domingo, 4 de novembro de 2007

DESABAFO: Desdobramento de Gritos


Grito porque existo. Existo porque grito. Um grito detonado pela indignação histórica e universal de outros gritos. Um grito simplesmente pacífico, é verdade, mas nem por isso menos revolucionário. Um grito emaranhado de sentidos, com ou sem absurdos. Gritos de natureza própria, racionalizados pelos sentimentos de cada estação; ora ensolarados por sorrisos, ora nublados por lágrimas. Gritos que preferem se publicar ao invés de se calar, intercalados pelo silêncio militante que dialoga com a essência utópica de todos nós. Gritos que mais parecem sussurros vazios frente aos ouvidos omissos de consciências insensíveis. Gritos ensopados de amor, apimentados pelo sangue da justiça que fervilha nas veias rebeldes de cada palavra serena. Gritos que passeiam com seriedade na rede virtual de protestos reais. Gritos que plantam reflexões e colhem transformações; desenraizando velhos paradigmas e fermentando novas atitudes. Gritos tocados por convicções, inspirações e expressões tridimensionalmente retocadas pelo fluxo dialético de ações e reações.

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