desligue a essência da tua voz!

Sejamos personagens mais reais no palco da(s) vida(s),
Descartando as máscaras dos interesses que tiranizam
E reciclando os discursos que nos libertam, os enredos
Que (nos) evoluem e as performances que nos uni-ci-zam.

Que os sorrisos e as lágrimas descubram a sintonia perfeita
Nessa atmosfera de aparências mil e sensibilidade rarefeita!

Que a sutileza do detalhe e a riqueza do silêncio não sejam diluídas
Por diálogos vazios, sentidos superficiais e relações estereotipadas!

Que o veneno do preconceito nunca escoe pelos teus lábios
E a hipocrisia jamais se esconda nos bastidores do teu olhar!

Que o caos de tudo que não precisamos e secretamente nos mata
Seja reordenado pela simplicidade profunda daquilo que nos basta!

Se a televisão te emburrece, não tenha medo de dispensá-la,
Antes que a sua consciência seja globalizada e condicionada.
Desconfie das notícias que muito deformam e pouco informam.
Para conhecer a realidade, sinta o cheiro do povo a espreitá-la.

Nada que não passe pelo coração encontra eco na razão!
O mistério da felicidade não cabe em fórmulas calculadas!
A economia dos números que contabiliza nossa civilização
Será nocauteada pela magia das pessoas “descontroladas”!

Que a fé em qualquer Deus comece pela fé na humanidade
E que rituais tradicionais se convertam em obras de verdade!

Que a arte de ser quem você é não seja comercializada
E a neutralidade omissa da ciência seja logo eletrocutada!

Quando nem tudo parecer correto, coerente, justo e decente;
Abriga-te dentro dos teus sonhos, daquilo que é incorruptível!

Que a tristeza dos que tem menos derreta o ego das pessoas frias!
Que a vontade de mudar o mundo seja o refrão eterno das utopias!

Bendito o tempo que cicatriza feridas, peneira saudades,
Enterra absurdos, inverte paradigmas, renova esperanças;
Amadurecendo as “crianças” em suas idades e prioridades,
Além de nos ensinar a amar para mudar e mudar para amar!

Que os prêmios Nobel da Paz não façam hinos à guerra
E a olimpíada suicida do PIB não sacrifique mais a Terra!

Que os medos da noite abram alas para os triunfos do dia!
Que a tua alma nunca se feche para o orgasmo da poesia!

(Por Pablo Robles – POETA DO SOCIAL)

Em homenagem ao Natal de 2009 e ao Ano Novo de 2010

sábado, 12 de dezembro de 2009

Uma literária possibilidade real

De repente ela apareceu para ele. Ou vice-versa. Passaram a existir um para o outro. Os nomes principais dos dois cabem numa mesma quantidade de letras. Embora também identificados pela mesma idade, apresentam mundos necessariamente diferentes. Na verdade únicos, pois a singularidade sem limites da espécie humana não admite cópias.

Meia hora depois que se falaram à distância, ele se põe a ouvir a voz dela por telefone. O timbre um pouco ansioso dele foi dissolvido pela candura infantil exalada no outro lado da linha. Rápida no gatilho, acionado pela troca de mensagens via celular, ela vai ao encontro dele, de modo que um dia depois, no palco convidativo de uma praça, as personagens começavam a se revelar, se descobrir, se medir.

As impressões iniciais entre os dois se confrontam e se ajustam, mas possivelmente um segundo encontro será necessário para que as imagens que um está metabolizando sobre o outro se tornem mais nítidas e reveladoras. Enfim, não tardará para que o clima de estranhamento ganhe personalidade e seja nocauteado pela espontaneidade.

O que falaram quando se sentaram juntos pela primeira vez? Certamente priorizaram temas mais objetivos: estudos, trabalho, famílias, afazeres, namoros anteriores. Afinal de contas, a subjetividade precisa de mais tempo para ser desembrulhada. Palavras subtraídas por silêncios. Silêncios sacudidos por palavras. Dialética essa realçada por gestos denunciadores e testemunhada por olhares avaliadores.

O tempo dessa vez não foi generoso para esse par experimental de amigos, pois já estava tarde e tiveram que se apressar. Voltaram saboreando sorvetes, ao mesmo tempo em que degustavam suas preferências musicais e literárias. E assim despediram-se. Por enquanto ou para sempre? Ainda é muito cedo para um palpite razoável. Dormiram, sonharam e acordaram embalados por uma miríade consciente e inconsciente de incertezas.

Já não seria surpresa informar que ele e ela estavam solteiros, o que significa dizer que o magnetismo da esperança, no sentido afetivo do termo, desde o princípio os unira. Mas tal expectativa não foi administrada de forma idêntica: ele, mais idealista e decididamente mais explícito em seus anseios; ela, mais realista e sobretudo implícita em suas intenções. A empolgação do homem foi neutralizada pela cautela da mulher.

Quem é ele? Quem é ela? Por que não outro? Por que não outra? Dúvidas, naturalmente, dominavam os primeiros passos de destinos imprevisíveis e talvez conciliáveis. O fato é que o convite do amanhã houvera sido feito. Era uma vez uma possibilidade fecundada pelo tempo presente de ambos, nublado pelo desconhecimento quase total de seus passados.

Mereciam avançar, vencer eventuais medos e lançar os dados da sorte? O desafio do novo é a resistência do antigo. O risco é o ingrediente inevitável da felicidade. Sem a cor poética e democrática do mistério, o futuro não seria tão colorido e belo. Ela e ele, jovens já moldados pelas responsabilidades adultas, não embarcariam em armadilhas efêmeras.

Estariam habilitados a partilhar um mesmo horizonte, nem que fosse apenas durante uma estação, uma espécie de estágio probatório? Esta moça e este jovem beirando os trinta anos aprovariam o processo de metamorfose que seus mundos afetivos teriam que passar? Ou tudo não passaria de ilusões perdidas? Uma legião de dilemas tão agitados como a rotina urbana rondava o labirinto de suas mentes - ou, melhor dizendo, corações.

Estariam dispostos a sincronizar seus sorrisos e deslizarem algumas lágrimas nas mãos um do outro? Saberiam inventar carícias e colecionar emoções para o acervo de suas almas? Ou não! Alguma incompatibilidade, preconceito ou insensibilidade cortaria, sem paciência e sem piedade, as asas da esperança deste casal em potencial?

Há momentos em que a ficção literária confunde-se com a realidade da vida, como se um movimento atraísse o outro para virarem sinônimos. Caberão aos protagonistas anônimos deste breve conto, baseado a propósito numa cena verídica e bem recente, escolherem o desfecho que julgarem mais apropriados. No entanto, se ambos enxergarem nos próximos dias e conversas um atalho comum e convergente dentro de si mesmos, a vida, em vez de se contentar imitando a arte, poderá efetivamente transcendê-la.

Assim sendo, para a alegria dos leitores que acreditam na humanidade do amor (visto que sua essência original tem algo de divino e imponderável), um conto aparentemente sem pretensão poderá, nos bastidores da blogosfera, dar as boas-vindas para um romance autêntico, maduro, promissor e apaixonadamente real.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

ARTIGO: O Desafio Social da Profissionalização

O DESAFIO SOCIAL DA PROFISSIONALIZAÇÃO EM TEMPOS DE MUDANÇA

Tendo em vista a ampliação e legitimação crescente de seus resultados, as organizações e movimentos da sociedade civil vêm sendo desafiados a se profissionalizar, por meio da estruturação, do fortalecimento, da sistematização e do aprimoramento dos seguintes processos básicos ou dimensões transversais de funcionamento:

- Práticas de gestão e planejamento;
- Estratégias de atuação comunitária;
- Sistemas de monitoramento e avaliação;
- Capacidades de parceria e articulação;
- Poder de influência em espaços públicos;
- Mecanismos de sustentabilidade financeira.

Tais aspectos compõem o tema abrangente do desenvolvimento institucional, que ainda não recebe a devida atenção por parte de muitas entidades e atores sociais, acostumados que estavam, muitas vezes, a receber financiamentos com maior facilidade, disponibilidade e liberdade para gastá-los onde, quando e como achassem mais convenientes.

No entanto, os tempos mudaram e as responsabilidades também. As organizações não-governamentais consolidaram-se e difundiram-se, no Brasil e no mundo, como agentes fundamentais e imprescindíveis para a solução dos problemas sociais, ambientais e culturais cada vez mais complexos e desafiadores que afetam grande parte da humanidade.

O enfrentamento desses desafios e a construção de alternativas, evidentemente, requerem a participação conjunta, permanente e diferenciada dos demais setores organizados, que incluem o investimento dos governos, a colaboração das empresas, a cooperação das universidades, a representação dos partidos e o amparo das instituições multilaterais.

Mudar o mundo! Esse é o lema maior que inspira e aglutina uma multidão de profissionais, militantes e voluntários que não aceitam e se reconhecem no tipo de sociedade egoísta, violenta, insensível e excessivamente competitiva que impera entre nós e ameaça nosso futuro comum. Combater as desigualdades, preconceitos e injustiças de toda ordem! Essa é (ou deveria ser), em última instância, a razão de ser das associações civis, fundações privadas, entidades religiosas e cooperativas solidárias que integramos ou conhecemos.

Começamos falando da necessidade de profissionalização social e de repente paramos na questão da missão da sociedade organizada frente às crises do planeta, cujo caos se reflete no cotidiano do nosso bairro, da nossa comunidade e às vezes dentro do próprio lar. Isso foi para ajudar a mostrar que não há contradição entre sermos organizados e sermos indignados, entre zelarmos pela gestão interna e cuidarmos da atuação externa.

Pelo contrário, o desenvolvimento técnico-institucional e a militância sócio-ambiental devem caminhar de mãos dadas e passos firmes. As competências executivas (que alguns chamam equivocadamente de burocracia) e as lutas políticas (que às vezes não passam de interesses eleitoreiros) podem e devem buscar – sempre – eliminar seus aparentes antagonismos, partilhar seus sonhos, somar suas forças e multiplicar seus impactos.

domingo, 2 de agosto de 2009

POESIA: Poeta Sou Eu?

POETA SOU EU?

Poeta sou eu?
A arte me escolheu?

Pouco importa quando tudo é porta
E até as janelas podem ser atalhos
De caminhos que já foram retalhos
Aposentados em labirintos quase sem volta

Acredito na inspiração da poesia
Como a luz escondida, reprimida
Sempre a esperar por um novo dia
Mesmo quando a fé parece vencida, esquecida

Pão nosso de cada poema que faz da vida magia
Lágrimas são apenas sorrisos trocando de roupas
No abismo de surdos tropeços reencontro sinfonia
Palavras bailando ao som de rimas sadias ou loucas

Mundos injustos, dilemas fúteis, relações vazias
Tormentos e anomalias me deixando pelo avesso
Como se fossem proibidos recomeços e utopias
Mas sempre resisto, amanhecendo em cada verso

sábado, 1 de agosto de 2009

Campanha Contra Golpe em Honduras

Amigos do Twitter, da blogosfera e da internet, desde já, obrigado por passarem aqui e ajudarem a multiplicar este pedido para a Avazz.

Para quem ainda não conhece o trabalho da Avazz, vejam o breve anexo ao final e acessem sua apresentação geral neste link: http://secure.avaaz.org/po/about.php

Indignado com a omissão da mídia e a impotência da comunidade internacional, elaborei por livre e espontânea iniciativa esta sugestão de texto para cada um de vocês também enviarem ao e-mail de contato da Avazz: info@avaaz.org.
O título do e-mail pode ser o desta postagem: "Campanha Contra Golpe em Honduras"

FAVOR PARTICIPAR E DIVULGAR !!!

O pouquinho que cada um pode fazer significa realmente muito para todo o mundo!

PS.: Observo que, até esta data (01 de Agosto de 2009, às 20h30), não identifiquei no site da Avazz em português (http://www.avaaz.org/po/) nenhuma iniciativa explícita nesse sentido. Caso já exista alguma em curso, pois que o e-mail a ser enviado agora por você sirva de reforço e visibilidade ainda maior para esta problemática; ou melhor, para esta causa, especialmente da América.

[ INÍCIO DO TEXTO PROPOSTO ]

SOLICITAÇÃO URGENTE DE CAMPANHA PARA EQUIPE DO AVAZZ (incluindo Ricken, Alice, Pascal, Ben, Veronique, Paul, Graziela, Brett, Raluca, Luis, Raj, Milena, Paula, Iain, Taren e Margaret).

Continuamos muito preocupados com a persistência do golpe em Honduras e os efeitos desestabilizadores que essa situação tem causado para o povo, a democracia e a economia do país. Sem falar dos conflitos internos, das dezenas de mortes e da série de detenções de que se tem notícia através dos meios alternativos, já que a mídia tradicional da América tem minimizado bastante a gravidade desta crise. O golpe perdura há mais de um mês e as negociações para a volta do presidente legítimo Manuel Zelaya têm se mostrado lentas, insuficientes e infrutíferas, apesar da corajosa e determinada capacidade de mobilização e resistência demonstrada pelos grupos, organizações e cidadãos que apoiam Zelaya.
Face ao exposto, solicita-se com urgência que a equipe do AVAAZ promova uma petição contra o golpe e em defesa da democracia em Honduras, conscientizando e sensibilizando os milhões de internautas para a adesão e divulgação de mais uma importante campanha em prol de um mundo mais justo, pacífico e sustentável.

Aguardamos gentilmente o retorno desta demanda.

Parabéns por sua missão e obrigado por sua atenção!

<<< Seu nome e sobrenome >>>

<<< Sua cidade, estado e país >>>

[ FIM DO TEXTO PROPOSTO ]


ANEXO: ESCLARECIMENTO SOBRE O TRABALHO DE MILITÂNCIA E ABRANGÊNCIA DA AVAZZ.

FONTE: Trecho extraído do informe de resultados da Avazz que recebi em 31 de julho de 2009, através do e-mail intitulado "Como o cyberativismo está mudando o mundo".

As petições, campanhas de captação, manifestações e lobby político que a nossa comunidade está fazendo está tendo um impacto incrível. A Avaaz cresceu mais de 50.000 pessoas por semana, tendo agora mais de 3,6 milhões de cidadãos engajados em todos os países do mundo. Nós somos realmente globais, operando em 14 línguas, já temos 25.000 membros em Singapura, 35.000 na África do Sul, 130.000 na Itália, 50.000 no México... Nunca antes houve uma comunidade como a nossa, capaz de responder rapidamente a questões globais e mobilizar de forma eficaz o poder da sociedade civil global para as maiores necessidades e preocupações da humanidade -- isto é um grande motivo de esperança!

Nesta jornada emocionante, estamos ansiosos pelas próximas 10 semanas, e 10 meses, e 10 anos juntos!

Com esperança,

Ricken, Alice, Pascal, Ben, Veronique, Paul, Graziela, Brett, Raluca, Luis, Raj, Milena, Paula, Iain, Taren, Margaret e toda a equipe Avaaz

PS - para ver os destaques das campanhas da Avaaz em 2007 e 2008, e deixar um comentário, clique aqui:
http://secure.avaaz.org/po/report_back_2

sexta-feira, 31 de julho de 2009

O Convite à Cooperação que vem da Colméia

Conheci há poucos dias uma iniciativa brilhante de organização, cooperação e ajuda mútua em rede, tendo como plataforma fundante de encontro, interação e ação o seguinte site/portal: http://coolmeia.ning.com

Já me tornei uma abelha desta construção. Precisamor produzir e beber juntos o mel da mudança; adoçando nossas vidas de justiça, amor, esperança, paz, felicidade, saúde, harmonia, fraternidade, tolerância e altruísmo.

Divulgo na íntegra o documento que plasma com esplender os valores iniciais desta iniciativa em consolidação e difusão... Parabéns aos idealizadores e a todos e todas que estão edificando e alimentando a Coolmeia!!!

Carta de Princípios da Coolmeia

Parágrafo Primeiro – Acreditamos que através da participação, cooperação e compartilhamento de conhecimento podemos fazer a diferença em nossas vidas, das pessoas que conosco se relacionam e no ambiente em que vivemos

Parágrafo Segundo – Muito mais do que um agregador de idéias, soluções e histórias, buscamos ser uma ferramenta de mudança social e ambiental. Quer seja ajudando a orientar um consumo mais consciente, ensinando como melhorar sua comunidade, como lutar contra a pobreza material, cultural ou física (doenças) ou lhe apoiando no desenvolvimento de seus próprios projetos éticos e altruístas, fornecemos as informações e os meios para que você possa começar e seguir sua caminhada

Parágrafo Terceiro – Acreditamos que mudar o mundo não necessariamente entra em conflito com a vida que queremos. Tornar nosso consumo mais sensato, melhorar a vida de outras pessoas e ser mais gentil com o planeta nos levará a uma vida muito mais saudável, feliz, excitante e plena de significados

Parágrafo Quarto – Estamos vivendo a Era do Despertar Individual, um momento no tempo em que muitas pessoas (as que já despertaram) não querem mais um Messias, e em seu âmago se incomodam com lideranças. Estão cada vez mais conscientes que precisam (e podem) se auto-gerir e cada uma quer, de fato, ser responsável pelas mudanças que urgem.

Parágrafo Quinto - A busca da verdade é um complexo caminho de idas e vindas, onde devemos usar o conhecimento atual para produzir novos conhecimentos, com uma única certeza: de que o que sabemos "com certeza" agora, amanhã poderá ser somente uma ilusão. Devemos saber usar o novo conhecimento adquirido para voltar atrás e verificar nossas antigas idéias e crenças, evitando sempre cair no perigoso Mito do Eu Já Sei Tudo.

Parágrafo Sexto – A Coolmeia trata de encontros entre indivíduos imbuídos na tarefa comum de enfrentar os grandes desafios do nosso tempo. Enquanto ficamos anestesiados, sentados em frente aos nossos televisores com telas cada vez maiores e tecnológicas, o aquecimento global transformou-se de previsão a fato, mais de 1 bilhão de pessoas no mundo vivem em pobreza extrema enquanto uma pequena porcentagem utiliza sistemas que exploram indivíduos e o ambiente para aumentarem suas riquezas, milhões de crianças morrem devido a doenças passíveis de prevenção e má nutrição e, em boa parte do mundo, a violência, a corrupção, o terrorismo e a opressão são realidades diárias.

Parágrafo Sétimo – Vivemos um Ponto de Mutação na História da Civilização Humana, um momento em que grandes lideranças morais e a responsabilidade de toda uma geração está sendo posta à prova.

Parágrafo Oitavo - Nos organizamos de forma a produzir um Compêndio de Soluções a ser utilizado por quem ousar iniciar esta jornada de renascimento. A Coolmeia não mostrará somente o que já existe e é possível, mas também nos ajudará a imaginar uma nova casa, uma nova comunidade, uma nova aldeia global. Podemos pintar um novo mundo, não com uma visão catastrófica como hoje se nos apresenta, mas com uma outra, cheia de esperança, graças ao nosso ímpeto humanista.

Parágrafo Nono – Acreditamos que, enquanto os meios de comunicação de massa não refletirem em sua pauta – ou somente o fizerem em horários restritos e de forma insuficiente – temos a missão de divulgar ações concretas que estão sendo realizadas em nosso país e em todo mundo por pessoas que já conseguiram desvincular-se da ótica da produção capitalista e estão produzindo Capital Social, bens, serviços, espaços e atitudes que possam ser compartilhados por todos e não por uma seleta minoria de escolhidos

Parágrafo Décimo – Somos um grupo de visionários unidos pela tarefa de encontrar, compartilhar, discutir informações e montar em conjunto recomendações de iniciativas práticas a serem implementadas por indivíduos ou grupos de pessoas em suas casas, instituições ou comunidades. Somos um processo contínuo, que começou juntamente com o primeiro homem, há milhões de anos, e que não tem fim, posto que não possui raízes mas mesmo assim ininterruptamente espalha suas sementes prevendo a colheita de uma nova cultura.

Parágrafo Décimo-Primeiro – As ferramentas, modelos e ideias para construir um brilhante futuro para todos já estão entre nós. Suas peças estão fragmentadas e espalhadas, esperando um trabalho lento, porém sistemático de agregação, síntese e compreensão, trabalho esse ao qual a Coolmeia se propõe

Parágrafo Décimo-Segundo – Somos pessoas que, passo a passo, estamos nos tornando a mudança que queremos ver no mundo. Somos seres sociais, compartilhadores de conhecimento e sentimento, pensamos globalmente e agimos localmente. Somos uma “não-entidade” instituinte vibrante, capaz de influenciar positivamente o mundo à sua volta

Parágrafo Décimo-Terceiro – A Coolmeia é também uma máquina de busca, em que você poderá encontrar não somente assuntos mas também pessoas e organizações que lidam com assuntos criticamente importantes para o bem-estar de cada um de nós. Ao encontrar o que ou quem você procura, torna-se também um ponto de encontro para o debate e aperfeiçoamento contínuo das vivências que perfazem esta nova forma de viver e existir

Parágrafo Décimo-Quarto – Fazemos um convite contínuo a mudanças em nossas vidas cotidianas e trazemos a consciência de quão poderosos somos como indivíduos, da mesma forma que não esquecemos o quanto precisamos uns dos outros. Nossas decisões devem, necessariamente, levar em conta O OUTRO. Atualmente, utilizamos o planeta, uma pessoa, um dia, uma decisão a cada tempo, sem considerar as conseqüências. Somos entretanto mais de seis bilhões de consumidores do planeta, diariamente. E nossas decisões e escolhas são insustentáveis. Não estamos deixando para as gerações seguintes o mesmo que ganhamos de nossos pais: estamos lhes deixando com menos a cada geração. São eles quem pagarão nossas dívidas.

Parágrafo Décimo-Quinto – Não achamos justo que outras pessoas paguem nossas dívidas, portanto trabalhamos para planejar estilos de vida que utilizem apenas um planeta para nossa sobrevivência. Assim, o planejamento familiar deixa de ser um problema individual ou estatal, e passa a ser uma questão global, mas que deve ser enfrentada localmente, em cada família, escola ou grupo de jovens ou adultos. Queremos pagar nossas dívidas ainda em vida.

Parágrafo Décimo-Sexto – Pessoas que vivem em barracos e choupanas podem comparar a qualidade material de suas vidas com a dos passageiros dos jatos que voam sobre eles. Como regra, eles também querem um carro, um computador com banda larga, roupas confortáveis e uma casa na praia. Precisamos criar um sistema que distribua prosperidade a todos, sem entretanto aumentar nossa pegada ecológica. Este é um desafio épico sobre o qual vamos nos debruçar

Parágrafo Décimo-Sétimo – Vivemos em um mundo em que o número de pessoas trabalhando para inventar, usar e compartilhar ferramentas, modelos e idéias para transformar o mundo está crescendo substancialmente. Para vencer a batalha contra um mundo em decomposição (social, moral, ecológica) precisamos apenas garantir que este Movimento, estas Iniciativas que hoje se encontram fragmentadas, transformem-se em um fluxo composto de milhões de pessoas comprometidas em fazer a sua parte ao adotar boas ideais, encontrar novas soluções em seu trabalho ou campo de atuação e viver e compartilhar o que aprenderam

Parágrafo Décimo-Oitavo – Cada um de nós tem uma parcela de responsabilidade. Cada um de nós pode ser um motor deste Movimento que está mudando o mundo, e a melhor parte é que não é necessário que prometamos lealdade irrestrita a um líder supremo ou que nos unamos misticamente a um culto ou sistema de crenças. Precisamos apenas que milhões de nós façam o melhor ao pensar por si mesmos e compartilhem o que já aprendemos

Parágrafo Décimo-Nono – A Coolmeia não busca ser a detentora de todas as respostas. Apenas deseja compartilhar soluções já tentadas por outras pessoas para que cada um possa se inspirar e repeti-la localmente ou então criar sua própria solução para os problemas da sua vida, da sua casa, seu trabalho ou sua comunidade

Parágrafo Vigésimo - Acreditamos que seja possível inclinar outras pessoas à mudança através do exemplo. Se organizamos nossas vidas pessoais de forma a estar fazendo as coisas certas e, fazendo assim, temos uma vida maravilhosa, estamos agindo como representantes da ideia de que ser verde pode ser inteligente. Uma das maiores barreiras mentais às mudanças de comportamento é a ideia de que a mudança pode ser desconfortável. Mas sabemos também que, cada vez que desenhamos nossas vidas de modo a causar menos impacto, damos suporte a boas iniciativas e tornamos nossas vidas mais confortáveis, bonitas e excitantes, estamos mandando uma mensagem poderosa a todos em nossa volta

Parágrafo Vigésimo-Primeiro - Boas intenções são fantásticas, mas somente a paixão muda o mundo. Comece fazendo coisas fáceis e então passe às coisas mais desafiadoras nas quais acredita e com as quais sente prazer. Quer seja seguindo os exemplos ou dando exemplos, sempre será parte de uma troca entre você, a humanidade e o ambiente que nos cerca

Parágrafo Vigésimo-Segundo – A Coolmeia não cresce continuamente com a ajuda de pessoas que sabem tudo, mas com um grupo de pessoas que trabalham para encontrar uma forma de fazer a diferença juntos. É um ponto de partida para decidir como nossa vida pode valer a pena. Descobrir qual é nossa tarefa nesta vida, para que fomos até aqui chamados é uma tarefa que somente cada um de nós poderá responder. A Coolmeia, entretanto, lhe providenciará ideias para que você possa repensar sua própria vida e também providenciará abordagens para a mudança. Desde a instalação de um sistema de compostagem em sua casa ou apartamento, a aquisição do hábito de consumir alimentos orgânicos até mudanças mais amplas como levar sua carreira a uma nova direção ou mobilizar seus vizinhos para aperfeiçoar sua comunidade, VOCÊ será o melhor juiz para arbitrar como aplicar estas idéias em sua própria vida

Parágrafo Vigésimo-Terceiro – Existe um universo inteiro de “abelhas-humanas” buscando compartilhar informações e ideias, crescendo em número dia a dia. Encontre seus aliados e suas inspirações e compartilhe conosco o que você aprendeu. É disso que tudo se trata: apreender, aprender, compartilhar, cooperar.

Parágrafo Vigésimo-Quarto – Precisamos de melhores ferramentas, modelos e idéias para mudar o mundo para melhor. Quanto mais pessoas tiverem acesso a estas ferramentas, modelos e idéias, melhor suas próprias idéias se tornarão e mais idéias se tornarão disponíveis. Qualquer um pode se juntar à conversação, e quanto mais pessoas o fizerem, melhor ela se tornará. Quanto melhor a conversação, e quanto mais pessoas utilizarem as ferramentas, mais excitante nossa aventura se tornará, e maiores as chances de sucesso.

Parágrafo Último – Considere isso um convite para juntar-se à aventura. Que tipo de futuro você criará?

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O Presidente Respondeu (em Jul/2009)

REGISTRO INTEGRAL DAS COLUNAS SEMANAIS "O PRESIDENTE RESPONDE" DE JULHO DE 2009

PS.: Quem pergunta não são jornalistas muitas vezes sensacionalistas e descomprometidos com a verdade, mas é o cidadão comum de carne e osso como eu e você, movidos pela certeza de que merecemos um país melhor e um mundo mais justo.

(FONTE: Os conteúdos abaixo foram extraídos dos sites www.joildo.net e www.tribunadecianorte.com.br)


Primeira Coluna - 07 de julho de 2009

Natália Miranda Vieira, 36 anos, professora universitária de Natal (RN) – Como o governo federal vai garantir que não haja uma sangria de dinheiro público nas obras que serão realizadas para a Copa de 2014, a exemplo da que ocorreu nas obras para os Jogos Pan-americanos de 2007?

Presidente Lula – Não houve sangria do dinheiro público. Os investimentos no Pan superaram o previsto porque o planejamento inicial, que não foi da responsabilidade do nosso governo, não previu itens necessários para a execução do evento, como por exemplo, segurança pública e a capacidade de 45 mil lugares do estádio João Havelange, projetado para apenas 10 mil pessoas. O governo federal teve que arcar com compromissos do estado e do município, o que não acontecerá com a Copa de 2014. Vamos fazer um planejamento detalhado das obras e depois reunir representantes dos estados e dos municípios sedes para definir responsabilidades, dando transparência ao processo. O Ministério do Esporte vai monitorar as obras para que tudo esteja pronto antes de 2014.

Leila Dalgolbo, 41 anos, pensionista de Cariacica (ES) – Em relação ao programa Minha Casa, Minha Vida, gostaria de saber por que não é feito o desconto das prestações em folha do INSS e se legaliza de vez a tão sonhada casa própria dos menos favorecidos? E por que as pessoas não podem se cadastrar pelo computador em vez de ficarem mofando em imensas filas?

Presidente Lula – O desconto na folha de pagamentos do INSS já é amplamente adotado pelo sistema bancário brasileiro e pode vir a ser realizado pelo programa Minha Casa, Minha Vida. É uma segurança para os bancos e uma comodidade para os pensionistas. Em relação aos trabalhadores da ativa, os descontos poderão vir a ser feitos na folha de pagamentos. Quanto à possibilidade de cadastramento pela internet, sua pergunta é, na verdade, uma ótima sugestão. As áreas específicas do governo serão acionadas para o estudo e a possível adoção dessa alternativa. O cadastramento também pode ser feito pelo 0800-726-0101 da Caixa Econômica. O mais importante é que o programa atende a boa parte da demanda por moradia e cria um grande número de empregos na construção civil e nas empresas que produzem telhas, tinta, canos, pias, tijolos, vasos, tomadas, torneiras, chuveiros etc., tudo contado aos milhões.

Anna Maria Marcus, 60 anos, dona de casa de Diadema (SP) – Diariamente a gente vê na televisão o caos na saúde nos principais estados brasileiros e o mau atendimento nos hospitais públicos. Por que é tão difícil oferecer assistência médica de qualidade pelo SUS?

Presidente Lula – Sabemos que há problemas no SUS, como filas e dificuldades para se marcar um exame ou consulta, o que é um transtorno para as pessoas mais fragilizadas. Conhecemos essas deficiências e estamos permanentemente tentando eliminá-las. A questão é que temos o maior sistema de saúde pública do mundo. Imagine que 70% dos brasileiros dependem exclusivamente dele. E o restante é beneficiado em campanhas de vacinação, atendimentos de urgência, transplantes e aquisição de medicamentos de alto custo. O financiamento desse sistema é um desafio gigantesco. E as demandas aumentam sem parar e variam de natureza, devido ao crescimento da população e da porcentagem de idosos. De 2002 para 2008, a verba que o governo repassa a estados e municípios triplicou, passando de R$ 12 bilhões para R$ 37 bilhões. É bom lembrar ainda que, com a derrubada da CPMF, perdemos volume expressivo de recursos, que esperamos recompor com a regulamentação, pelo Congresso, da Emenda Constitucional 29.


Segunda Coluna - 14 de julho de 2009

Sanelvo Cabral, 70 anos, jornalista aposentado de Olinda (PE) – Por que o governo concede reajuste diferenciado entre o salário mínimo e os proventos de aposentados e pensionistas? Essa política só reduz o poder aquisitivo dos beneficiários. Não é por falta de dinheiro, porque o rombo do INSS está em outras fontes. Um aposentado tem reduzido em até 50% o valor da aposentadoria, após 9 ou 10 anos do benefício.

Presidente Lula – Nada menos do que 17,7 milhões de aposentados e pensionistas, ou 66,9% do total, recebem o piso previdenciário no valor do salário mínimo. Com a política do nosso governo de reajustar o mínimo acima da inflação, todos os que ganham o piso tiveram aumento real de 65% desde 2003. Trata-se da valorização daqueles que mais necessitam, algo inédito no País. A partir de 2007, começamos a antecipar o reajuste do mínimo em um mês, a cada ano. Assim, a partir de 2010, ele será efetuado no dia 1º de janeiro. Quanto aos que recebem acima do piso, a Constituição de 88 garantiu a recomposição da inflação e é isto o que estamos cumprindo rigorosamente. Não há perda. Neste momento, estamos em negociação com as centrais sindicais para definir um novo percentual de aumento para os aposentados que ganham acima do salário mínimo na perspectiva até de ampliarmos os ganhos em relação à inflação.

Adílson Rodrigues, 40 anos, empresário de Curitiba (PR) – Tenho dificuldade em contratar funcionários para a minha empresa. A maioria dos entrevistados não quer ser registrada em função de estar recebendo o seguro desemprego e depois sai ou é dispensada por falta de interesse. Não está na hora de fazer uma reforma nas leis trabalhistas?

Presidente Lula – Nosso compromisso sempre foi com a criação de postos de trabalho. O índice de desemprego no Brasil, que era de 12,3%, em 2003, caiu ano a ano, até chegar a 7,9%, em 2008. Com a crise internacional, houve um leve aumento desse índice. O fato é que, de 2003 até agora, foram criados 10,5 milhões de novos empregos com carteira assinada. Mas não podemos esquecer a parcela que está fora do mercado. A Lei 7.998/90 garante ao desempregado o recebimento do seguro por três a cinco meses. Você fala em desinteresse dos funcionários, mas é preciso verificar se a razão não é a remuneração que está sendo oferecida. O fato é que o seguro desemprego é uma ação de justiça social da qual o Brasil não abre mão. Em 2008, sete milhões de trabalhadores receberam a ajuda quando estavam em dificuldade.

João Paulo Passos, 27 anos, consultor técnico de Belém (PA) – Quando os tributos do nosso país poderão ser nos níveis dos demais países e não os mais elevados do planeta?

Presidente Lula – A nossa carga tributária está muito distante das mais elevadas do mundo. Há vários países, admirados pelos benefícios sociais que concedem, em que a carga é muito maior – Bélgica (44,4% do PIB), Suécia (48,2%) e Dinamarca (48,9%). Na outra ponta, há países, da África e da América Latina, em que a carga tributária é baixa, mas o Estado praticamente não existe e isso é muito ruim para o povo. No Brasil, a arrecadação de impostos está nos permitindo tocar programas que geram crescimento e empregos, como o PAC, e inclusão social, como o Bolsa Família. O resultado é a redução da desigualdade. Estudo da Fundação Getúlio Vargas mostra que nos grandes centros a proporção de miseráveis caiu de 35% para 25%, de 2002 para 2008. Por outro lado, temos reduzido impostos em setores-chave da economia, como o de veículos, o de construção civil, cesta básica de alimentos e da linha branca (geladeiras, fogões, máquinas de lavar), o que tem permitido manter girando a roda da economia em plena crise financeira mundial.


Terceira Coluna - 21 de julho de 2009

Rafael Pessotti Gallo, 25 anos, auxiliar de câmbio de São Paulo (SP)

O Bolsa Família aumenta os impostos para todos para beneficiar famílias. Tem gente fazendo mais filhos para aumentar o benefício. Porque você não dá a vara, ao invés do peixe?

Presidente Lula – Rafael, o Bolsa Família também ensina a pescar, porque os beneficiados têm que comprovar os cuidados com a saúde e a frequência escolar dos filhos. Além disso, temos um programa de capacitação nas áreas de construção civil e turismo, que é muito concorrido. Mas também precisamos dar o peixe. Só quem passou fome sabe a dor de ver os filhos sem ter o que comer. As pessoas precisam de condições mínimas para se desenvolver, para mudar de vida, para aprender, inclusive a pescar. A sua afirmativa de que tem gente fazendo filhos para receber um benefício maior não procede. Há um limite claro para o número de filhos. São, no máximo, três filhos até 15 anos e dois entre 16 e 17. Há ainda o teto de R$ 182,00 para famílias com renda mensal até R$ 69,00 por pessoa ou de R$ 120,00 para aquelas com renda mensal de até R$ 137,00 por pessoa. É um programa modelo de inclusão. Hoje, são 11,6 milhões de famílias beneficiadas. Agora, elas podem comprar no comércio, aquecendo a economia local e gerando crescimento e empregos em favor de toda a sociedade.

Karina Kamilla S. Rocha, 26 anos, aluna de enfermagem de Fortaleza (CE)

Em muitas estradas federais, em especial do interior do Estado, como a BR-222, há vários trechos caóticos, com pontes prestes a desabar, sem contar com os buracos que se transformaram em crateras. Venho suplicar uma atenção maior para com nossas estradas, antes que mais tragédias aconteçam.

Presidente Lula – Karina, o Dnit está fazendo manutenção em 1.819 km de oito rodovias federais do Ceará. Outros 818 km já estão em licitação. As obras vão começar em breve. Na BR-222, a restauração dos 125 km do trecho de Sobral à divisa com o Piauí vai começar no mês que vem e os 158 km de Croatá a Sobral, em dezembro. Estamos com intervenções em rodovias federais de todo o país. Só do PAC, já temos 1.461 km de duplicação em obras e mais 2.852 km de construção e pavimentação. Os trechos com contratos de serviços de manutenção somam 50.734 km. Esse setor está passando por grandes transformações, que beneficiam todos os brasileiros.

Lincoln Eloi de Araújo, 32 anos, doutorando em meteorologia pela Univ. Fed. de Campina Grande (PB)

Diante da crise mundial, quais são as perspectivas do governo para a educação? A crise pode fazer com que o governo reduza os investimentos para os projetos de pesquisa e extensão? E os cursos de pós-graduação podem ser afetados?

Presidente Lula – A educação é essencial para preparar nossos filhos e nosso país para o futuro. Por isso ampliamos o orçamento do MEC de R$ 14,4 bilhões, em 2003, para quase R$ 42 bilhões, em 2009. Os investimentos em Ciência e Tecnologia, de 2007 a 2010, somam nada menos que R$ 41,2 bilhões. E já há frutos: em 2008, passamos a Rússia e a Holanda no número de artigos publicados em revistas científicas. As bolsas para mestrado, doutorado e pós-doutorado subiram de 15,6 mil, em 1995, para 41 mil, em 2008. Com o Prouni, 540 mil jovens de baixa renda receberam bolsas de estudos. E estamos criando 12 novas universidades e 104 extensões universitárias. Aumentamos as vagas de ingresso nas universidades federais de 113 mil, em 2003, para 227 mil, em 2009. Enquanto em 90 anos foram construídas 140 escolas técnicas, em nosso governo estamos construindo mais 214. A educação é prioridade e, em prioridade, só se mexe para avançar.


Quarta Coluna - 28 de julho de 2009

Rafael Faria, 21 anos, estagiário de Catalão (GO) – O Brasil possui alta tecnologia para a produção do biodiesel. O sr. acha que os outros países conseguirão adequar-se para produzir essa nova fonte renovável? Como o Brasil pode se beneficiar com isso?

Presidente Lula – Nosso País é um exemplo para o mundo nessa área. Enquanto na média mundial, os biocombustíveis correspondem a 2,3% do total de combustíveis líquidos consumidos, no Brasil a sua participação chega a 25%. Em 2008, criamos a Petrobras Biocombustível, que já está com usinas em Candeias (BA), Quixadá (CE) e Montes Claros (MG). Incluindo as de capital privado, já são 43. Estamos estimulando países da África e da América Latina a reproduzir nossa experiência. Com produção em escala mundial e a eliminação dos subsídios dos países ricos aos seus produtores, criaremos um forte mercado internacional. Todos se beneficiarão: o Brasil e os países que passarem a produzir, pela criação de riquezas, e todo o planeta pela redução da emissão de gases do efeito estufa.

João Victor da Rocha Pasqualeto, 17 anos, estudante de Dracena (SP) – Muitas regiões, incluindo a minha, que se desenvolveram graças à chegada do trem, estão em situação de completo abandono, sem transportes de cargas ou de passageiros. Há algum projeto para a reativação? Por que as empresas responsáveis não são fiscalizadas?

Presidente Lula - Você tem razão, mas nós estamos mudando esse quadro. Há ferrovias importantes em construção, que somam 6.022 km, com investimentos de R$ 13,88 bilhões até 2010 e R$ 4,1 bilhões após 2010. Na Nova Transnordestina, os trechos em obras somam 809 km e o restante está na fase de projetos ou licenciamento. Quanto à Norte-Sul, que tinha apenas 215 km concluídos, nós já inauguramos outros 356 km e temos obras em mais 1.003 km. Essa ferrovia chegará a Panorama, que fica a 40 km de onde você mora, e aquecerá a economia de toda a região. Essas duas ferrovias – e mais a Oeste-Leste - são a espinha dorsal de novas estradas de ferro a serem construídas. Um símbolo da retomada é o Trem de Alta Velocidade (SP-RJ) que nos colocará em um novo patamar tecnológico. O modelo adotado na privatização das ferrovias permitia que as concessionárias abandonassem trechos da área de concessão. Estamos pactuando um novo modelo no qual isto não acontecerá mais. As empresas que estiverem operando indevidamente e que continuarem irregulares poderão perder a concessão dos trechos abandonados.

Daltro Quadros Duarte, 38 anos, servidor de Porto Alegre (RS) – Quando teremos uma polícia em condições de atender aos anseios da população? Elas estão desorganizadas, mal-remuneradas e sem pessoal. Por que as diferenças aviltantes dos salários? A polícia de Brasília é mais importante que a do Rio Grande do Sul e de outros estados?

Presidente Lula – A questão da segurança pública, incluindo os salários dos policiais, é competência dos estados. Mas o governo federal não está omisso. Criamos a Força Nacional de Segurança, que já capacitou mais de 8 mil policiais, e definimos uma nova abordagem ao setor com a criação do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. Se antes os fundos da União iam para a compra de viaturas e armas, agora estamos investindo R$ 6,7 bilhões, até 2012, também em ações sociais que atacam as causas da violência. São projetos que desenvolvem o policiamento comunitário, atraem lideranças femininas para o apoio a jovens em situação de risco e integram adolescentes a atividades esportivas e culturais. Para os policiais, criamos o Bolsa Formação. Já são 150 mil os que aderiram à bolsa mensal de R$ 400,00 para participar de cursos de capacitação. Aqueles de menor remuneração podem adquirir a sua casa própria, saindo de áreas de risco. Estamos atuando onde o Estado não existia, levando urbanização, educação e lazer para quem vivia à margem das políticas públicas.

Asas de um Voo sem Horizontes

ASAS DE UM VOO SEM HORIZONTES

Por não gostar de ter nascido nesse mundo, assumo e busco renovar sempre a tarefa de ajudar a melhorá-lo, para que eu possa tentar morrer em um tempo mais pleno de amor e esperança para os próximos que virão e passarão por aqui.

Segundo estatísticas correntes, uma criança morre de fome a cada sete segundos. É impossível, para mim, preocupar-me tanto com o meu futuro (ou seja, com os restos de segundos que ainda tenho por viver) diante da consciência presente de um dado tão cruel como este. Seria mais lógico, fácil e necessário nos preocuparmos todos com o passado e nos perguntarmos: “O que fizemos de errado? Porque deixamos este absurdo se naturalizar?"

Que mundo é esse que estamos construindo? Retificando a indagação, sem eufemismos: Que mundo é esse que estamos destruindo? Essa é verdade que quase ninguém quer admitir e difundir. Se não modificarmos radicalmente nossas rotas, nosso último degrau da escada de nossas ambições nos fará dar de cara com o escorregador de nossas próprias ruínas.

A competição tornou-se a obsessão da modernidade. O preconceito tornou-se a regra de julgamento entre os indivíduos. Medimos o valor das pessoas pelo status de sua profissão, pela marca de seu carro, pelo padrão de sua moradia, pela freqüência de suas viagens; enfim, tendemos a (pré)conceituar as pessoas de acordo com o tamanho de sua conta bancária.

A essência do ser humano, a única que realmente importa, continua sendo contaminada pela epidemia das aparências. Dessa gripe quase ninguém escapa. Manter-se imune a ela, infelizmente, virou a exceção. Não me refiro à gripe suína, aviária ou coisa que o valha. Falo da fraqueza de espírito, da fragilidade emocional e da pobreza de sentido que nos atinge.

A mídia mente e desmente a todo instante. A publicidade tenta reduzir-nos à condição de meros consumidores. Democracia e cidadania não passam de retóricas vazias, artigos de utopia. Prosas sem poesia. Ou, o que é pior, poesias sem rima; uma vez que perseguimos uma felicidade material que não se sustenta por muito tempo: desaparece na próxima esquina da vida, para espanto e desespero da platéia que se iludiu com os efeitos desta encenação.

Muitas de nossas famílias levam tão a sério este delírio que a prática do diálogo afetivo, cooperativo e harmonioso é a primeira “vítima” a se divorciar dos lares. Parece piada, mas não duvide da existência de pessoas que encontram eventualmente mais incentivo dentro de seus lares através da “companhia instintiva mas fiel” de animais domésticos - em vez de seus pares (humanos).

Quando se tem a oportunidade de nascer, se desenvolver e crescer de forma minimamente sadia, saber viver se torna um ofício mais fácil. O difícil, no entanto, é saber ficar adulto, envelhecer e morrer. Morrer sem ter lutado pela consecução daquilo que considero ser a parte mais real da vida: nossos sonhos. Sem sonhos, nos movemos para lugar nenhum.

O dinheiro não pode ser idolatrado por ninguém, pois ele é apenas um instrumento de sobrevivência, seja para a manutenção biológica da espécie ou para alimentar a fome psíquica de egos incapazes de se saciar com o bastante. Ao querermos ter sempre mais, corremos o risco de sermos cada vez menos. O capitalismo é uma ilha de abundâncias cercada por um oceano de carências. Sua liberdade só funciona quando a justiça coletiva é ignorada, desligada.

Se você chegou até aqui, mais do que terminar de ler tais linhas, procure sentir o clamor das entrelinhas. O planeta está perdendo a paciência com seus habitantes. Uma revolução precisa emergir do caos; antes que seja tarde, antes que afundemos, antes que fique escuro. Quando abriremos os olhos, sairemos de cima do muro e criaremos coragem para mirar e galgar um horizonte diferente, mil vezes maior do que o diâmetro de nossos umbigos rebaixados?

O convite está novamente feito; e será seguidamente refeito enquanto for necessário, por todos e todas que não suportam mais fabricar esta farsa e financiar este carnaval cotidiano de hipocrisias. A mídia, a religião, a academia, a arte – e tantas outras instâncias mediadoras de nossas representações – raramente contribuem para a semeadura urgente do novo.

Antes fosse apenas caminhar. Pedem-nos para correr. E como a ambição é gigante, os passos precisam ser compridos, elásticos. Parar para respirar interiormente, repensar as prioridades, dialogar consigo mesmo, reciclar os valores, amadurecer as atitudes; tudo isso pode parecer “perda de tempo”, o que não quer dizer que seja necessariamente ruim, negativo e improdutivo.

Quem sabe não esteja aí a matemática da cura do mundo: debitar um pouquinho deste “tempo alucinado e imediatista” em que coexistimos para creditar doses mágicas e estratégicas de sentido ao destino imponderável, atemporal e deveras grandioso da espécie humana; não obstante as derrotas passageiras e críticas perdoáveis.

Para que tanta pressa? Quem pediu autorização à natureza para impor um ritmo tão frenético às organizações humanas e desencadear o crescimento irrefletido do PIB entre os países? Esquecem que o final acumulado e líquido desta corrida, além de frustrante, poderá ser brutalmente suicida. Fomos condicionados a escalar o cume do sucesso material sem saber que estamos voando cada vez mais para pousar (sabe aonde?) no abismo de nossa decadência. O “lucro” que vale mesmo a pena, esse sequer cabe em nossos bolsos.

Essa é a comédia paradoxal de nossa tragédia existencial. Psiu! Riamos baixo para não chorar alto. Complicamos muito a simplicidade. De qualquer forma, saiba que horizontes de luz nos procuram sem cessar, sem cobrar, sem cansar. Vai ver que o defeito está nas asas... (um tanto desafinada por ventos áridos e sombrios). Adiante, irmãos, sorrisos mais fraternos se desenharão em nossos corações!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O Golpe em Honduras via Twitter

O GOLPE EM HONDURAS VIA TWITTER

A vida virtual também é feita de novidades e mudanças. Calma, não estou decretando o silêncio do Grito Pacífico, mas justificando porque não postei ainda nada sobre o golpe em Honduras: minhas vozes de desabafo e repúdio a esta crise na América Central foram canalizadas através do Twitter. A propósito, o meu é www.twitter.com/pablorobles. Fiquem à vontade para me seguir, assim como eu posso passar a seguir algum de vocês.

Reproduzo aqui, em ordem cronológica, todos os meus [48] Tweets relacionados a esta problemática. Transcrevi todos, na íntegra e sem exceção. Para nossa infelicidade, antes de ontem a ditadura golpista de Honduras completou um mês. Por isso, as reações, gritos e mobilizações deverão continuar; apoiando, incentivando e compondo a resistência popular que continua ativamente em marcha em prol do restabelecimento da democracia.

Não tenho nenhuma pretensão jornalística ao listar a memória de meus Tweets sobre o golpe em Honduras. Porém, acredito que tais registros, ainda que movidos espontaneamente pelo calor da emoção e pelas fibras da indignação, possam ajudar a resgatar e informar um pouquinho sobre o triste absurdo que perdura em Honduras. Milhares de "twitteiros" estão militando à sua maneira. Tento ser apenas uma voz diluída na esperança da multidão por um mundo melhor e mais justo.

Sigamos adelante, hermanos e hermanas!!!


28 de junho de 2009:

[1] Clipe #thriller, do #MichaelJackson, é reeditado politicamente em #Honduras: o “patriotismo” neoliberal prendeu o presidente #ManoelZelaia

[2] Mr #Obama, o q fará nesta tarde: torcer p/ os EUA no futebol enquanto brinca de matar moscas ou vai repudir à altura o golpe em #Honduras ?

[3] RT @_arles Embaixadores da Venezuela, Cuba e Nicarágua foram seqüestrados e sofreram violência dos militares golpistas em #honduras

[4] RT @AdroaldoPortal #honduras América do Sul contra o golpe: Lula, Morales, Chávez e Cristina já condenaram ação militar

[5] Legislativo de #Honduras nomeia substituto para a presidência, mas nenhuma nação reconhece formalmente esse atentado à democracia

[6] #Globo e a cambada do PIG começam a anunciar que #Honduras "elegeu" novo presidente (mesmo com todas as nações do mundo contra)

[7] Noticiário vergonhoso da #FolhaOnline: "Presidente do Congresso de Honduras assume e diz que não houve golpe" http://bit.ly/g1b0J

29 de junho de 2009:

[8] Todos os embaixadores leais à democracia real devem deixar imediatamente #Honduras p/ isolá-la politicamente do mapa e a normalidade voltar

30 de junho de 2009:

[9] Hola, blog de un periodista experiente con noticias sobre nuestra Latinoamerica, incluso la crisis en Honduras: www.pedroayres.blogspot.com

1 de julho de 2009:

[10] Vamos ver até onde vai a truculência obsoleta dos militares golpistas de #Honduras qdo Zelaya voltar ao país respaldado pelo resto do mundo

3 de julho de 2009:

[11] RT @GbastidasChavez: "A mi me conmovió que la 'Pichu' (hija de Zelaya) tuviera un 'chavito' (muñeco de Chavez) en su cuarto"

[12] Se colocassem um site para denunciar o golpe de #Honduras, os acessos seriam 1.000.000 de vezes menores do que o de #MichaelJackson

5 de julho de 2009:

[13] Manifestantes esperam Zelaya em #Honduras: http://bit.ly/4xCh1P

[14] ''Zelaya amigo, o povo está contigo'', gritavam os manifestantes, que prometem continuar as mobilizações até o retorno de Zelaya à #Honduras

[15] RT @eduguim #Nicarágua nega que esteja mobilizando exército contra #Honduras e diz que "CNN se uniu aos golpoistas"

[16] Nestes dias... meu país é #Honduras, meu continente é América Central, me sinto cidadão da democracia progressista e Zelaya é meu ídolo

[17] #Honduras O sangue começou a jorrar em Tegucigalpa, alguns manifestantes inocentes já caíram mortos, a barbárie golpista armou uma emboscada

[18] @guizovermelho pensei que houvesse nascido numa época pós-ditaduras, mas a onda progressista iniciada na Am. Latina já chegou na Am. Central

[19] Parabéns a cobertura da Telesur, todo latinoamericano mereceria acessá-la na TV aberta, RT @emerluis Telesur é a AlJazeera da América Latina

[20] @juliolirace os jornalistas e meios de comunicação que enfrentaram a repressão golpista e não calaram a voz da verdade estão de parabéns

[21] Omissão do Terra: ainda sequer deram destaques às duas mortes em #Honduras (ainda bem q nunca tive nem terei e-mail desse portal golpista)

[22] Se a sociedade civil de #Honduras e América não impedir este golpe, voltaremos a ser vítima servil do recrudescimento das piores ditaduras

[23] @laurafwx a ditadura do #futebol e outras alienações de domingo assustariam os lares se falassem de #Honduras (omissão = cumplicidade)

[24] Novo teste para o ambíguo Obama: RT @ritaloureiro Zelaya reivindica uma posição firme das grandes potências econômicas, como EUA #Honduras

[25] #Chávez exortar os militares dignos de #Honduras a limparem a boca de seus fuzis sujos de sangue e apoiarem #Zelaya e a vontade do povo

[26] Amanhã, o programa Café com Presidente será novamente amargo, #Lula precisa voltar a repudiar o golpe em #Honduras e fazer mais pressão

10 de julho de 2009:

[27] Missão descumprida: intermediação da Costa Rica fracassa e o golpe em #Honduras sigue adelante, para o infortúnio de nuestra America

21 de julho de 2009:

[28] ZELAYA ESTÁ EM #HONDURAS. Começa marcha p/ retomada da democracia http://bit.ly/TBbKj

[29] Dados da Cruz Vermelha contabilizam mais de 50 hondurenhos assassinados e cerca de 1000 lideranças oposicionistas presas e desaparecidas.

22 de julho de 2009:

[30] Querid@s Muchach@s, favor divulgar e apoiar este blog http://hondurasurgente.blog... Pela volta da democracia em #Honduras

24 de julho de 2009:

[31] A esperança de democracia volta a ventilar sobre #Honduras Zelaya, irmanado pela determinação e dignidade do povo, volta a pisar em seu país

[32] Se a mãe de Zelaya tivesse twitter, eu seguiria ela agora e ainda faria Follow Friday para ela, saludos para el pueblo de #Honduras

[33] Repressão dos golpistas de #Honduras transformam Dpto. de El Paraíso em pesadelo de sangue http://bit.ly/7bq3u

25 de julho de 2009:

[34] Mídia patrocinou golpe em #Honduras: http://bit.ly/namJj

[35] Como acá, 3 famílias de #Honduras controlam os 4 jornais diários de circulação nacional e 1 só família domina as redes de televisão e rádio

26 de julho de 2009:

[36] É muita cumplicidade: Senadores dos EUA reúnem-se com golpista de #Honduras http://www1.folha.uol.com.b...

[37] "Nomes dos 3 senadores [dos EUA] não foram informados e não foi permitida presença da imprensa nesse encontro [c/ Michelletti]"Link anterior

[38] Golpe em #Honduras e participação dos #EUA - Gestos cúmplices de senadores dizem mais que retórica de Obama. Veja meus 2 ups anteriores

[39] Cruz Vermelha é usada pelos golpistas de #Honduras para transportar bombas lacrimogêneas, em vez de feridos... http://bit.ly/UanqN

[40] @negroso Es lamentable que organizaciónes humanitarias como Cruz Roja estean a servicio de los imperios golpistas. Denunciémos!

[41] O governo do Canadá (aliado umbilical dos EUA) poderá reconhecer governo golpista de #Honduras http://www.ciranda.net/spip...

[42] RT @eddaraga estamos al borde de un colapso... nuestros compatriotas estan a sufriendo casi 60 horas de estado de sitio!!! #Honduras

[43] Jornalistas do twitter/internet e do mundo real...#Honduras vive um genocídio silencioso. Não se calem, divulguem tudo que for necessário.

[44] RT @somdoroque A maioria dos países dizem ser contra o golpe de #Honduras e no entanto não fazem nada de concreto para essa novela acabar

27 de julho de 2009:

[45] RT @eddaraga: Me partio el alma cuando señora indigena de 55 años dijo q la habian ultrajado y la amenazaron con echarle gasolina y quemarla

[46] Enquanto a Radio Globo de #Honduras tenta transmitir com independência a verdade dos fatos, a TV Globo daqui é a maior mentira do Brasil

29 de julho de 2009:

[47] @MagazineBrasil O discurso de Obama é lindo, o problema são os bastidores reais entre os conservadores dos EUA e os golpistas de #Honduras

[48] "Micheletti só se sustenta com armas" http://bit.ly/k9wvO (E COM... a omissão dos EUA, o silêncio da MÍDIA e a preguiça da ONU) #Honduras

O voo grandioso de Patativa

Segue fichamento de um interessante texto sobre o grande poeta Patativa, elaborado como exercício da disciplina de Produção e Compreensão Textual de minha graduação em Ciências Sociais, ministrada pelas professoras Tércia Montenegro e Lavínia.

Percebam os impulsos sociais embutidos na veia poética de Patativa do Assaré!

FICHAMENTO DE TEXTO SOBRE PATATIVA DO ASSARÉ

TEXTO-BASE: JUNIOR, Gonçalo. O vôo de Patativa do Assaré. Revista Pesquisa Fapesp. São Paulo, edição 158, abril 2009. Disponível em: www.revistapesquisafapesp.br

Nascido no município cearense de Assaré, Antônio Gonçalves da Silva ganhou o pseudônimo de Patativa aos 20 anos “porque sua poesia era comparável à beleza do canto dessa ave”. Perdeu o pai cedo e teve que trabalhar como agricultor aos 8 anos, só podendo freqüentar a escola aos 12, alfabetizando-se em poucos meses.

Foi poeta popular, compositor, cantor e improvisador. É considerado o maior poeta nordestino do século XX. Possuía prodigiosa memória poética e sua obra é banhada de sabedoria popular. “Não por acaso, recebeu diversas premiações, títulos e homenagens – foi cinco vezes nomeado doutor honoris causa”.

Tornou-se conhecido com o poema A triste partida, composto em 1958 e gravado em 1964 por Luiz Gonzaga. A letra aborda a migração causada pela seca e “se tornou um marco da música popular brasileira” por conter ousadias como a presença de 19 estrofes e ter sido gravada em múltiplos canais, “como se fosse ao vivo”.

“Essa gravação inspirou Cláudio Henrique Sales de Andrade a defender na USP o doutorado Aspectos e impasses da poesia de Patativa do Assaré. Cursou Letras nessa universidade e também fez mestrado sobre o poeta. Ele trabalhou na cidade do poeta e freqüentou sua casa por dois anos.

O doutorado empreendeu quatro passos: “mapeamento formal de sua obra”; descrição da “diferença de sua poesia para com a tradição que o formou”; identificação das vertentes culta e popular; e estudo da “dialética entre modernização e tradicionalismo”. Andrade “detectou inúmeros erros em todas as edições das obras do poeta”.

O estudioso justifica a relevância e originalidade de Patativa: “ele mantém viva e atualizada uma poesia de raízes populares, nutrida no regime da oralidade, mas amplifica os limites temáticos e formais dessas tradições ao acrescentar um forte componente autoral e um refinado lirismo, além de uma atitude reflexiva pouco usual”.

“Crítico das formas de dominação paternalistas”, Patativa desmistifica a idéia de progresso e suas contradições, sendo “ao mesmo tempo capaz de resgatar e divulgar a poesia e o humanismo inerentes aos modos de vida arcaico e tradicional”. Essa perspectiva, segundo Andrade, ilustra “a riqueza do ponto de vista do poeta”.

Patativa não deve ser considerado um autor de cordel, pois só produziu três poemas nesse gênero. “Sua obra se divide em três vertentes: lírica, narrativa e reflexiva”. Sua poesia expressa dois registros lingüísticos: o português popular e a norma culta.

O poeta “foi um atualizador do esquema dualista da peleja poética dos desafios de cantadores (...), criando vários poemas em que dá voz a dois pontos de vista distintos e em oposição”. Também foi um grande sonetista e musicou alguns poemas.

Andrade selecionou e estudou três sonetos do poeta com o objetivo de “apreender a singularidade da produção de Patativa, compreender a natureza e delimitar os contornos de sua poética”. Com isso, o estudioso verificou que a riqueza temática, simbólica e estilística de sua poesia vai muito além do status de poesia sertaneja.

Patativa, “além de uma formação fundamentada nas poéticas da oralidade”, interessou-se por poetas cultos como Camões, Castro Alves, Casimiro de Abreu, Olavo Bilac e Gregório de Matos, demonstrando particular afinidade com este último, devido seu espírito de sátira e o uso da métrica decassílaba, típica dos repentistas.

Sua poesia contém ainda traços de lirismo e “uma abertura para temas universais e mais abstratos” (a exemplo dos direitos humanos). Ademais, chegou a elaborar “uma poesia mais reflexiva, não narrativa, em que o poeta toma distância e enuncia avaliações e juízos críticos sobre as questões sociais”.

Andrade, por fim, revela que “a obra de Patativa ainda espera por reconhecimento dos grandes centros do Sudeste brasileiro”. Mas tal interesse vem aumentando bastante.

domingo, 26 de julho de 2009

Grandes mudanças passam pelos valores

A pergunta que abre o texto abaixo deveria ser uma prece diária para todo brasileiro. Mas ela deveria ser feita junto com outra: O que precisamos mudar para termos um Brasil melhor? Duas perguntinhas em nada inéditas, mas que expressam bem o convite indispensável para reformarmos o país e a nós mesmos.

Fala-se muito em crise econômica, ambiental etc. Mas isso é só a ponta do iceberg de uma crise muito mais profunda na qual todos nós estamos de alguma forma mergulhados e geralmente sequer nos damos conta: é a crise de valores. A pesquisa noticiada traz um grande alento: o povo já começa a intuir e apontar tal necessidade.

Essa é a ferida que deve ser olhada, tratada e curada. Se não revisarmos, burilarmos e elevarmos nossos padrões morais, éticos, espirituais, interpessoais e sócio-afetivos (enfim, tudo aquilo que reflita nossos valores), em pouquíssimas décadas a dor da humanidade será crônica e o país afundará junto com o planeta.

Comentários do Grito Pacífico, mudando o mundo com você


O QUE PRECISA MUDAR NO BRASIL PARA TERMOS UMA VIDA MELHOR?

Por Ricardo Young - 24/07/2009

http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=4624

O que precisa mudar no Brasil para termos uma vida melhor? Esta pergunta foi feita pelo escritório brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD Brasil) pela internet e em sete audiências públicas para escolher o tema do próximo Relatório de Desenvolvimento Humano do Brasil, que deve sair no início de 2010. Quinhentos mil brasileiros de todas as idades, faixa social, sexo e escolaridade deram sua resposta, por internet ou nas audiências. Além disso, graças às parcerias com a TIM e a Natura, mais de dois milhões de brasileiros foram mobilizados por SMS e um milhão de mulheres, pela rede de revendedoras.

Foi uma metodologia inédita no mundo, mais uma reflexão do que uma pergunta, revelando as grandes áreas de preocupação dos brasileiros.

O resultado surpreendeu os pesquisadores do PNUD. E a nós, também: a “receita” dos brasileiros para uma vida melhor, de acordo com a pesquisa, passa por “valores” como respeito, responsabilidade e justiça. Honestidade, paz, consciência e ausência de preconceito também foram largamente citadas.

Flávio Comim, diretor do PNUD Brasil, aponta a forma como a pesquisa foi conduzida como fundamental para se chegar a este resultado. Uma pergunta aberta - o que precisa mudar no Brasil para termos uma vida melhor ? - permitiu às pessoas expressar suas opiniões mais profundas. Por isso, o tema dos valores aflorou. Explicando: as respostas diretas dadas pelas pessoas mencionavam educação, saúde, segurança e emprego como as grandes vertentes para uma vida melhor. Só que, por meio de uma avaliação transversal destas respostas, a equipe de pesquisadores percebeu que a “fala oculta” trazia preocupações com os valores que organizam a sociedade. Por exemplo, quando havia menção à melhoria na educação, os participantes preocupavam-se com a falta de formação em valores nas escolas, muito mais do que com a falta de qualidade do ensino formal. No quesito violência, a ênfase recaía sobre as agressões contra as pessoas em detrimento daquelas contra a propriedade (como roubo), com forte inquietação a respeito da violência doméstica. De um modo geral, as pessoas acham que a sociedade lida com os conflitos mais prosaicos de forma violenta.

Interessante desta pesquisa é verificar que as reivindicações objetivas apresentaram conexão com o déficit de valores. E que este déficit, para os entrevistados, começa em casa!

Outro recorte que aparece é a atenção cada vez maior dada às atitudes dos atores sociais, como empresas e políticos. No caso do setor produtivo, quanto maior o comprometimento real das empresas com “valores” como direitos fundamentais da pessoa (combate ao trabalho escravo, respeito aos direitos trabalhistas, bom ambiente profissional) menor tende a ser a rejeição por parte da sociedade. Quanto aos políticos, bem, precisaremos verificar o resultado das urnas em 2010.

As respostas levaram o PNUD ao desenvolvimento de um novo conceito de valor: nem só ético, nem só moral, nem só financeiro. Valor vinculado ao dia-a-dia das pessoas. E este será o tema do relatório que a entidade publicará no início de 2010.

Se a sociedade brasileira expôs como preocupação maior os valores como justiça, respeito e responsabilidade, é possível que o país realmente se transforme em menos tempo do que se imagina. Mais uma vez, fica evidente que as empresas engajadas no movimento da responsabilidade social têm um papel importante a desempenhar nesta transformação: precisam aprofundar cada vez mais a transparência e os valores em sua própria gestão, disseminá-los para a cadeia produtiva e, com isso, dar exemplo para outros atores sociais.

Sem justiça, não existe democracia nem Estado de Direito. E, sem Estado de Direito, os negócios também não funcionam adequadamente, pois voltaremos ao território do vale-tudo.

Que os empresários saibam entender o profundo recado enviado pelos brasileiros, por meio desta pesquisa do PNUD, e adotem práticas cada vez mais transparentes, baseadas em crescimento econômico, justiça social e equilíbrio ambiental.

sábado, 25 de julho de 2009

POESIA: Intersecção de Contradições

INTERSECÇÃO DE CONTRADIÇÕES

A vida é um rio saltitando em corda bamba,
Espremido entre e atraído para duas margens,
Confundido e atravessado por dois rochedos,
Posicionados em quilométricas extremidades.
Ora se contorce, agitado por forte tempestade,
Ora se aquiesce sob brisas leves de serenidade.

A vida é um engenhoso e caprichoso brinquedo
De encaixes, cujas peças, oriundas de todo lado,
Estão sempre arquitetando uma nova identidade,
Para depois logo se desmancharem sem piedade,
Como se outros ventos erodissem nossas ilusões
E nossos sonhos se embaralhassem nas multidões.

Um território presidido por duas jurisdições...
Uma explosão deflagrada por duas fagulhas...
Um governo administrado por dois soberanos...
Uma música que se reveza entre dois refrões...
Uma bússola desconfigurada por duas agulhas...
Uma geometria que se alterna entre dois planos...

- Enfim, o que é a vida? Pergunto para os meus botões.
E eles respondem: - É uma intersecção de contradições!

( Por PABLO ROBLES - Poeta do Social )

quarta-feira, 8 de julho de 2009

O esconde-esconde da mídia podre

A pedagogia da desgraça. É isso que a grande mídia gosta de "ensinar". Mal sabe ela que ao exacerbar o lado podre da vida, do país e das lideranças políticas identificadas com a maioria popular, esta mídia é cada vez mais atraída para o lodo de sua própria ruína.

Se o Brasil é o país do empreendedorismo e da criatividade, urge então aplicar toda sua capacidade inventiva e inovativa na exploração de canais alternativos de comunicação e estratégias democratizantes de marketing e publicidade para causas sociais - e também nacionais. A blogosfera é uma das boas saídas.

Se Lula ganhar em seguida o prêmio Nobel, a contragosto da mídia mal cheirosa, não tenham dúvida de uma coisa: os jornalistas da desinformação e os colunistas da perversão farão mil e um malabarismos para emoldurar, sufocar e exaurir o esplendor desta conquista com uma saraivada de críticas vazias, ironias ressentidas e denuncismos calculados.
Por isso volto a relançar a campanha "Folha - não dá para não rasgar"
Agora em parceria com o "Estadão - tudo contra o cidadão"
E com o patrocínio da revista "Veja - como você é bobo"
Enfim, a campanha é livre: grite pacificamente a sua!

Comentários do Blog Grito Pacífico, mudando o mundo com você


PRÊMIO DE LULA ORGULHA O PAÍS, MAS IMPRENSA ESCONDE

Por Ricardo Kotscho - 08/07/2009

http://colunistas.ig.com.br/ricardokotscho/2009/07/08/premio-de-lula-orgulha-o-pais-mas-imprensa-esconde/

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu ontem à noite, em Paris, o prêmio Félix Houphouët-Boigny concedido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura).

Presidido por Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, o júri premiou Lula “por sua atuação na promoção da paz e da igualdade de direitos”.

Não é um premiozinho qualquer. Entre as 23 personalidades mundiais que receberam o prêmio até hoje _ anteriormente nenhum deles brasileiro _ , estão Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul, Yitzhak Rabin, ex-premiê israelense, Yasser Arafat, ex-presidente da Autoridade Nacional Palestina, e Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos.

Secretário-executivo do prêmio, Alioune Traoré lembrou durante a cerimonia na sede da Unesco que um terço dos vencedores anteriores ganhou depois o Prêmio Nobel da Paz.

Pode-se imaginar no Brasil o trauma que isto causaria a certos setores políticos e da mídia caso o mesmo aconteça com Lula.

Thaoré disse a Lula que, ao receber este prêmio, “o senhor assume novas responsabilidades na história”.

Mas nada disso foi capaz de comover os editores dos dois jornalões paulistas, Folha e Estadão, que simplesmente ignoraram o fato em suas primeiras páginas. Dos três grandes jornais nacionais, apenas O Globo destacou a entrega do prêmio no alto da capa.

Para o Estadão, mais importante do que o prêmio recebido por Lula foi a manifestão de dois ativistas do Greenpeace que exibiram faixas conclamando Lula a salvar a Amazônia e o clima. “Ambientalistas protestam durante premiação de Lula”, foi o título da página A7 do Estadão.

O protesto do Greenpeace foi também o tema das únicas fotografias publicadas pela Folha e pelo Estadão. No final do texto, o Estadão registrou que Lula pediu desculpas aos jovens ativistas, retirados com truculência pela segurança, e “reverteu o constragimento a seu favor, sendo ovacionado pelo público que lotava o auditório”.

“O alerta destes jovens vale para todos nós, porque a Amaz}ônia tem que ser realmente preservada”, afirmou Lula em seu discurso, ao longo do qual foi aplaudido três vezes quando pediu o fim do embargo a Cuba e a criação do Estado palestino, e condenou o golpe em Honduras.

“Sinto-me honrado de partilhar desta distinção. Recebo esse prêmio em nome das conquistas recentes do povo brasileiro”, afirmou Lula para os convidados das Nações Unidas.

A honraria inédita concedida a um presidente brasileiro, motivo de orgulho para o país, também não mereceu constar da escalada de manchetes do Jornal Nacional. A notícia da entrega do prêmio no principal telejornal noturno saiu ensanduichada entre declarações de Lula sobre a crise no Senado e o protesto do Greenpeace.

É verdade que ontem foi o dia do grande show promovido nos funerais de Michael Jackson, mas também ganhou destaque na escalada e no noticiário a comemoração pelos quinze anos do Plano Real (tema tratado neste Balaio na semana passada) promovida no plenário do Senado, em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aproveitou para atacar Lula.

Diante da manifesta má-vontade demonstrada pela imprensa neste episódio da cobertura da entrega do Prêmio da Unesco, dá para entender porque o governo Lula procura formas alternativas para se comunicar com a população fora da grande mídia.

Muitas vezes, quando trabalhava no governo, e mesmo depois que saí, discordei dele nas críticas que fazia à atuação da imprensa, a ponto de dizer recentemente que não lia mais jornais porque lhe davam azia.

Exageros à parte, mesmo que esta atitude beligerante lhe cause mais prejuízos do que dividendos, na minha modesta opinião, o fato é que Lula não deixa de ter razão quando se queixa de uma tendência da nossa mídia de inverter a máxima de Rubens Ricupero, aquele que deu uma banana para os escrúpulos.

“O que é bom a gente esconde, o que é ruim a gente divulga”, parece ser mesmo a postura de boa parte dos editores da nossa imprensa com um estranho gosto pelo noticiário negativo, priorizando as desgraças e minimizando as coisas boas que também acontecem no país.

Valeu, Lula. Parabéns!

terça-feira, 30 de junho de 2009

O Demais Nunca Basta aos Banqueiros

O DEMAIS NUNCA BASTA AOS BANQUEIROS

Existem notícias dotadas de um poder mágico, surreal. Conseguem ser classificadas tão rapidamente na categoria do absurdo que quase ninguém do mundo real é capaz de enxergar, sentir e se indignar com esse tipo de notícia. Refiro-me particularmente à notícia Falhas de Mercado e Pobreza no Mundo, que gira em torno (pasmem!) do seguinte dado-denúncia: “Socorro a bancos em 1 ano supera ajuda a países pobres em 50, diz ONU”.

Não porque tais matérias não sejam importantes. Muito pelo contrário: elas saltam aos olhos, rasgam a alma e podem deixar todo mundo petrificado. Calma, não estou falando de bruxas, magos e feitiçarias. Mas a notícia referida (alvo desta crônica) só pode ser, no mínimo, de um outro mundo. E do pior dos mundos possíveis e imagináveis.

Eu próprio confesso que tenho medo de ler essa notícia como deveria. Me envergonho até de divulgá-la como gostaria. Que mundo é esse em que nasci (nascemos)? Que sociedade é essa na qual um dia morrerei (morreremos)? O que nossos filhos e netos haverão de pensar? “Vocês foram capazes disso, em pleno início do terceiro milênio?” Sem explicação.

Enquanto nosso ego hedonista e semi-suicida dominar nossos pensamentos, como finaliza a citada notícia, jamais o absurdo da pobreza falará ao nosso coração, pois nosso pobre coração parece ter assumido a forma de um cifrão; o cifrão do dinheiro, da ambição, da propriedade. Respiramos lucro, processamos caos e defecamos indiferença.

Como musicaria Renato Russo: “esse é o nosso mundo: o que é demais nunca é o bastante...” Os banqueiros que o digam. Nossa felicidade, aquela medida pela órbita de nosso próprio umbigo, é a única que praticamente importa. A África, a Bolívia, o Haiti; todo o resto que se exploda. O capitalismo tornou-se o Deus terreno de nossa maior tragédia civilizatória.

Viramos escravos de uma meta obsessiva, disseminada por uma televisão que nos emburrece e alimentada por uma publicidade que nos enlouquece: consumir o máximo que puder, através do prazer insaciável do ter, na ilusão de atingir um paraíso que essencialmente não existe – ou dura muito pouco. A liberdade individualista do capitalismo produziu um egoísmo material sem precedentes. Mas nem tudo está perdido. A esperança quer nascer.

As falhas não estão simplesmente no mercado. As empresas, por serem a ponta do iceberg, são o contágio menos perigoso e por assim dizer mais curável. O grande problema é: que interesses são institucionalizados e aplicados pelas organizações? Sendo mais direto e específico: quem institucionaliza tais interesses e valores? Pois é; as falhas originais (e corrigíveis) estão, em primeira instância, dentro de nós. Perceberam? Dentro de nós.

Avançamos materialmente o suficiente para solucionar todos os problemas de cada quilômetro quadrado habitável deste planeta, de modo a ninguém precisar passar fome ou ver seu nome ignorado pelas estatísticas distantes do PIB. Por outro lado, temos cada vez menos tempo para se preocupar com o outro, aceitar o diferente e dialogar com as utopias. A urgência pragmática do hoje é a sombra que cega nosso ser para as luzes de um mundo radicalmente melhor. Sim, você adivinhou: um novo paradigma nunca foi tão necessário.

Falhas de Mercado e Pobreza no Mundo

Essa notícia poderia ter mil títulos:

1) Bancos Capitalistas x Países Pobres
2) Quando começaremos a ser humanos?
3) Por que a pobreza não é levada a sério?
4) Quem os banqueiros pensam que são?
5) Onde estava a mídia que não disse nada?

E por aí vai, pois quanto maior o absurdo, maior é a criatividade da indignação. Mas indignação é pouco. Precisamos revisar e reformar profundamente nossos valores humanos e civilizatórios. Afirmando e vivenciando outras atitudes; com a ajuda da blogosfera, mas indo obviamente muito além dela.

[Convido-lhe depois a ler minha crônica O Demais Nunca Basta aos Banqueiros, inspirada nesta notícia tão reveladora quanto absurda.]

Comentários do GRITO PACÍFICO, mudando o mundo com você


FALHAS DE MERCADO E POBREZA NO MUNDO

Por Ricardo Young - 30/06/2009

http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=4442

A manchete da semana – e talvez a do ano, de muitos anos – não mereceu sequer menção dos comentaristas, acadêmicos e autoridades monetárias de todos os países. Eu mesmo li-a quase sem querer. É a seguinte: “Socorro a bancos em 1 ano supera ajuda a países pobres em 50, diz ONU”.

De acordo com a ONU, o setor financeiro internacional foi abastecido, em um ano, com 18 trilhões de dólares de dinheiro público. Em contraste, os países em desenvolvimento receberam, por parte dos governos dos países industrializados, ajuda de 2 trilhões de dólares em 49 anos.

Estes números foram obtidos pela Campanha pelas Metas do Milênio, uma iniciativa das Nações Unidas que promove e monitora o cumprimento das metas que dizem respeito a combate à fome e à miséria, igualdade de gêneros, cuidados com a maternidade e a infância, meio ambiente e educação de qualidade para todos. Os governos de todos os países-membros da ONU se comprometeram voluntariamente a atingi-las até 2015, garantindo, assim, as bases materiais mínimas para uma vida digna a todos os habitantes deste planeta. São necessários 63 bilhões de dólares anuais para o cumprimento destas metas e a ONU já sabe que o mundo não vai chegar lá, por falta de recursos!

Não é de estarrecer! Depois de todo o derrame de dólares!

Será que os governos estão preocupados com o fato de que este recurso, vindo dos impostos dos cidadãos, não ter retornado à sociedade, muito menos contribuído para diminuir a miséria?

Levantamento da FAO (Organização para a Agricultura e Alimentação da própria ONU) dá conta de que, desde o início desta crise, o número da população faminta no mundo dobrou e já ultrapassou a casa do 1 bilhão de seres humanos. Isto significa que uma em cada seis pessoas passa fome atualmente, por causa de uma combinação insidiosa de crise financeira internacional com os preços altos dos alimentos. No monitoramento realizado pela entidade, depois de setembro de 2008, mês da crise, estes preços caíram 14%. Mesmo assim, mantiveram-se 51% acima do patamar registrado dois anos antes. Em palavras simples, a comida continua cara para a maioria das pessoas, mesmo com os preços em queda.

Os dados até aqui arrolados provam que não há, no mundo de hoje, realidade mais desnecessária e abjeta do que a miséria e a fome. No entanto, ela persiste, com ou sem crise. Por quê?

Porque tais problemas deixam a nu a falha primordial do capitalismo: o mercado nunca fará uma distribuição justa dos recursos, serviços, produtos, ou seja lá o que for. Por isso, o capitalismo também não consegue solucionar os grandes problemas da humanidade. Mesmo o Estado, se atrelado à lógica do lucro, não resolve as desigualdades.

Marx dizia que, às vezes, acontecimentos prosaicos têm o poder de deixar cair o véu que encobre as iniqüidades de mercado, como é o caso da manchete aqui comentada. O fato de pouco se ter prestado atenção, muito menos haver reações a ela, demonstra o quanto estamos todos atolados numa visão de mundo que nos adormece e promove a atitude que o filósofo Jürgen Habermas chamou de “a tragédia da essência humana”. Deixamos de perceber o outro e, com isso, nos alienamos da nossa própria vida.

Por isso, este é o tempo da sociedade civil organizada. É o tempo da democratização da democracia. Precisamos construir outra civilização, na qual os cidadãos tenham real e efetivo controle sobre as instituições, os recursos e as decisões. Essa reflexão tem de ocupar a centralidade na questão do desenvolvimento sustentável. Uma coisa é buscar um modelo de desenvolvimento de baixo carbono, regenerar sistemas ambientais e redefinir qualidade de vida. Outra, é se ter a coragem de eliminar a pobreza do mundo, entendendo que a inclusão social é chave para a sustentabilidade e a justiça social. Esta questão traz à tona a redefinição do Estado na distribuição de renda, e das empresas na sua função social.

A agenda de um novo padrão de desenvolvimento é, sobretudo, uma agenda de superação, de coragem e de solidariedade. Qualidades humanas, sem dúvida, mas de uma humanidade que ainda não se expressa pelas suas virtudes mínimas, perdida ainda em seu próprio hedonismo irresponsável.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

POESIA: Promessas de São João

PROMESSAS DE SÃO JOÃO

Quando o discurso acaba
As mentiras e as verdades
Voltam ao silêncio normal
Tão bem forjado pelo jornal

Apelos à consciência foram ignorados
A platéia cumpriu seu impotente papel
Ouviu tudo calada, de braços cruzados
Olhando preguiçosamente para o céu

Quem muito falou, pouco refletiu
Quem muito ouviu, pouco entendeu
Mas quem não veio, nada perdeu
A maioria fingiu dormir ou nos traiu

Sem conscientização e educação
A democracia vira show, vira piada
Adianta juntar toneladas de limão
E não fazer uma gota de limonada?

O palco do circo já foi montado
Os palhaços entraram em cena
E agora desfilam pelo Senado
É tanto escândalo que dá pena

Uma chuva farta de promessas
Escoa todo maldito dia pelo ralo
Como se não tivéssemos pressa
E ninguém pisasse em nosso calo

As festas de São João passam
E as suas fogueiras se apagam
Mas as quadrilhas da corrupção
Nunca interrompem seu plantão

Amanhã será outro dia
E a maquiagem será renovada
Em vez de apontar saída,
A mídia prefere ser comprada

É o arrasta-pé levantando poeira
Propina rebolada para todo lado
E nós aqui sem eira nem beira
Vendo o planeta ser saqueado

Chega de prosa fiada e poesia
Se não levantarmos a cabeça
Para implantarmos nossa utopia
Afundaremos até que anoiteça

( Por Pablo Robles - POETA DO SOCIAL )

domingo, 28 de junho de 2009

A Mídia Pensa Que Não Pensamos

Gostei da referência à degradação SER > TER > PARECER...
(e por aí vai: OMITIR, MENTIR, MANIPULAR etc etc etc
até o INVADIR, AGREDIR, MATAR...)
E nessa "arte" muitas "bondosas democracias" não cansam de dar o pior exemplo para o mundo e a soberania dos outros países, seja aqui na América Latina seja lá no Oriente Médio.

Afinal, os problemas do mundo também passam (e como passam) pela incoerência dos valores humanos. A grande maioria tece discursos altruístas e solidários mas não consegue reconhecer e abrir mão de suas atitudes e condicionamentos egoístas, plantados por uma sociedade moralmente primitiva e suicida.

1) Sobre a mídia: eles inventam a doença e divulgam sintomas artificiais para depois venderem o remédio que só interessa a eles.

2) Quando o Peru massacrou índios como baratas, a mídia não mostrou nem uma gota de sangue. Agora, cada morto no Irã tá valendo mais que nos EUA.

3) Já no Iraque, dezenas de civis continuam morrendo em atentados toda semana. A "democracia" petrolífera importada dos EUA foi a bomba raiz.

Comentários do Grito Pacífico, mudando o mundo com você


O QUE A MÍDIA QUER QUE VOCÊ PENSE

Por Laerte Braga (texto recebido pelo mesmo por e-mail)

Quem que preste o mínimo de atenção ao noticiário dos grandes veículos de comunicação vai constatar que o nome do criminoso Daniel Dantas desapareceu do cenário. Permanecem o do delegado Protógenes Queiroz e do juiz De Sanctis sendo massacrados pela suposta assepsia da mídia em pequenas notícias aparentemente isentas.

Sobre a gravação que não houve - ninguém viu só a revista VEJA, porta-voz oficial do crime legalizado - de uma conversa entre o criminoso Gilmar Mendes (presidente um departamento das empresas de Dantas, A STF DANTAS INCORPORATION LTD) e outro criminoso Heráclito Fortes (o senador que empregava a filha de FHC em seu gabinete) nem se toca no assunto.

São fatos para serem esquecidos. Daniel Dantas entrou na muda, não fala nada e Protógenes e De Sanctis viraram os bandidos da história. Gilmar Mendes continua recebendo pela porta dos fundos do seu gabinete e estacionando seu carro cujo combustível é pago com dinheiro público, em vaga reservada a deficiente físico.

Nas várias operações feitas pela Polícia Federal e que desmantelaram quadrilhas que iam de ministros de tribunais superiores, a desembargadores, senadores, deputados, prefeitos, grande empresários, banqueiros, latifundiários, as quadrilhas de sempre, uma delas ganhou destaque nacional pela imagem que proporcionou.

A do ex-prefeito da cidade mineira de Juiz de Fora, Alberto Bejani, recebendo a propina paga pelos empresários de transportes coletivos de sua cidade e estabelecendo as condições para os meses seguintes. O fato foi divulgado à larga no principal jornal de tevê do País, o jornal da mentira que alguns chamam de JORNAL NACIONAL.

Bejani continua solto, é candidato a deputado e o atual prefeito de Juiz de Fora Custódio Matos é só uma reprodução da corrupção ampla, geral e irrestrita que permanece intocada. Com um pouco mais de sofisticação por ser tucano.

O presidente Lula tem em mãos medida provisória aprovada pelo Congresso que ratifica a grilagem de bandidos na Amazônia e no Pantanal brasileiros, tudo sacramentado pela senadora/bandida Kátia Abreu, do DEM. A medida permite que extensões de terra do tamanho de cidades como Rio ou São Paulo sejam legalizadas depois de tomadas pelos latifundiários - a senadora é latifundiária - e registradas em marmeladas de certidões falsas em cartórios de tabeliões criminosos. Qual não é?

O veto ou não a essa negociata sem tamanho e que compromete a própria soberania nacional, a integridade de nosso território, pasmem-se, depende de acordos políticos, do toma lá dá cá e tudo passando pelas mãos do senador José Sarney, quadrilheiro que opera no Maranhão e no Paraná e segundo Lula "pela sua história não pode ser tratado como homem comum". Nessa lógica Al Capone também não.

O governador de São Paulo, José Serra, notório corrupto, indivíduo - para usar expressão do antigo jargão do noticiário policial dos jornais das décadas de 50/70 - de má catadura e sem caráter algum, está promovendo a liquidação do seu estado naquele negócio de privatizar, terceirizar e tirar o corpo fora de qualquer problema, mas engordando o caixa dois para sua campanha eleitoral. Uma das providências que Serra tomou, por exemplo, foi a de assinar milhares de revistas da Editora ABRIL, a que edita VEJA, em troca do direito de bater a carteira de cada paulista e ainda tentar chegar à presidência para estender seus limites de punguista político.

E assim o tresloucado que governa Minas, Aécio Neves. A corrupta que governa o Rio Grande do Sul, Yeda Crusius. O governador dos muros Sérgio Cabral e nem estou tocando na barbárie da semana passada quando os pistoleiros de Serra, fardados de policiais militares, espancaram, prenderam, torturaram e seqüestraram professores, funcionários e estudantes da USP - Universidade de São Paulo - que o governador/criminoso quer privatizar.

Isso é irrelevante para a mídia à medida que quem paga os "nossos comerciais", os "comerciais do plim plim" são eles os bandidos.

O escândalo do Senado, vamos usar essa expressão, cumpre o papel de "imprensa sadia" no contexto do espetáculo que promovem para fugir da realidade e criar esse institucional falido, pois num dado momento é fácil generalizar sobre senadores, tanto quanto criar o sentimento que Congresso é um custo, um peso, sem ganho algum, abrindo espaço a continuidade das práticas corruptas dos que em tese são denunciados. Caso de Kátia Abreu. Ou de José Sarney. Ou de Fernando Gabeira, paladino da moral e dos bons costumes pego com a boca na botija das passagens cedidas a amigos e etc e tal.

Em meio a tudo isso há um espaço de cinco ou seis minutos para que cada cidadão tome conhecimento do novo modelo de automóvel que pode ser comprado em trocentas prestações, sem entrada. Ou da roupa que coloca o ser no topo mesmo que o estômago esteja roncando e pior, que cria o vazio interior em cada cidadão ou cidadã na esteira de uma indignação fingida, hipócrita e cuidadosamente planejada para você não saiba nada além daquilo que interessa a eles. Por via das dúvidas um monte de marcas de sabão em pó daqueles que tiram qualquer mancha.

E assim é o noticiário internacional. O jornal THE WASHINGTON POST, como o próprio nome indica editado em Washington - responsável pela investigação de dois jornalistas que resultou na renúncia de Richard Nixon - trouxe um artigo de um ex-secretário (ministros por lá são chamados de secretários) do governo Ronald Reagan, um dos mais estúpidos da história dos EUA, revelando os verdadeiros motivos que levam países como os Estados Unidos, Grã Bretanha (protetorado norte-americano na Europa), Itália (bordel particular de Sílvio Berlusconi) e outros, a criar a imagem de barbárie e violência no Irã por conta da vitória do candidato Mahamoud Ahmadinejad.

Não interessava aos donos do mundo. A mídia cumpre o papel de mostrar uma realidade que não existe já que a vitória do presidente - reeleito - foi por larga margem de votos e confirmada pelas instâncias superiores daquele país.

Mas é preciso demonizar o Irã, satanizar Ahmadinejad. Contrariam os interesses dos principais acionistas dos EUA. O estado terrorista de Israel através da AIPAC - AMERICAN ISRAEL PUBLIC AFFAIRS COMMITTEE - com milhões de sionistas/judeus organizados e com vastos recursos para comprar parlamentares naquele país, moldar boa parte da mídia segundo seus interesses (bancos e empresas, muitas delas falidas na crise e salvas com dinheiro do contribuinte), vendendo a idéia de sionistas/judeus sofredores e palestinos terroristas, enquanto roubam terras palestinas, seqüestram, torturam, estupram, matam, prendem e sacam de instrumentos religiosos para se auto proclamarem o povo eleito para dirigir o mundo.

Defender um noticiário isento, livre, um debate amplo sobre todas as questões que dizem respeito ao Brasil - nosso caso - sua inserção no resto do mundo e junto a esse mundo globalizado é o mínimo que se pode fazer e não significa que se esteja querendo importar esse ou aquele modelo. Essa ou aquela solução.

Somos o Brasil, somos brasileiros e brasileiras, temos nossas características de País de múltiplas culturas, não somos um País de brancos de olhos azuis como querem e estamos, gradativamente, sendo transformados em seres aculturados e adoradores de McDonalds e outras coisas mais. A própria língua portuguesa hoje já não é falada por exemplo, em várias áreas da Miami brasileira, a Barra da Tijuca. É que lá as senhoras levam suas cachorrinhas ao cabeleireiro de helicóptero para evitar o stress do trânsito de mortais comuns.

A mídia vende um show. Um espetáculo. Vende ilusão. Vende a mentira dos donos. Essa mentira como diz Débort ("A sociedade do espetáculo", Contraponto, Rio), o espetáculo, "não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediadas por imagens".

Ou, "a primeira fase da dominação da economia sobre a vida social acarretou , no modo de definir toda realização humana, uma evidente degradação do ser para o ter. A fase atual, em que a vida social está totalmente tomada pelos resultados acumulados da economia, leva a um deslizamento generalizado do ter para o parecer, do qual todo ter efetivo deve extrair prestígio imediato e sua função última. Ao mesmo tempo, toda realidade individual tornou-se social, diretamente dependente da força social, moldado por ela. Só lhe é permitido aparecer naquilo que ela não é".

E, aí, "à medida que a necessidade se encontra socialmente sonhada, o sonho se torna necessário. O espetáculo é o sonho mau da sociedade moderna aprisionada, que só expressa final, o seu desejo de dormir. O espetáculo é o guarda desse sono".

Não é difícil entender a constatação da OMS - Organização Mundial de Saúde - porque a depressão será a segunda maior causa de mortes a partir do ano 2020, logo após as doenças cárdio/vasculares.

O "paraíso ilusório", a "cisão consumada no interior do homem".

Se achar que "prozac" não resolve, quem sabe Edir, o Macedo. E tome Faustão.

E nunca se esqueça de olhar embaixo da cama antes de dormir ou trancar bem as portas e janelas, pois lá pode estar escondido um "terrorista" iraniano, ou palestino, pior, um senador padrão José Sarney, ou um governador José Serra. Nesses casos não adianta chamar o 190, é deles.

Por via das dúvidas deixe a GLOBO ligada e se encontrar um desses comece a rezar o pai nosso deles. "Wall Street nossa de cada dia..." Pendure uma cruz de Davi, ao lado da suástica, na entrada da casa. E se algum deles perguntar alguma coisa diga apenas yes y love the Globe. Ajoelhe-se, volte-se para o PROJAC e invoque a proteção de William Bonner. Se quiser pode até colocar, é bom, aumenta a garantia, um retratinho dele sobre a cama, na parede.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Que tal 10 perguntinhas básicas?

Adiante 10 perguntinhas básicas muito bem postas pelo sociólogo, cientista político, escritor e blogueiro Emir Sader, num estilo que lembra a verve ímpar e antenadíssima do uruguaio Eduardo Galeano.

Tais indagações esclarecem muito mais a consciência do que a tradicional verborragia dialeticamente inútil de muitos pseudocolunistas (diplomados ou não) de plantão.

E em homenagem à primeira pergunta, vale até uma dica: vejam o link deste vídeo - http://www.youtube.com/watch?v=4mvp0x2oznw - onde Obama acerta na mosca infeliz e desnorteada da Folha de São Paulo. Quem mandou ela vender o que não é?

Pois este jornal (que faz a ponte entre a matriz ideológica norte-americana e as marionetes brasileiras da mídia comprada), ao contrário do que a publicidade linkada mostra, não tem nada de:
- CRÍTICO (a não ser tantaz vezes do povo); nem de
- PLURAL (exceto para abrandar a ditadura); e tampouco de
- INDEPENDENTE (e se por acaso o for, é antes de tudo da verdade).

Por isso, o seu slogan deveria ser:
"FOLHA - Não Dá Para Não Rasgar"

Comentários do Grito Pacífico: mudando o mundo com você!

PERGUNTINHAS

FONTE: Blog do Emir - 22/06/2009
LINK: www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=320

Perguntinhas que a gente se faz neste tempos. Façam as suas.

1. Otavio Frias é o melhor jornalista da FSP (Força Serra Presidente) e por isso é o editor chefe há mais de 20 anos? Ou é porque recebeu o cargo do seu pai, Otavio Frias, dono da empresa familiar?

2. O Senado deve investigar – a Petrobras, entre outros temas – ou deve ser investigado?

3. A Dora Kramer é uma analista política ou uma das tantas viúvas do FHC?

4. O Artur Virgilio, como sabe – pela votação ridícula que teve para prefeito de Manaus – que não vai mais ser eleito senador, o que vai fazer? Dedicar-se à Zona Franca?

4. O Gabeira, atendendo os apelos do seu palanque – coincidentemente o mesmo de Alckmin e de Serra – vai ser candidato ao governo do Rio de Janeiro? Ou tem medo de ficar sem mandato e por isso vai no certo ou provável: deputado ou senador?

5. Que outras publicações o Serra deveria financiar, comprando exemplares, para evitar sua falência e garantir seu apoio na campanha presidencial?

6. Se com todo o espaço e o tempo na imprensa contra o governo Lula, as pesquisas dão apenas 6% de rejeição ao governo, revelando baixíssima produtividade de escribas das empresas midiáticas de oposição, o que deveriam fazer os patrões: despedir a todos?

7. Serra não deveria passar diretamente a USP para a Secretaria de Segurança Pública, para facilitar o tratamento que dá às universidades?

8. Se FHC mudou a Constituição durante seu mandato, com muitas evidências que tenha comprado votos para isso, sem que a imprensa protestasse e Uribe vai para o terceiro mandato, o caso de Lula é diferente por que razão?

9. Os que insinuavam que o Adriano estava envolvido com alcoolismo, drogas ou coisas mais graves, deveriam se render às evidencias e confessar que ele de fato está mais feliz?

10. Se o crescimento da economia e dos empregos formais fizeram diminuir o déficit da previdência – razão pela qual saiu da pauta da direita -, não é esse o caminho e não cortes nos benefícios?