NÃO IMPORTA SE VOAMOS
Levantem, cantem, enlouqueçam...
Esqueçam logo essa normalidade
(idiota, impotente, hipócrita, demente)
Que nos adoece, diminui, envelhece!
Coloquem a razão no fogo da emoção!
Deixem a sensibilidade ganhar asas
E os ideais invadirem as suas casas!
Façam do amor o lema de toda geração!
Arranquem os cabelos da maldade!
Ponham suas dúvidas de castigo!
Aposentem a egolatria do umbigo!
Ecoem ao infinito o grito da verdade!
A realidade é escrava dos sonhos.
A indiferença é o veneno da arte.
Xeque-mate para povos tristonhos:
A arte de sonhar veio nos salvar!
Enquanto o vento da ousadia passava,
Embarcamos nos sonhos e decolamos.
Quando a gente parava, tudo afundava;
Mas chegamos, não importa se voamos...
O medo aqui de cima não vale nada.
O preconceito aqui de longe é uma piada.
Onde estamos agora, a beleza é perfeita.
Fruto nenhum estraga mais a colheita.
Quanto mais escuro, maior é o muro.
Sem fé, qualquer topada machuca o pé.
O peso da cruz depende do fluxo da luz,
Da força interior que funda a exterior.
Se não fosse o roteiro da utopia,
Nenhuma noite alcançaria o dia.
Se o impossível fosse absoluto,
Viver seria relativamente um luto.
Somente com Deus o poeta duela
Na criação inexplicável de mundos
Onde o mistério dos versos profundos
E obras imponderáveis nunca se revela.
Enquanto o vento da ousadia passava,
Embarcamos nos sonhos e decolamos.
Quando a gente parava, tudo afundava;
Mas chegamos, não importa se voamos...
(Pablo Robles - POETA DO SOCIAL)
Em homenagem à minha primeira participação no sarau do Templo da Poesia
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
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