Muitos educadores ingressam na competitiva universidade até dispostos a investirem em seu desenvolvimento acadêmico. Muitos professores, carregando semelhante motivação, iniciam suas carreiras até empolgados com a perspectiva de darem sua parcela de contribuição acadêmica para a formação de seus respectivos alunos.
Porém, esse mútuo compromisso educacional, esse pacto em prol da construção do conhecimento, alimentado pela sede compartilhada por ambas as categorias – corpo discente e corpo docente – de aprender e de ensinar, nem sempre consegue vigorar por muito tempo. E à medida que esse acordo vai sendo rompido, entra em cena e passa a prevalecer um estranho e também informal contrato, pautado pelas cláusulas de uma recíproca mediocridade, uma dupla omissão mais funesta do que se imagina.
Deveria ser mais do que sabido que as macropolíticas econômicas patrocinadas pelos EUA e pelos demais protagonistas ou meros coadjuvantes da desafinada orquestra neoliberal, através da pressão e intervenção de suas estratégicas agências multilaterais (como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial) contribuem cada vez mais para a globalização dessa grave crise educacional. Os sintomas mais letais dessa epidemia se traduzem na estagnação dos investimentos, no correspondente sucateamento público do ensino e na conseqüente mercantilização do saber.
Cabem a todos, como sujeitos construtores de sua história e conscientes de sua cidadania, se solidarizarem e se unirem para se contrapor a essa excludente lógica, no rastro lutuoso daqueles cuja fé e esperança não conseguiram resistir às garras bem visíveis da miséria e da injustiça – e nada impede que elas sejam um prolongamento malplanejado da mão invisível e supostamente libertária do mercado. Essa reação, mais do que criticar levianamente algo que não se pode reverter a curto prazo, deve se empenhar em multiplicar esforços sustentáveis rumo a um outro mundo, menos excludente e mais humano, que situe o social num patamar tão ou mais elevado quanto o econômico.
E dentro desse barco problemático e sem freios, que acelera disputas e conflitos com a mesma eficiência com que aborta sonhos e utopias, se encontram aquelas inegáveis categorias do início (estudantes e professores), muitos dos quais, no lugar de darem as mãos para evitar ou pelo menos minimizar as probabilidades de algum naufrágio educacional, preferem se desencontrar e virar as costas, como se cada uma delas fossem ilhas estanques, alheias e auto-suficientes, flutuando ao redor de seu próprio umbigo – uns fingindo ensinar, outros fingindo aprender.
Independente da cor da luz que se busque no fim do sombrio labirinto social em que estamos mergulhados, a proposta mais nobre e radical a ser buscada, muito mais proativa e eficaz do que seguir o rito falecido do emprego e se ajoelhar frente ao Deus do mercado (que vela sem cessar pelo lucro sem limites de seus sacerdotes e pelo consumo de cada dia de seus fiéis adeptos), passa obrigatoriamente pela porta - ou melhor, chave - da educação. Sem ela, nenhuma revolução democrática e legítima se materializa no tempo.
Porém, esse mútuo compromisso educacional, esse pacto em prol da construção do conhecimento, alimentado pela sede compartilhada por ambas as categorias – corpo discente e corpo docente – de aprender e de ensinar, nem sempre consegue vigorar por muito tempo. E à medida que esse acordo vai sendo rompido, entra em cena e passa a prevalecer um estranho e também informal contrato, pautado pelas cláusulas de uma recíproca mediocridade, uma dupla omissão mais funesta do que se imagina.
Deveria ser mais do que sabido que as macropolíticas econômicas patrocinadas pelos EUA e pelos demais protagonistas ou meros coadjuvantes da desafinada orquestra neoliberal, através da pressão e intervenção de suas estratégicas agências multilaterais (como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial) contribuem cada vez mais para a globalização dessa grave crise educacional. Os sintomas mais letais dessa epidemia se traduzem na estagnação dos investimentos, no correspondente sucateamento público do ensino e na conseqüente mercantilização do saber.
Cabem a todos, como sujeitos construtores de sua história e conscientes de sua cidadania, se solidarizarem e se unirem para se contrapor a essa excludente lógica, no rastro lutuoso daqueles cuja fé e esperança não conseguiram resistir às garras bem visíveis da miséria e da injustiça – e nada impede que elas sejam um prolongamento malplanejado da mão invisível e supostamente libertária do mercado. Essa reação, mais do que criticar levianamente algo que não se pode reverter a curto prazo, deve se empenhar em multiplicar esforços sustentáveis rumo a um outro mundo, menos excludente e mais humano, que situe o social num patamar tão ou mais elevado quanto o econômico.
E dentro desse barco problemático e sem freios, que acelera disputas e conflitos com a mesma eficiência com que aborta sonhos e utopias, se encontram aquelas inegáveis categorias do início (estudantes e professores), muitos dos quais, no lugar de darem as mãos para evitar ou pelo menos minimizar as probabilidades de algum naufrágio educacional, preferem se desencontrar e virar as costas, como se cada uma delas fossem ilhas estanques, alheias e auto-suficientes, flutuando ao redor de seu próprio umbigo – uns fingindo ensinar, outros fingindo aprender.
Independente da cor da luz que se busque no fim do sombrio labirinto social em que estamos mergulhados, a proposta mais nobre e radical a ser buscada, muito mais proativa e eficaz do que seguir o rito falecido do emprego e se ajoelhar frente ao Deus do mercado (que vela sem cessar pelo lucro sem limites de seus sacerdotes e pelo consumo de cada dia de seus fiéis adeptos), passa obrigatoriamente pela porta - ou melhor, chave - da educação. Sem ela, nenhuma revolução democrática e legítima se materializa no tempo.
Mas para que seja dado o pontapé inaugural dessa longa caminhada, urge que concentremos todas as energias para efetuarmos um primeiro e desafiante passo: a superação dessa dupla omissão diante do ensino, onde o neoliberalismo faz as vezes de fúnebre pano de fundo, que não só empobrece o cenário da educação, como contribui para desconfigurá-lo até a sua catastrófica ruína. Acordemos logo e vamos à obra!
I
Artigo elaborado em 06/06/2002 e renascido em 14/01/2008 de meus alfarrábios.
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