sábado, 21 de março de 2009

POESIA: Diário de um Poeta Vagabundo

DIÁRIO DE UM POETA VAGABUNDO

Deslizo nas ruas fugindo do mundo
Meu destino é um labirinto profundo

Olho nas vitrines luxos que nunca tive
Me iludo com lares onde nunca estive

Indiferenças enferrujaram meu coração
Retóricas políticas só me dão depressão

Meu único emprego é entreter vira-latas
Meus esforços vivem saindo pela culatra

Meu passado é uma abominável coleção
De tristezas, sofrimentos e fatos sombrios
Meu histórico de convivências é uma sucessão
De estreitezas, depoimentos e gestos arredios

Meus pés tropeçam em poças de lágrimas
Meu corpo desaba e encontra folhas virgens

Meu bolso liso cospe um objeto pontudo
Uma caneta me impele a confessar tudo

Este é o drama que escorre em minha alma
Esta é arte que brota em poéticas vertigens

Meu corpo faminto, sedento e já barbudo
Descansa nas margens de qualquer lama
Enquanto minhas mãos tentam sublimar o absurdo
De uma biografia desnuda de beleza, viço, chama

Mais um vagabundo no chão questionando o céu
Mais um monte de rimas perambulando no papel

( Poeta do Social - Pablo Robles )

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