segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

POEMITO XII: Versos em Grito

"Vestido de prosa,
Caminho,
Entre pedras racionais,
No céu emocional de mim mesmo,
Para me perder e desnudar-se em versos"

VEIA ESTOURADA do Poeta do Social

PS.: Mini poesia inspirada no Projeto140 (http://projeto140.blogspot.com), criado para divulgar e incentivar a poesia via twitter (@Projeto140 - Que poesia você está fazendo?)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

POESIA: Não Importa Se Voamos

NÃO IMPORTA SE VOAMOS

Levantem, cantem, enlouqueçam...
Esqueçam logo essa normalidade
(idiota, impotente, hipócrita, demente)
Que nos adoece, diminui, envelhece!

Coloquem a razão no fogo da emoção!
Deixem a sensibilidade ganhar asas
E os ideais invadirem as suas casas!
Façam do amor o lema de toda geração!

Arranquem os cabelos da maldade!
Ponham suas dúvidas de castigo!
Aposentem a egolatria do umbigo!
Ecoem ao infinito o grito da verdade!

A realidade é escrava dos sonhos.
A indiferença é o veneno da arte.
Xeque-mate para povos tristonhos:
A arte de sonhar veio nos salvar!

Enquanto o vento da ousadia passava,
Embarcamos nos sonhos e decolamos.
Quando a gente parava, tudo afundava;
Mas chegamos, não importa se voamos...

O medo aqui de cima não vale nada.
O preconceito aqui de longe é uma piada.
Onde estamos agora, a beleza é perfeita.
Fruto nenhum estraga mais a colheita.

Quanto mais escuro, maior é o muro.
Sem fé, qualquer topada machuca o pé.
O peso da cruz depende do fluxo da luz,
Da força interior que funda a exterior.

Se não fosse o roteiro da utopia,
Nenhuma noite alcançaria o dia.
Se o impossível fosse absoluto,
Viver seria relativamente um luto.

Somente com Deus o poeta duela
Na criação inexplicável de mundos
Onde o mistério dos versos profundos
E obras imponderáveis nunca se revela.

Enquanto o vento da ousadia passava,
Embarcamos nos sonhos e decolamos.
Quando a gente parava, tudo afundava;
Mas chegamos, não importa se voamos...

(Pablo Robles - POETA DO SOCIAL)

Em homenagem à minha primeira participação no sarau do Templo da Poesia

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Amando para Mudar & Mudando para Amar

Amando para Mudar & Mudando para Amar

Ah se não fosse essa mania insistente e comovente
De se gostar tanto das coisas e sobretudo de gente!
De repente descobrimos, pela pedagogia da dor, que o amor
É a única força que nos salva, nos humaniza e nos transcende.

Que o melhor de cada um cresça e prevaleça entre todos nós!
Que nenhum obstáculo exterior desligue a essência da tua voz!

Sejamos personagens mais reais no palco da(s) vida(s),
Descartando as máscaras dos interesses que tiranizam
E reciclando os discursos que nos libertam, os enredos
Que (nos) evoluem e as performances que nos uni-ci-zam.

Que os sorrisos e as lágrimas descubram a sintonia perfeita
Nessa atmosfera de aparências mil e sensibilidade rarefeita!

Que a sutileza do detalhe e a riqueza do silêncio não sejam diluídas
Por diálogos vazios, sentidos superficiais e relações estereotipadas!

Que o veneno do preconceito nunca escoe pelos teus lábios
E a hipocrisia jamais se esconda nos bastidores do teu olhar!

Que o caos de tudo que não precisamos e secretamente nos mata
Seja reordenado pela simplicidade profunda daquilo que nos basta!

Se a televisão te emburrece, não tenha medo de dispensá-la,
Antes que a sua consciência seja globalizada e condicionada.
Desconfie das notícias que muito deformam e pouco informam.
Para conhecer a realidade, sinta o cheiro do povo a espreitá-la.

Nada que não passe pelo coração encontra eco na razão!
O mistério da felicidade não cabe em fórmulas calculadas!
A economia dos números que contabiliza nossa civilização
Será nocauteada pela magia das pessoas “descontroladas”!

Que a fé em qualquer Deus comece pela fé na humanidade
E que rituais tradicionais se convertam em obras de verdade!

Que a arte de ser quem você é não seja comercializada
E a neutralidade omissa da ciência seja logo eletrocutada!

Quando nem tudo parecer correto, coerente, justo e decente;
Abriga-te dentro dos teus sonhos, daquilo que é incorruptível!

Que a tristeza dos que tem menos derreta o ego das pessoas frias!
Que a vontade de mudar o mundo seja o refrão eterno das utopias!

Bendito o tempo que cicatriza feridas, peneira saudades,
Enterra absurdos, inverte paradigmas, renova esperanças;
Amadurecendo as “crianças” em suas idades e prioridades,
Além de nos ensinar a amar para mudar e mudar para amar!

Que os prêmios Nobel da Paz não façam hinos à guerra
E a olimpíada suicida do PIB não sacrifique mais a Terra!

Que os medos da noite abram alas para os triunfos do dia!
Que a tua alma nunca se feche para o orgasmo da poesia!

(Por Pablo Robles – POETA DO SOCIAL)

Em homenagem ao Natal de 2009 e ao Ano Novo de 2010

sábado, 12 de dezembro de 2009

Uma literária possibilidade real

De repente ela apareceu para ele. Ou vice-versa. Passaram a existir um para o outro. Os nomes principais dos dois cabem numa mesma quantidade de letras. Embora também identificados pela mesma idade, apresentam mundos necessariamente diferentes. Na verdade únicos, pois a singularidade sem limites da espécie humana não admite cópias.

Meia hora depois que se falaram à distância, ele se põe a ouvir a voz dela por telefone. O timbre um pouco ansioso dele foi dissolvido pela candura infantil exalada no outro lado da linha. Rápida no gatilho, acionado pela troca de mensagens via celular, ela vai ao encontro dele, de modo que um dia depois, no palco convidativo de uma praça, as personagens começavam a se revelar, se descobrir, se medir.

As impressões iniciais entre os dois se confrontam e se ajustam, mas possivelmente um segundo encontro será necessário para que as imagens que um está metabolizando sobre o outro se tornem mais nítidas e reveladoras. Enfim, não tardará para que o clima de estranhamento ganhe personalidade e seja nocauteado pela espontaneidade.

O que falaram quando se sentaram juntos pela primeira vez? Certamente priorizaram temas mais objetivos: estudos, trabalho, famílias, afazeres, namoros anteriores. Afinal de contas, a subjetividade precisa de mais tempo para ser desembrulhada. Palavras subtraídas por silêncios. Silêncios sacudidos por palavras. Dialética essa realçada por gestos denunciadores e testemunhada por olhares avaliadores.

O tempo dessa vez não foi generoso para esse par experimental de amigos, pois já estava tarde e tiveram que se apressar. Voltaram saboreando sorvetes, ao mesmo tempo em que degustavam suas preferências musicais e literárias. E assim despediram-se. Por enquanto ou para sempre? Ainda é muito cedo para um palpite razoável. Dormiram, sonharam e acordaram embalados por uma miríade consciente e inconsciente de incertezas.

Já não seria surpresa informar que ele e ela estavam solteiros, o que significa dizer que o magnetismo da esperança, no sentido afetivo do termo, desde o princípio os unira. Mas tal expectativa não foi administrada de forma idêntica: ele, mais idealista e decididamente mais explícito em seus anseios; ela, mais realista e sobretudo implícita em suas intenções. A empolgação do homem foi neutralizada pela cautela da mulher.

Quem é ele? Quem é ela? Por que não outro? Por que não outra? Dúvidas, naturalmente, dominavam os primeiros passos de destinos imprevisíveis e talvez conciliáveis. O fato é que o convite do amanhã houvera sido feito. Era uma vez uma possibilidade fecundada pelo tempo presente de ambos, nublado pelo desconhecimento quase total de seus passados.

Mereciam avançar, vencer eventuais medos e lançar os dados da sorte? O desafio do novo é a resistência do antigo. O risco é o ingrediente inevitável da felicidade. Sem a cor poética e democrática do mistério, o futuro não seria tão colorido e belo. Ela e ele, jovens já moldados pelas responsabilidades adultas, não embarcariam em armadilhas efêmeras.

Estariam habilitados a partilhar um mesmo horizonte, nem que fosse apenas durante uma estação, uma espécie de estágio probatório? Esta moça e este jovem beirando os trinta anos aprovariam o processo de metamorfose que seus mundos afetivos teriam que passar? Ou tudo não passaria de ilusões perdidas? Uma legião de dilemas tão agitados como a rotina urbana rondava o labirinto de suas mentes - ou, melhor dizendo, corações.

Estariam dispostos a sincronizar seus sorrisos e deslizarem algumas lágrimas nas mãos um do outro? Saberiam inventar carícias e colecionar emoções para o acervo de suas almas? Ou não! Alguma incompatibilidade, preconceito ou insensibilidade cortaria, sem paciência e sem piedade, as asas da esperança deste casal em potencial?

Há momentos em que a ficção literária confunde-se com a realidade da vida, como se um movimento atraísse o outro para virarem sinônimos. Caberão aos protagonistas anônimos deste breve conto, baseado a propósito numa cena verídica e bem recente, escolherem o desfecho que julgarem mais apropriados. No entanto, se ambos enxergarem nos próximos dias e conversas um atalho comum e convergente dentro de si mesmos, a vida, em vez de se contentar imitando a arte, poderá efetivamente transcendê-la.

Assim sendo, para a alegria dos leitores que acreditam na humanidade do amor (visto que sua essência original tem algo de divino e imponderável), um conto aparentemente sem pretensão poderá, nos bastidores da blogosfera, dar as boas-vindas para um romance autêntico, maduro, promissor e apaixonadamente real.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

ARTIGO: O Desafio Social da Profissionalização

O DESAFIO SOCIAL DA PROFISSIONALIZAÇÃO EM TEMPOS DE MUDANÇA

Tendo em vista a ampliação e legitimação crescente de seus resultados, as organizações e movimentos da sociedade civil vêm sendo desafiados a se profissionalizar, por meio da estruturação, do fortalecimento, da sistematização e do aprimoramento dos seguintes processos básicos ou dimensões transversais de funcionamento:

- Práticas de gestão e planejamento;
- Estratégias de atuação comunitária;
- Sistemas de monitoramento e avaliação;
- Capacidades de parceria e articulação;
- Poder de influência em espaços públicos;
- Mecanismos de sustentabilidade financeira.

Tais aspectos compõem o tema abrangente do desenvolvimento institucional, que ainda não recebe a devida atenção por parte de muitas entidades e atores sociais, acostumados que estavam, muitas vezes, a receber financiamentos com maior facilidade, disponibilidade e liberdade para gastá-los onde, quando e como achassem mais convenientes.

No entanto, os tempos mudaram e as responsabilidades também. As organizações não-governamentais consolidaram-se e difundiram-se, no Brasil e no mundo, como agentes fundamentais e imprescindíveis para a solução dos problemas sociais, ambientais e culturais cada vez mais complexos e desafiadores que afetam grande parte da humanidade.

O enfrentamento desses desafios e a construção de alternativas, evidentemente, requerem a participação conjunta, permanente e diferenciada dos demais setores organizados, que incluem o investimento dos governos, a colaboração das empresas, a cooperação das universidades, a representação dos partidos e o amparo das instituições multilaterais.

Mudar o mundo! Esse é o lema maior que inspira e aglutina uma multidão de profissionais, militantes e voluntários que não aceitam e se reconhecem no tipo de sociedade egoísta, violenta, insensível e excessivamente competitiva que impera entre nós e ameaça nosso futuro comum. Combater as desigualdades, preconceitos e injustiças de toda ordem! Essa é (ou deveria ser), em última instância, a razão de ser das associações civis, fundações privadas, entidades religiosas e cooperativas solidárias que integramos ou conhecemos.

Começamos falando da necessidade de profissionalização social e de repente paramos na questão da missão da sociedade organizada frente às crises do planeta, cujo caos se reflete no cotidiano do nosso bairro, da nossa comunidade e às vezes dentro do próprio lar. Isso foi para ajudar a mostrar que não há contradição entre sermos organizados e sermos indignados, entre zelarmos pela gestão interna e cuidarmos da atuação externa.

Pelo contrário, o desenvolvimento técnico-institucional e a militância sócio-ambiental devem caminhar de mãos dadas e passos firmes. As competências executivas (que alguns chamam equivocadamente de burocracia) e as lutas políticas (que às vezes não passam de interesses eleitoreiros) podem e devem buscar – sempre – eliminar seus aparentes antagonismos, partilhar seus sonhos, somar suas forças e multiplicar seus impactos.

domingo, 2 de agosto de 2009

POESIA: Poeta Sou Eu?

POETA SOU EU?

Poeta sou eu?
A arte me escolheu?

Pouco importa quando tudo é porta
E até as janelas podem ser atalhos
De caminhos que já foram retalhos
Aposentados em labirintos quase sem volta

Acredito na inspiração da poesia
Como a luz escondida, reprimida
Sempre a esperar por um novo dia
Mesmo quando a fé parece vencida, esquecida

Pão nosso de cada poema que faz da vida magia
Lágrimas são apenas sorrisos trocando de roupas
No abismo de surdos tropeços reencontro sinfonia
Palavras bailando ao som de rimas sadias ou loucas

Mundos injustos, dilemas fúteis, relações vazias
Tormentos e anomalias me deixando pelo avesso
Como se fossem proibidos recomeços e utopias
Mas sempre resisto, amanhecendo em cada verso

sábado, 1 de agosto de 2009

Campanha Contra Golpe em Honduras

Amigos do Twitter, da blogosfera e da internet, desde já, obrigado por passarem aqui e ajudarem a multiplicar este pedido para a Avazz.

Para quem ainda não conhece o trabalho da Avazz, vejam o breve anexo ao final e acessem sua apresentação geral neste link: http://secure.avaaz.org/po/about.php

Indignado com a omissão da mídia e a impotência da comunidade internacional, elaborei por livre e espontânea iniciativa esta sugestão de texto para cada um de vocês também enviarem ao e-mail de contato da Avazz: info@avaaz.org.
O título do e-mail pode ser o desta postagem: "Campanha Contra Golpe em Honduras"

FAVOR PARTICIPAR E DIVULGAR !!!

O pouquinho que cada um pode fazer significa realmente muito para todo o mundo!

PS.: Observo que, até esta data (01 de Agosto de 2009, às 20h30), não identifiquei no site da Avazz em português (http://www.avaaz.org/po/) nenhuma iniciativa explícita nesse sentido. Caso já exista alguma em curso, pois que o e-mail a ser enviado agora por você sirva de reforço e visibilidade ainda maior para esta problemática; ou melhor, para esta causa, especialmente da América.

[ INÍCIO DO TEXTO PROPOSTO ]

SOLICITAÇÃO URGENTE DE CAMPANHA PARA EQUIPE DO AVAZZ (incluindo Ricken, Alice, Pascal, Ben, Veronique, Paul, Graziela, Brett, Raluca, Luis, Raj, Milena, Paula, Iain, Taren e Margaret).

Continuamos muito preocupados com a persistência do golpe em Honduras e os efeitos desestabilizadores que essa situação tem causado para o povo, a democracia e a economia do país. Sem falar dos conflitos internos, das dezenas de mortes e da série de detenções de que se tem notícia através dos meios alternativos, já que a mídia tradicional da América tem minimizado bastante a gravidade desta crise. O golpe perdura há mais de um mês e as negociações para a volta do presidente legítimo Manuel Zelaya têm se mostrado lentas, insuficientes e infrutíferas, apesar da corajosa e determinada capacidade de mobilização e resistência demonstrada pelos grupos, organizações e cidadãos que apoiam Zelaya.
Face ao exposto, solicita-se com urgência que a equipe do AVAAZ promova uma petição contra o golpe e em defesa da democracia em Honduras, conscientizando e sensibilizando os milhões de internautas para a adesão e divulgação de mais uma importante campanha em prol de um mundo mais justo, pacífico e sustentável.

Aguardamos gentilmente o retorno desta demanda.

Parabéns por sua missão e obrigado por sua atenção!

<<< Seu nome e sobrenome >>>

<<< Sua cidade, estado e país >>>

[ FIM DO TEXTO PROPOSTO ]


ANEXO: ESCLARECIMENTO SOBRE O TRABALHO DE MILITÂNCIA E ABRANGÊNCIA DA AVAZZ.

FONTE: Trecho extraído do informe de resultados da Avazz que recebi em 31 de julho de 2009, através do e-mail intitulado "Como o cyberativismo está mudando o mundo".

As petições, campanhas de captação, manifestações e lobby político que a nossa comunidade está fazendo está tendo um impacto incrível. A Avaaz cresceu mais de 50.000 pessoas por semana, tendo agora mais de 3,6 milhões de cidadãos engajados em todos os países do mundo. Nós somos realmente globais, operando em 14 línguas, já temos 25.000 membros em Singapura, 35.000 na África do Sul, 130.000 na Itália, 50.000 no México... Nunca antes houve uma comunidade como a nossa, capaz de responder rapidamente a questões globais e mobilizar de forma eficaz o poder da sociedade civil global para as maiores necessidades e preocupações da humanidade -- isto é um grande motivo de esperança!

Nesta jornada emocionante, estamos ansiosos pelas próximas 10 semanas, e 10 meses, e 10 anos juntos!

Com esperança,

Ricken, Alice, Pascal, Ben, Veronique, Paul, Graziela, Brett, Raluca, Luis, Raj, Milena, Paula, Iain, Taren, Margaret e toda a equipe Avaaz

PS - para ver os destaques das campanhas da Avaaz em 2007 e 2008, e deixar um comentário, clique aqui:
http://secure.avaaz.org/po/report_back_2