DIÁRIO DE UM POETA VAGABUNDO
Deslizo nas ruas fugindo do mundo
Meu destino é um labirinto profundo
Olho nas vitrines luxos que nunca tive
Me iludo com lares onde nunca estive
Indiferenças enferrujaram meu coração
Retóricas políticas só me dão depressão
Meu único emprego é entreter vira-latas
Meus esforços vivem saindo pela culatra
Meu passado é uma abominável coleção
De tristezas, sofrimentos e fatos sombrios
Meu histórico de convivências é uma sucessão
De estreitezas, depoimentos e gestos arredios
Meus pés tropeçam em poças de lágrimas
Meu corpo desaba e encontra folhas virgens
Meu bolso liso cospe um objeto pontudo
Uma caneta me impele a confessar tudo
Este é o drama que escorre em minha alma
Esta é arte que brota em poéticas vertigens
Meu corpo faminto, sedento e já barbudo
Descansa nas margens de qualquer lama
Enquanto minhas mãos tentam sublimar o absurdo
De uma biografia desnuda de beleza, viço, chama
Mais um vagabundo no chão questionando o céu
Mais um monte de rimas perambulando no papel
( Poeta do Social - Pablo Robles )
sábado, 21 de março de 2009
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