sexta-feira, 16 de novembro de 2007

DESABAFO: Globalização da Loucura


Mundos incontroláveis e imcompreensíveis se confundem, se sucedem , se desorganizam e se reajustam dentro de mim.

Uma legião de ideais se exilou do bom senso e não consegue achar o caminho de volta para a realidade, especificamente para uma realidade onde as utopias são geralmente mal-vindas e desacreditadas. Os livros são um dos poucos companheiros que me entendem, me libertam, me desafiam e me protegem.

Minha mente atormentada, meu coração volúvel e meu espírito inquieto não conseguem se adaptar, se enquadrar e se converter às rotinas dogmáticas de um mundo onde assassinatos são tão banais quanto espirros, onde pessoas supostamente humanas mudam de caráter tão levianamente como se trocassem de roupa.

Nos labirintos da vida, vou vagando em busca de caminhos que agreguem sentido, coerência e encanto ao que sou, ao que penso e ao que faço; porém quase sempre sou espremido por convenções, fantasias e exigências que só me levam ao vazio do nada ou ao vácuo do absurdo.

As palavras precisam ser calculadas, as decisões devem ser racionalizadas e os passos têm que ser medidos; enfim, quase tudo é socorrido obsessivamente pela lógica, elevada n vezes a outras lógicas... Oh, mundos loucos!

Quero desaparecer por instantes deste mundo objetivo que me sufoca para poder resgatar a totalidade de minha plenitude subjetiva que parece ter se escondido em outra dimensão. Quero ser eu mesmo neste mundo que despersonaliza identidades, padroniza valores e manipula “revoluções” ideológicas.

Enquanto isso, Deus deve estar lá, exercendo sua soberania universal, vendo sua "platéia" brincar, brigar, se perder, se achar; num comércio interminável de intrigas, disputas, vaidades, egoísmos: é a sutil e paralela globalização da loucura.

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