segunda-feira, 5 de novembro de 2007

COMENTÁRIOS: Quando Nietzsche Chorou


LIVRO “QUANDO NIETZSCHE CHOROU”: CITAÇÕES COMENTADAS

1. “Eu tenho um porquê de viver e posso enfrentar qualquer como.”

Quando encontramos sentido para a vida nos fortalecemos para as dificuldades. Os pequenos fracassos tornam-se suportáveis em nome das grandes vitórias.

2. “Normalmente, o que não é perguntado é a pergunta importante.”

Isso mostra a força reveladora do silêncio, precisamente do silêncio sincero, pois a renúncia das palavras nem sempre confere legitimidade ao silêncio.

3. “Os pensamentos são as sombras de nossos sentimentos: sempre mais escuros, vazios e simples.”

Ao contrário desta afirmação, nossa sociedade ocidental supervaloriza o intelecto, a razão, o pensar; e subestima as emoções, a intuição, o sentir.

4. “De que serve um livro que não nos transporta além de todos os livros?”

Quem dera se tudo aquilo que lêssemos provocasse um efeito transcendental em nossas vidas, mas é preciso também que estejamos abertos a tal perspectiva.

5. “O importante é a coragem de sermos nós mesmos.”

Assumir nosso próprio e único “eu” perante a ingerência e multiplicidade de todos os “outros” não é uma tarefa fácil e requer de fato uma atitude corajosa.

6. “Não se ama ninguém: ama-se na verdade as sensações agradáveis que tal amor produz. Ama-se o desejo e não o desejado.”

É possível dissociar o desejo do desejado? O desejo em si, sem o desejado, não se tornaria algo abstrato, metafísico, esvaziado, e, portanto, incapaz de agradar?

7. “A melhor árvore ascende às maiores alturas e mergulha as raízes mais fundo.”

Uma boa metáfora para evidenciar as dimensões proporcionais da evolução, alertando que a expansão do crescimento exterior exige a devida profundidade interior.

8. “São pensamentos ociosos... não é um planejamento.”

É difícil distinguir um pensamento aparentemente ocioso de algo deliberadamente planejado. Não seria uma questão de conteúdo, mérito e alcance do planejamento?

9. “Sonho com um amor em que duas pessoas compartilham uma paixão de buscar juntas uma verdade mais elevada. Talvez seu nome real seja amizade.”

O amor, nessa acepção, seria a radicalização por excelência da amizade. Seria a amizade partilhada em toda a sua plenitude, magia e expressão.

10. “Morra no momento certo! Viva enquanto viver! A morte perde seu terror quando se morre depois de consumida a própria vida!”

Se não fizermos jus à própria vida, a morte pode nos matar ainda em vida. Todo instante vivido antes da morte deve estar repleto de vida e desprovido de morte.

FONTE: “Quando Nietzsche Chorou”, de Irvin D. Yalon, pela ed. Ediouro.

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