quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

POESIA: Pulsações a Cadenciar

PULSAÇÕES A CADENCIAR*

Entre esperanças e recomeços,
Aqui estamos, vivemos e sonhamos.
Entre encontros, saudades e abraços,
Aqui sorrimos, choramos e amamos.

Lá fora o mundo anda mais complicado.
A bolsa de valores secou, espalhando
Seus farelos de hipocrisia pelos poderes.
Um novo deus ostenta o seu cajado,
Contaminando a coletividade dos lugares:
A era do individualismo vai se instalando.

Acessamos em um click outras partes do mundo,
Mas seguimos indiferentes às misérias domésticas.
A estética convoca ao palco da vaidade suas plásticas,
Enquanto a sensibilidade da platéia se atrofia ao fundo.

A criança quer brincar; e o adulto, lucrar.
O planeta quer cuidado; e a elite, cadeado.
O corpo quer aventura; e a alma, ternura.
A instituição quer correria; a pessoa, calmaria.
A mídia quer alienação; o país, evolução.
O negócio quer competição; a vida, cooperação.
A poesia quer fazer sentir; a prosa, deixar fluir.
A descrença quer reinar; o sonho, te libertar.

Fora do egoísmo não há salvação?
Nada mais que a ambição interessa?
Sufocada por um capitalismo sem ética e norte,
A qualidade de vida virou quantidade de morte.

As promessas e ilusões foram longe demais.
Tecnologia sem poesia é como andar pra trás.
Caminhada sem união e utopia é como rastejar
Em torno da própria inércia, em um sutil suicidar
O paradigma da mudança ousa nos reciclar,
Desde que nos indignemos e nos ajudemos.

Teu partido é tão necessário quanto o do vizinho.
Toda religião e doutrina tem o mapa do caminho.
A felicidade murcharia sem o fermento do espinho.
Quem luta pela paz e justiça, nunca está sozinho.

( PABLO ROBLES - POETA DO SOCIAL )

*Poesia Especial em Homenagem ao Natal 2011 e Réveillon 2012

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