O DESAFIO SOCIAL DA PROFISSIONALIZAÇÃO EM TEMPOS DE MUDANÇA
Tendo em vista a ampliação e legitimação crescente de seus resultados, as organizações e movimentos da sociedade civil vêm sendo desafiados a se profissionalizar, por meio da estruturação, do fortalecimento, da sistematização e do aprimoramento dos seguintes processos básicos ou dimensões transversais de funcionamento:
- Práticas de gestão e planejamento;
- Estratégias de atuação comunitária;
- Sistemas de monitoramento e avaliação;
- Capacidades de parceria e articulação;
- Poder de influência em espaços públicos;
- Mecanismos de sustentabilidade financeira.
Tais aspectos compõem o tema abrangente do desenvolvimento institucional, que ainda não recebe a devida atenção por parte de muitas entidades e atores sociais, acostumados que estavam, muitas vezes, a receber financiamentos com maior facilidade, disponibilidade e liberdade para gastá-los onde, quando e como achassem mais convenientes.
No entanto, os tempos mudaram e as responsabilidades também. As organizações não-governamentais consolidaram-se e difundiram-se, no Brasil e no mundo, como agentes fundamentais e imprescindíveis para a solução dos problemas sociais, ambientais e culturais cada vez mais complexos e desafiadores que afetam grande parte da humanidade.
O enfrentamento desses desafios e a construção de alternativas, evidentemente, requerem a participação conjunta, permanente e diferenciada dos demais setores organizados, que incluem o investimento dos governos, a colaboração das empresas, a cooperação das universidades, a representação dos partidos e o amparo das instituições multilaterais.
Mudar o mundo! Esse é o lema maior que inspira e aglutina uma multidão de profissionais, militantes e voluntários que não aceitam e se reconhecem no tipo de sociedade egoísta, violenta, insensível e excessivamente competitiva que impera entre nós e ameaça nosso futuro comum. Combater as desigualdades, preconceitos e injustiças de toda ordem! Essa é (ou deveria ser), em última instância, a razão de ser das associações civis, fundações privadas, entidades religiosas e cooperativas solidárias que integramos ou conhecemos.
Começamos falando da necessidade de profissionalização social e de repente paramos na questão da missão da sociedade organizada frente às crises do planeta, cujo caos se reflete no cotidiano do nosso bairro, da nossa comunidade e às vezes dentro do próprio lar. Isso foi para ajudar a mostrar que não há contradição entre sermos organizados e sermos indignados, entre zelarmos pela gestão interna e cuidarmos da atuação externa.
Pelo contrário, o desenvolvimento técnico-institucional e a militância sócio-ambiental devem caminhar de mãos dadas e passos firmes. As competências executivas (que alguns chamam equivocadamente de burocracia) e as lutas políticas (que às vezes não passam de interesses eleitoreiros) podem e devem buscar – sempre – eliminar seus aparentes antagonismos, partilhar seus sonhos, somar suas forças e multiplicar seus impactos.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
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2 comentários:
Pablo, os desafios das organizações sociais são muitos, em especial para aqueles que integram seus quadros. O mundo na atualidade se encontra com extrema complexidade e as crises e desigualdades são inúmeras. Profissionalização é uma das formas de o agente possa ser mais preparado para não apenas executar as tarefas, mas também encontrar as frentes de trabalho que devem ser focadas. Não basta mais executar um trabalho qualquer, mas saber com precisão quais trabalhos darão resultados satisfatórios.
Os desafios estão aí, cabe a nós encontrar e enfrentar.
Oi
Bom Post.
Passe lá por casa. Há um presentinho de amizade para si.
Um abraço
Joana
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