sábado, 29 de novembro de 2008

Hora de Gritar mais Longe

Qual a sua sensação ao passar um dia vidrado e anestesiado pela overdose da grande mídia? Se tais notícias fossem alimentos e meus ouvidos fossem bocas (sugiro aos melindrosos saltarem esta linha), eu imediatamente vomitaria, pois meus intestinos se recusariam a digerir (para depois defecar o que não presta) tanto sensacionalismo, tantas matérias trágicas, tantos escândalos embalados a conta gotas. Que horror... Os telespectadores não são uma anta.

Meio sem querer fui sendo arrastado para e pela blogosfera. O que pretendia ser um espaço despretensioso de desabafos pessoais foi de repente assumindo intenções mais organizadas. Concluí que podia, como todo blogueiro iniciante, fazer alguma diferença na internet. Ajudar a conscientizar até pessoas que não me conhecem e das quais eu não sei nem o nome. Mas que encontram eventualmente alguma sintonia com aquilo que escrevo, comento e publico.

Quem dera se o dia tivesse 48 horas! Teríamos muito mais tempo para ler livros, arriscando fazer algumas resenhas; investigar acontecimentos, ousando criar alguma matéria; escrever histórias bem elaboradas, dando vida a enredos e personagens. Porém, o fato de termos pouco tempo não significa, sob hipótese nenhuma, que não temos tempo para nada. Principalmente quando investimos em algo cujo único chefe é a nossa consciência.

O Grito Pacífico, depois de gritar baixinho por vários meses, quer gritar mais longe. A partir de agora, minhas centenas de contatos de e-mail passarão a receber os Ecos do Grito Pacífico, um resumo mensal das postagens ecoadas pelo meu blog. Como reza a etiqueta virtual, quem não quiser me avisa que eu deixo de enviar. Mas quem gostar, fique sempre à vontade para indicar aos amigos. Ainda sou leigo em recursos de formatação. Contudo, algum conteúdo útil jaz por aqui.

Como digo no meu blog, este espaço é apenas “um grão de areia nas dunas da blogosfera”. No entanto, é proibido esquecer que as sementes de hoje serão os frutos de amanhã. De grão em grão podemos mudar o mundo. De blog em blog podemos mudar atitudes. De leitor em leitor podemos exercitar a solidariedade comunicativa. Como nos canta Gonzaguinha, “nós podemos tudo, nós podemos mais”. Pelo menos eu e você já somos nós. Obrigado!!!

MÚSICA: Nunca Pare de Sonhar

NUNCA PARE DE SONHAR
(Gonzaguinha)


Ontem um menino que brincava me falou
Hoje é a semente do amanhã
Para não ter medo que este tempo vai passar
Não se desespere, nem pare de sonhar
Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar
Fé na vida, fé no homem, fé no que virá
Nós podemos tudo, nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será

Triste Racismo na Saúde

Nos dias de ressaca da Semana da Consciência Negra (20 a 24 de Novembro), a inconsciência branca insiste em continuar ébria. Só mesmo os livros tendenciosos de história podem fingir que o racismo foi enterrado e que no Brasil só existem resquícios pontuais de uma chaga praticamente extinta. Mais uma mentira para branco dormir (e os negros e demais raças discriminadas acordarem). Não seria muito mais lógico que justamente os negros, com qualidade de vida relativamente mais vulnerável que a dos brancos, fosse tratado através de um carinho a mais, um sorriso mais demorado, um olhar mais fraterno? Claro que seria, mas no mundo do preconceito a razão é a última instância a ser consultada. E um dos endereços desse "mundo", paradoxalmente, são os postos e hospitais públicos de saúde, como os de Brasília, como se os políticos lá instalados inspirassem negativamente o contrário.
(COMENTÁRIO eCoAdO PELO GRITO PACÍFICO, mudando o mundo com você)

Negros e brancos ainda recebem tratamento desigual no sistema de saúde, avalia ONG

Texto: Paula Laboissière, Repórter da Agência Brasil - 18/11/2008
Fonte: www.agenciabrasil.gov.br

Brasília - Levantamentos da organização não-governamental (ONG) Criola, feitos com base em dados do Ministério da Saúde, revelam que negros e brancos ainda são tratados de forma desigual no sistema público de saúde brasileiro. As chances de crianças pretas e pardas com menos de 1 ano de idade morrerem de doenças infecciosas e parasitárias são 44% maiores do que entre as brancas. No caso específico da tuberculose, o risco é 68% superior ao dos não-negros. Também nos registros de morte materna, o risco para mães pretas e pardas chega a ser 41% maior.

Segundo Thiago Ansel, representante da ONG, o Ministério da Saúde, em 2006, já havia reconhecido a presença do racismo no atendimento a negros no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, ao mesmo tempo em que aprovava a Política Nacional de
Saúde da População Negra, o então ministro da Saúde, Agenor Álvares, chegou a afirmar que a discriminação no país se concretiza em problemas como diagnósticos incompletos e exames que não são realizados em pretos e pardos.

“É importante mencionar que o racismo é estruturante na sociedade em que vivemos. O próprio olhar das pessoas é perpassado por essa marca. No Brasil, é de costume que o racismo seja tratado como um conjunto de fatos isolados que ocorrem de forma esporádica, sendo consensualmente considerados execráveis. Racismo não é só episódico, não é somente a ofensa ou o olhar torto. O atendimento no sistema de saúde pública brasileiro é um exemplo emblemático, pois mostra uma das piores faces da descriminação racial: a morte de negros e negras”, destaca Ansel.

Em seu site na internet, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) classifica como chocantes os contrastes entre os indicadores de saúde de negros e brancos e observa que, ainda com uma avançada legislação, o SUS não é capaz de garantir a toda a população brasileira a mesma qualidade na atenção à saúde.

A auxiliar educacional Regina da Silva Costa, 43 anos, conta que já enfrentou o preconceito na rede pública de saúde, até mesmo ao pedir informação ao chefe de uma instituição médica no Distrito Federal. “Precisava de um encaminhamento para uma junta médica, mas ele não me atendeu e gritou comigo. Me senti muito humilhada, estava de chinelo”, lembra Regina, que mora na cidade de Taguatinga, no DF. Ela acredita que, se tivesse “bem arrumada” e fosse branca, teria sido mais bem atendida.

“Mas como foi uma neguinha, sem eira, sem nada... Disse a ele que não aceitava que tivesse falado comigo naquele tom. Pegamos o nome dele e levamos nas pequenas causas [Juizado Especial Cível] por danos morais. Me senti humilhada, porque tinha muita gente. A única pessoa que me ofereceu um copo com água foi a pessoa da limpeza. Fui muito humilhada e tenho certeza que foi por causa da cor”, afirma a auxiliar educacional.

Moradora de Formosa (GO), Eunice de Souza, de 49 anos, também tem relatos de tratamento desigual em postos de saúde no Distrito Federal. “Se tem um branco e um preto, o de pele escura fica para o cantinho”, ressalta. Para ela, a desinformação e o espaço limitado para debates agravam o preconceito. “Acho que isso já deveria ter sido derrubado há muito tempo porque todo ser humano é igual e todos merecem ser tratados da mesma maneira.”

A estudante Bárbara Barbosa Lima, de 17 anos, conta que foi a um posto de saúde do Distrito Federal na última segunda-feira (17) e que, ao apresentar o pedido para a realização de um exame, foi ignorada pelo atendente. “Ele disse 'não vou fazer exame seu não'. Quando saí, uma amiga falou que o atendente tinha dito 'esse povo preto é tudo assim'”, relata.

Procurados pela reportagem da Agência Brasil, profissionais de saúde dos postos e hospitais visitados não quiseram se manifestar sobre o assunto.

(os Grifos são do Grito Pacífico)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Salário Mais Justo aos Professores

Um país sem educação não tem futuro nem pode ter soberania. Além de muito respeito, os professores brasileiros também merecem uma remuneração justa e minimamente decente. Está nas mãos do Poder Judiciário garantir mais um passo rumo à cidadania brasileira, ameaçada neste caso pela miopia e arrogância governamental de cinco Estados, que não souberam respeitar as amplas discussões democrátidas ocorridas. Devemos divulgar esta boa luta e acompanhar a consolidação plena de sua vitória.
(Comentários ecoados pelo Grito Pacífico)

LUTA EM DEFESA DO PISO GANHA APOIO DE PARLAMENTARES

AUTORIA: CNTE - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
FONTE: http://www.sinproesemma.com.br/2008/11/20/Pagina1449.htm (20/11/2008)

A CNTE acaba de ganhar um apoio importante na luta em defesa da implantação do Piso Salarial Profissional Nacional. Foi lançada, oficialmente, nesta quarta-feira (19), durante sessão da Comissão de Educação da Câmara, presidida pelo deputado João Matos (PMDB/SC), a Frente Parlamentar em Defesa do Piso Nacional do Magistério, uma iniciativa contra a ADIN 3772 (Ação Direta de Inconstitucionalidade) ajuizada no Supremo Tribunal Federal pelos governadores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Ceará e Mato Grosso do Sul contra a Lei 11.738/08, que instituiu o Piso.

A deputada Fátima Bezerra (PT-RN), eleita coordenadora da Frente, disse que a Lei do Piso foi amplamente discutida com a sociedade, no Congresso e nos estados e que uma das maiores preocupações foi a de dar condições para que todos os governadores tivessem recursos para arcar com o pagamento do novo salário. Agora, segundo a deputada, a tarefa “é garantir a constitucionalidade da lei e a sua implementação nos estados e municípios ". A deputada marcou para a próxima semana uma reunião de trabalho.

Para a senadora Ideli Salvati (PT/SC) "a Frente Parlamentar vem em boa hora para se contrapor à ADIN, uma vez que a ação proposta pelos governadores é uma afronta ao Congresso Nacional e ao Movimento Sindical". A petista informou que também foram criadas frentes parlamentares nos estados do Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul pela implementação da Lei do Piso Nacional. "Devemos incentivar a criação dessas frentes em todos os estados", defendeu.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou “que preferia que tivesse sido feito um acordo no país, como ocorreu com a Lei Áurea, há 120 anos, e que nenhum estado contestasse a Lei do Piso aprovada após cinco anos de debate com o apoio do presidente Lula e do ministro da Educação e que passou pelas comissões de Constituição e Justiça do Senado e da Câmara”.

A sessão de lançamento da Frente Parlamentar contou com a presença de representantes de movimentos sindicais, trabalhadores em educação, senadores, deputados e do ministro da Educação, Fernando Haddad. Segundo ele, quem se omitiu durante a discussão para criação do Piso não pode reclamar. "Todas as planilhas para definição dos valores do Piso foram calculadas a partir dos Orçamentos dos estados mais carentes. Se os estados mais pobres podem pagar, é evidente que os mais ricos também podem", enfatizou Haddad que acrescentou: "A postura do Executivo Federal será de defender a constitucionalidade do piso".

O vice-presidente da CNTE, Milton Canuto, representou o presidente da entidade e saudou a criação da Frente a qual representa o enfrentamento real ao debate feito ao longo desses 14 meses em favor dos trabalhadores em educação. "Trata-se de um ato político e não técnico, porque os estados ditos mais pobres da federação, como Alagoas e Piauí, já pagam o Piso e o percentual hora-atividade em alguns municípios é maior do que o proposto na Lei 11.738/08", enfatizou.

Milton Canuto afirmou que a categoria está mobilizada e aproveitou para convidar a todos para a grande mobilização que a CUT (Central Única dos Trabalhadores) vai promover em Brasília, no dia 3 de dezembro, em favor do Piso e de outras lutas.

Já o deputado Carlos Abicalil (PT/MT), enfatizou que a criação da Frente Parlamentar "é um passo decisivo para afirmarmos o que pretendemos – um Sistema Nacional de Educação conforme proposto na 1ª Conferência Nacional de Educação Básica". Segundo ele, o financiamento da educação é responsabilidade de todos os entes federados.

O deputado Iran Barbosa (PT/SE) voltou a defender o Piso ao afirmar que "representa um passo inicial para garantir a viabilidade da educação de qualidade". Disse também "não ter dúvida de que o Poder Judiciário referendará esta importante conquista nacional que é o Piso Salarial Profissional do Magistério".

sábado, 15 de novembro de 2008

Abram Alas para a Professora Selma


Primeiramente, transcrevo abaixo a íntegra do comentário deixado pela professora Selma, em resposta à minha crônica "A Professora que Emocionou um Blog". Em seguida, acrescento minhas palavras renovadas de incentivo, estendendo-os em sentido amplo a todos os educadores de nosso criativo e próspero país que hoje já pode começar a se orgulhar como uma grande potência mundial.

Olá, "Sou Selma Mascarenhas, professora da rede pública do estado da Bahia. Ao passar o filme "O Óleo de Lorenzo" para a turma do 3º ano do Ensino médio, percebi o interesse sobre a tématica do mesmo, por isso resolvi trabalhar de forma diferente. Na sala, discutíamos sobre a mensagem de vida transmitida pelo filme. E com isso, os alunos fizeram, oralmente e por escrito, resumos da obra,resenhas e análise crítica. Ao pesquisar na internet algo sobre filmes encontrei esse blog e o achei interessante, por isso resolvi publicar o que tínhamos trabalhado em sala. Levei essa turma- as outras trabalham com o orkut-Comunidade de Língua Portuguesa-para visitar o blog, ler as sinopses e reescreverem as resenhas já feitas em sala. Não imaginávamos que seríamos tão bem recebidos no mundo virtual e fico realmente feliz em saber que outros podem aproveitar o exemplo e trabalhar com suas turmas. O resultado foi gratificante, os alunos gostaram muito dessa atividade. O meu objetivo maior era fazê-los refletir sobre a vida, tornando-os críticos, persitentes, e lutadores. Parabéns a você que idealizou este blog, eu já selecionei outros itens para trabalhar com outras turmas, e certamente plantaremos uma sementinha que dará algum dia frutos." (Palavras exemplares da Professora SELMA, ecoadas pelo Grito Pacífico, no domingo do dia 09/11/2008)

Amiga educadora, humanamente Selma, dizem as boas línguas que a blogosfera ajudou a eleger a mais nova semente da geopolítica mundial, que atende pelo nome de Obama. Em minha otimista visão, a Mudança venceu o Poder. Mas enquanto o Barack investiga as origens e soluções do caos internacional, voltemos os holofotes para sua iniciativa local.

O que seria da natureza se não fossem as frondosas árvores que um dia já foram franzinas sementes? Para brindar as manifestações emanadas de seu próprio punho, o Grito Pacífico, em notas suaves de gratidão, amplifica aqui esta linda estrofe de pensamento, deixada por Henfil, um célebre e engajado cartunista brasileiro, também jornalista e escritor, que agora deve estar pintando, onde quer que esteja, caricaturas sombrias sobre nosso planeta, ainda analfabeto na lição de solidariedade que você soube tão bem plantar e semear na Bahia entre seus alunos.

"Se não houver frutos, valeu a beleza das flores; se não houver flores, valeu a sombra das folhas; se não houver folhas, valeu a intenção da semente." (HENFIL)

Eu não sou quase nada. A blogosfera ainda é um experimento em consolidação. Porém, se cada um de nós acreditar pelo menos um pouquinho em tudo aquilo que somos de bom e sonhamos de melhor, conheceríamos felicidades nunca antes imaginadas e a ignorância seria coletivamente extinta desta orbe, levando consigo os escombros de miséria intelectual, moral e espiritual que insistem em contaminar tantas mentes e corações, dentro e fora da maioria das salas de aula.

Se um extraterrestre minimamente evoluído visitasse nosso planeta agora, ele se espantaria com os paradoxos terrestres e certamente concluiria: "Este Mundo é um Mistério". O turista do além não entenderia porque líderes mundiais entram em desespero para salvar um modelo econômico incurável (o tal do neoliberalismo) e atenuar a falência de suas ambições financeiras, enquanto nunca houve uma mobilização séria e unificada para salvar o problema social reversível da África.

Em geral, Dona Selma, me desculpe a franqueza. Nossa educação formal está na UTI. Você e seus demais colegas educadores precisam ser polivalentes: médicos, enfermeiros, psicólogos. E essa doença atinge níveis crônicos nas academias. Os professores ficam discutindo teses. Os alunos ficam enfeitando diplomas. E o discurso da cidadania continua ali, comportadinho e geralmente intocável, brincando de imitar a cereja do bolo: o apêndice desprezível e impotente de um sistema formativo caduco, que comercializou o saber e prostituiu as utopias.

Você e seus alunos assistiram, debateram e escreveram sobre o filme O Óleo de Lorenzo. E foram mais longe: publicaram isso na internet para que qualquer outra pessoa (aprendiz ou mestre em potencial) se sensibilizasse com a importância sublime desse gesto e se sentisse convidada a adaptar esta dica para sua própria realidade cotidiana. E um último detalhe: seguramente esta idéia não estava no currículo porque ela não cai - e nem precisa caber - no famigerado Vestibular.

Isso é simplesmente fantástico, professora Selma. Você sacudiu a blogosfera e a militância virtual com sua atitude, que por acaso foi repercutida em meu blog. Pelo menos por algumas horas, quando parei para escrever este texto e o anterior, me tornei, mesmo aqui do Ceará, mais um aprendiz guiado pela vocação de mestre que você de alguma forma deve representar para diversos meninos e meninas da Bahia. Você agigantou sua alma educativa e ousou destoar da multidão, inspirando-se vivencialmente nos grãos de luz adubados pelos eternos educadores que cumpriram com louvor sua missão de amor, orientação e mudança, como a passagem seguinte - que por um venturoso acaso li ontem antes de dormir - metaforicamente exprime:

"Educar é, entre outras premissas, olhar para frente. Mas esse olhar não nos leva a nada se uma multidão nos separa do horizonte. Em circustâncias como essas é que precisamos de um ombro amigo e seguro, pois se sobre ele pudermos nos apoiar, enxergaremos longe, muito além da multidão" Essa parábola pode perfeitamente se contextualizar em nosso cotidiano se pensarmos que a "multidão" representa as dificuldades e as limitações impostas ao mestre em sua luta diária, e os "os ombros" se identificam com as admiráveis lições que podemos extrair de mestres geniais como Piaget, Vygotsky, Freinet, Dewey, Paulo Freire, Maria Montessori e muitos outros. Quando soubermos fazer de seu legado e do exame atento de suas obras um caminho, por certo estaremos nos apoiando em ombros fortes e, dessa maneira, ensinando melhor e plantando amanhãs." (CELSO ANTUNES, pág. 10 do livro "Piaget, Vygotsky, Paulo Freire e Maria Montessori em minha sala de aula")

Senhores e senhoras, batam palmas e abram alas para a professora Selma, que veio receber o Oscar profetizado na crônica anterior e proferir o discurso bloguificado no início da presente crônica, prosseguindo e realimentando o ciclo virtuoso de um futuro grandioso e mil vezes mais humano, com gerações de escolas mais reflexivas, críticas e lutadoras, conforme frisou a mulher homenageada pelo Grito Pacífico, antes que a internet voltasse em coro a aplaudi-la e difundi-la.

Para indexação no blogblogs

BlogBlogs.Com.Br

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

POEMITO XI: Versos em Grito

"Caminhe de mãos dadas com a oportunidade
Não enterre seus planos antes de enfrentá-los
Não se deixe paralisar por medos imaginários
Os frutos colhidos são sementes de felicidade"
(VEIA ESTOURADA do Poeta do Social)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

POEMITO X: Versos em Grito

O presente é uma fronteira sem muro
Coabitada por saudades e sonhos
Que nunca remam para o mesmo lado:
Cada sonho é um turista do futuro;
Cada saudade, um turista do passado.
(VEIA ESTOURADA do Poeta do Social)

Repensando e Humanizando a Gestão

Entre a política e a economia existe uma coisa que costuma acompanhar pelo menos um terço de nosso dia-a-dia. Essa coisa se chama gestão, que diz respeito a tudo aquilo que interfere no modo como as nossas atividades são organizadas, combinadas e distribuídas, tendo geralmente em vista a realização de objetivos comuns e resultados coletivos. Tais práticas, portanto, exercem uma influência decisiva e contínua em nossa identidade, carreira e satisfação profissional. Infelizmente, o mundo da gestão está eivado de mitos, tensões e anacronismos. Como toda categoria idealizada, a administração seria perfeita se não fossem os administradores. De fato, muitos administradores (seja de empresas, de países ou de sonhos) empobrecem, desvirtuam e desumanizam os processos gerenciais, transformando os colaboradores das organizações em meras engrenagens dos jogos de poder, manipulação e encenação representados por seus chefes, executivos e presidentes. O texto seguinte desconstrói alguns perigosos modismos e lança valiosos postulados no campo da gestão.
(Grito Pacífico de PABLO ROBLES, mudando o mundo com você)

A Arte, a Construção e a Ciência da Estratégia Corporativa

FONTE: Portal HSM On-line (10/11/2008)
LINK: http://www.hsm.com.br/canais/coberturadeeventos/expo2008

O estilo americano de administração está descarrilado e esse é um dos problemas básicos da atual crise financeira. Com essa contundente crítica ao sistema corporativo, um dos mais conceituados pensadores da administração contemporânea, Henry Mintzberg, apresentou o tema de sua palestra na ExpoManagement 2008. O pesquisador mostrou a importância das organizações se tornarem mais humanizadas e participativas.

Professor de administração na McGill University, do Canadá, Mintzberg defende a idéia de que as organizações funcionam melhor quando reconhecem a importância das pessoas –funcionários, clientes e fornecedores– em lugar de apenas se verem como geradoras de valor aos acionistas. “Quando uma empresa começa a dispensar pessoas só porque não atingiu as cotas, está destruindo a comunidade”. Para o pesquisador, o modelo de administração em que os números ditam todas as ações e as estratégias cria empresas não-sustentáveis.

O professor defende que os atuais modelos de gestão devem ser repensados, a começar pela própria formação dos gestores. “Não se cria um administrador ou um líder na sala de aula”, diz. Sobre esse assunto, o pesquisador escreveu Managers Not MBAs, livro no qual critica a “fábrica” de administradores.

Mintzberg considera que o ensino da administração enfatiza excessivamente a ciência (análises e ferramentas) e, muitas vezes, exalta a arrogância em nome da liderança. Com bom humor, resume sua idéia: “Bush fez MBA em Harvard”.

MEIAS VERDADES DA ADMINISTRAÇÃO

Para Mintzberg, “todas as verdades são meias verdades”. O pesquisador lembra que se repete exaustivamente que vivemos em uma época de grandes mudanças. Mas, há 50 anos, a percepção de transformações aceleradas era a mesma, como mostra o trecho de um artigo da revista Scientific American da época: “Mais foi feito (...) no curso dos últimos 50 anos da nossa vida do que ao longo de todo o resto da existência da espécie humana”.

“Quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem iguais”, afirma o palestrante. Segundo ele, nós é que não notamos as coisas que não mudam.

Outra meia verdade difundida entre os profissionais é a visão que o administrador deve ficar no topo. “O ponto mais alto da pirâmide não é o lugar mais adequado para se gerenciar uma empresa. Lá, você está por fora e não tem a menor idéia do que está acontecendo por dentro”, acrescenta o professor.

As organizações devem funcionar como um todo orgânico e não como partes independentes. Para ilustrar essa idéia, Mintzberg mostrou uma peça publicitária, com o título “Isto não é uma vaca”, na qual uma vaca era mostrada esquematicamente com suas divisões. Para Mintzberg, as empresas com freqüência adotam sistemas de gerenciamento no qual as áreas têm dificuldade em partilhar informações e trabalhar juntas. Uma vaca, porém, sem a ciência de suas partes, forma um conjunto harmônico, promovendo o bem-estar geral do organismo.

O pesquisador acredita que o melhor modelo de gerenciamento é aquele no qual o gestor se coloca no centro e estabelece comunicação entre todas as áreas, sendo um ponto de referência e ligação entre essas partes. Desse modo, pode catalisar mudanças importantes: “De toda parte emanam pequenas decisões que podem se tornar grandes estratégias”.

O especialista explica que a administração baseada unicamente nos resultados e na estratificação tende a criar uma visão danosa em relação às partes que compõem a organização. “Acho que classificar as pessoas como recursos humanos faz parte dessa perspectiva destrutiva. Se a empresa não consegue lucros tão bons, então é só despedir os ‘recursos humanos’”, exemplifica.

Administrar, para o palestrante, engloba três esferas: a arte, a ciência e a construção. Nesse triângulo, cada aspecto do administrador fica evidenciado. No primeiro caso, os insights e a imaginação. No segundo, há foco na análise e na comprovação sistemática. A construção, por fim, diz respeito à experiência e ao aprendizado prático.

(Fim da matéria).

Quem é Henry Mintzberg?

“A revista Fast Company considerou Henry Mintzberg como “uma das mentes mais criativas no campo da gestão”. O Financial Times classificou-o como um dos dez mais destacados pensadores sobre Administração no mundo. (...)

É professor de Management e Estratégia na McGill University, no Canadá, e professor visitante da Université Aix-Marseille, na França, da Carnegie Mellon University, da London Business School e do Insead. (...)

Mintzberg é autor de mais de 140 artigos e 12 livros, entre os quais se destacam Safári de estratégia, The strategy process, Mintzberg on management e o polêmico MBA? Não, obrigado.Obteve o mestrado e o Ph.D. em Administração de Empresas pelo Massachusetts Institute of Technology”

FONTE:
http://www.hsm.com.br/eventos/expomanagement/auditorioprincipal/programacao08

domingo, 9 de novembro de 2008

Repassem Carta a Obama

Longe de jogar uma balde de água fria na brisa de entusiasmo acendida por Obama no farol democrático da América Latina, mas os sucessivos erros do passado não podem ser dissolvidos pelo olhar da história, sob pena de que a esperança de um novo futuro se desmanche como uma miragem. A América Latina, ademais, vive uma forte onda democrática nessa última década, como nunca se viu. Essa carta faz um balanço necessário e objetivo de questões que precisam ser mais observadas e inclusive atendidas tanto quanto possível. Só para ilustrar, o Grito Pacífico já se antecipa para votar e assinar embaixo (e também encima e nas laterais) um dos itens desta correspondência: suspensão universal do direito ao veto. Repassem-na solidariamente. (Pablo Robles)

FONTE: Agência Carta Maior (http://www.cartamaior.com.br/)
SEÇÃO: Internacional - 04/11/2008

Nossa Carta a Obama

(Essa carta está aberta a adesões de veículos da pequena grande imprensa alternativa de todo o mundo.)

O seu governo pretende resgatar a imagem dos EUA no mundo e mudar sua relação com a América Latina. É preciso que o sr. saiba que a imagem do seu país no mundo é a imagem da maior potência imperial da história da humanidade. Que à horrível imagem de potência intervencionista no destino de outros países, de exploradora das suas riquezas, ao longo de todo o século passado, se acrescentou no século XXI a política de “guerras humanitárias”, invasões que mal escondem os interesses de exploração e opressão de outros territórios e povos, de que o Iraque e Afeganistão são os exemplos mais recentes.

Não basta retirar as tropas do Iraque imediatamente – embora isso seja um começo indispensável para o resgate proposto. É necessário fazer o mesmo com o Afeganistão, assim como terminar com o apoio à ocupação israelense dos territórios palestinos, reconhecendo o direito à existência de um estado palestino soberano. No caso da América Latina, é imprescindível terminar com a Operação Colômbia, que militariza os conflitos naquele país, e os que ele provoca, com graves riscos de produção de crises regionais, pela dinâmica belicista do Exército e do governo colombiano.

Para demonstrar que mudou de atitude, os EUA devem, sobretudo, terminar definitivamente com o bloqueio a Cuba, desativar sua base de interrogatórios ilegais e torturas na base de Guantanamo e devolver esta incondicionalmente a Cuba, terminando com a prepotente e juridicamente insustentável usurpação de território cubano, que dura já mais de um século. Deve retomar relações normais entre os dois países, respeitando as opções do povo cubano na definição soberana dos seus destinos.

Os EUA devem reconhecer publicamente o grave erro de terem apoiado o golpe militar de abril de 2002 contra o presidente Hugo Chavez, legitimamente eleito e reeleito pelo povo venezuelano. Devem terminar definitivamente com articulações golpistas nesse país, na Bolívia e no Equador e comprometer-se, publicamente, a nunca mais desenvolver atividades de ingerência nos assuntos internos de outros países.

Se quiserem ter relações cordiais com a América Latina, o novo governo dos EUA devem destruir imediatamente o muro na fronteira com o México, legalizar a situação dos trabalhadores imigrantes nos EUA e favorecer a livre circulação das pessoas, como tem pregado a livre circulação de mercadorias e de capitais.

Além disso, os EUA devem deixar de utilizar organismos internacionais como a OMC, o FMI, o Banco Mundial, para propagar e tentar impor suas políticas, as mesmas que levaram ao fracasso dos governos que seguiram as suas receitas, assim como à crise financeira internacional que hoje grassa no planeta. Os países da América Latina e do Sul do mundo devem ter liberdade para encontrar suas próprias alternativas e soluções à crise, gerada nos EUA, que devem assumir suas responsabilidades e não permitir a exportação de seus efeitos negativos.

Se quiserem voltar a ser respeitados, os EUA devem deixar de tratar de favorecer ou forçar a exportação de sua mídia, de sua indústria cultural, de sua forma de vida, que pode ser boa para os EUA, mas pode ser nefasta para outros países. Essas fórmulas, muitas vezes impostas, favorecem formas ditatoriais de imprensa, formas estereotipadas de ver o mundo, modos consumistas de viver. Que os EUA deixem cada país escolher suas formas de se pensar a si mesmo, de ver o mundo, de viver e de produzir arte e cultura.

Se o sr. quiser fazer um governo diferente, deve abandonar qualquer idéia de querer impor o que os EUA considerem que seja democrático. Que cada país, cada povo, defina seu próprio caminho. Os EUA nem inventaram a democracia, nem são mais democráticos que muitos outros países.

Os EUA devem abandonar suas pretensões de ser um império mundial que zele pela ordem imperialista no mundo. Devem dar espaço para que progrida o espaço de um mundo multipolar, em que todos os países participem das decisões fundamentais. Neste sentido, devem apoiar o fim do direito de veto no Conselho de Segurança da ONU, devem dar lugar à democratização desse órgão. Devem obedecer as decisões da ONU de terminar o bloqueio à Cuba, em favor do direito do povo palestino a um estado próprio e independente, entre tantas outras decisões, bloqueadas pelo veto norte-americano. Se vetos de outros países há, isso deve ser combatido pela suspensão universal do direito ao veto.

Em suma, se os EUA querem reconquistar o respeito dos outros povos do mundo, se querem resgatar a imagem do seu país que se deteriorou, devem se considerar como um país entre outros, e a eles igual, não como uma potência eleita para a missão de impor a ordem imperial e os interesses capitalistas no mundo. Devem respeitar as decisões que outros povos tomem no sentido de escolher caminhos antiimperialistas e anticapitalistas. Devem assinar o Protocolo de Kyoto, aceitando reduzir suas emissões de gases poluidores, condição básica para iniciar uma nova etapa na luta contra a destruição ambiental no planeta. Devem diminuir seu orçamento militar, revertendo essas verbas para o campo social. Devem combater os monopólios privados da mídia, a indústria tabagista, a da segurança para-militar, devem colocar como seu objetivo principal construir uma sociedade justa, a começar pela de seu próprio país, aquele em que, dentre aquelas do centro do capitalismo, a desigualdade mais cresceu nos últimos anos.

Se o sr. fizer tudo isso, ou pelo menos se mover nessa direção, pensamos que poderá contar com o respeito e com relações cordiais por parte dos governos populares e dos povos da América Latina.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A Mudança Venceu o Poder

Gostaria de escrever mais e vou tentar fazê-lo depois, quando eu e o mundo pudermos digerir um pouco melhor as repercussões dessa esperança de mudança chamada Obama. Desafios hercúleos esperam o novo presidente norte-americano, que por tabela será a liderança política mais influente e observada nos próximos quatro e muito provavelmente oito anos, pois se pelo menos um terço de suas promessas saírem da inércia, seus aplausos merecerão biz. Barack - que significa “abençoado” em árabe - deverá catalisar muita força de espírito e sabedoria terrena para se desvencilhar dos fantasmas amaldiçoados e fardos catastróficos da era Bush, marionete de carteirinha das indústrias armamentistas e petrolíferas que pintaram (de sangue) e bordaram (de medo) o nosso santo e falível planeta. E olhem que, para não me esguelar tanto, evitei mencionar os megaespeculadores neoliberais que puseram a economia de joelhos. Iraque, Afeganistão e outras vítimas, perdoem a insanidade do clã Bush e rezem, de corações irmanados com o Quênia (berço paterno do Hussein) e outras nações pobres, para que seu sucessor, sob o manto da militância comunitária, da origem negra e da justiça democrática, saiba honrar as melhores virtudes de nuestra querida América. Parafraseando parcialmente um outro presidente popular, ainda que barbudo e sem canudo (mas nem por isso menos eloqüente e sapiente), deste continente em sadia ebulição, este blog não vê a hora de gritar: “a mudança venceu o poder”. Boa sorte, Barack Hussein Obama! E para não perder o bonde, pego carona nas admoestações e chamamentos evocados pela notícia adiante, cujos grifos eu assumo.
(Grito Pacífico de Pablo Robles, mudando o mundo com você)

Países aproveitam vitória de Obama para fazer críticas aos EUA

FONTE: http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoeseua
05/11/2008 (Redação com agências internacionais)

Líderes de países hoje antipáticos aos Estados Unidos aproveitaram a vitória de Obama para criticar o país e principalmente o governo Bush, ao mesmo tempo em que pressionavam o novo presidente por mudanças nas relações.

O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, pediu nesta quarta-feira a seu futuro colega americano Barack Obama um "diálogo construtivo", acusando os Estados Unidos de todos os males e brandindo a ameaça de uma retaliação ofensiva ao projeto de escudo antiamericano na Europa.

"Esperamos que nossos parceiros, a nova administração dos Estados Unidos, optem por manter boas relações" com a Rússia, declarou Medvedev. Ele denunciou a "política prepotente da administração americana" que teria provocado a "tragédia de Tskhinvali".

Medvedev se referia ao conflito armado de agosto passado entre Rússia e Geórgia. O estopim deste conflito foi o território separatista georgiano da Ossétia do Sul, que tem como capital Tskhinvali. "Não recuaremos no Cáucaso", sentenciou, afirmando que a guerra na Geórgia, um país pró-americano, "desestabilizou a ordem mundial".

Nos países em que os EUA estão em guerra, a reação foi otimista, mas cautelosa. O ministro de Relações Exteriores iraquiano, Hoshyar Zebari, elogiou a vitória, mas disse que seu país não espera "grandes mudanças" em relação à política americana no Iraque.

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, pediu a Obama mudanças na "guerra contra o terror" que o Exército americano faz no país.

No Irã, o regime dos aiatolás entendeu a vitória do candidato democrata como uma prova do fracasso das políticas do atual presidente americano, George W. Bush, e reiterou que o que os EUA precisam é de uma mudança de atitude.

Já o dirigente da política oficial do Hamas, Khaled Meshaal, disse que seu grupo está preparado para negociar "de forma aberta" com qualquer governo dos EUA que respeite os direitos dos palestinos.

Para Meshaal, os "EUA precisam de uma mudança mais que o resto do mundo pelas políticas errôneas do presidente George W. Bush durante os últimos oito anos".

Já a Síria ainda não reagiu oficialmente à vitória do candidato democrata Barack Obama nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, embora a imprensa local tenha expressado hoje esperanças com o início de uma nova era. O periódico estatal "Al Zaura" assinalou que a Síria espera uma mudança real na política externa americana com a nova Administração para ajudar a estabelecer a paz e a segurança no Oriente Médio.

Por sua parte, o editor-chefe do diário oficial "Tishreen", Issam Dari, escreveu que "todos os árabes dirão que qualquer novo presidente dos EUA será melhor que George W. Bush, qualquer nova Administração será melhor que a atual".

CUBA

Junto com as felicitações, alguns dos principais dirigentes da América Latina pediram que Obama acabe com o embargo a Cuba."

Espero também que acabe o bloqueio a Cuba, que não tem nenhuma explicação humana", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após pedir que Obama tenha uma "relação mais forte com a América Latina, com o Brasil e com a África" para que os países mais pobres possam se desenvolver.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, exigiu o fim do embargo a Cuba e expressou seu desejo de os EUA "retirarem suas tropas de alguns países".

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, parabenizou Obama e disse que "chegou a hora de estabelecer novas relações entre nossos países e com nossa região, com base nos princípios do respeito à soberania, à igualdade e à cooperação verdadeira", segundo uma nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores venezuelano.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

GRITO, LOGO EXISTO

Um site monitorado pelos radares da mudança
Um dardo que desmonta as bolhas da omissão
Uma manifestação enérgica embalada de afeto
Um clamor inspirado pelas preces da esperança
Uma ponte onde transitam os ecos da militância
Uma garganta que equaliza timbres de altruísmo
Um apito que desperta a paralisia dos neurônios
Uma gota guiada pelas correntezas do idealismo
Uma mensagem iluminada pelos faróis da utopia
Uma voz que irriga os interstícios da consciência
Uma súplica eternizada pelas profecias da justiça
Um refrão que embala o coro das transformações
Um náufrago que rema na contramão da ideologia
Um curto-circuito tensionado pela razão x emoção
Um projétil que atravessa os muros da indiferença
Um canal que veicula as ressonâncias da verdade
Um desabafo que deixa suas cicatrizes por escrito
Um sentido perdoado pelos paradoxos do absurdo
Um meteoro que desaba os castelos da ignorância
Um gesto que se veste de mil e uma sensibilidades
Um produto digital do desfile de dedos pelo teclado
Um pássaro sem rumo mirando os labirintos do céu
Uma poeira de lucidez peregrinando no caos virtual
Uma semente regada pela criatividade e indignação
Uma postagem sedenta de visitantes e comentários
Uma rima batizada pela Legião Urbana e Pink Floyd
Um sorriso de gratidão arremessado por esta poesia
Um convite para que outro mundo saia logo do papel

É contigo que eu reflito e por isso mesmo insisto:
É por você, amigo/a leitor(a), querido/a blogueiro(a),
Que eu, mesmo sendo apenas da vida mais um passageiro,
Em alto e bom negrito, pacificamente grito, logo existo.

( Por Pablo Robles - POETA DO SOCIAL, mudando o mundo com você )

OBS.: Você acabou de ler e prestigiar uma Poesia Especial em homenagem à marca recente de 100 (cem) postagens ecoadas pelo Grito Pacífico, endereçada especialmente aos amigos do dihitt, do orkut e da militância sociovirtual.