quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A Mudança Venceu o Poder

Gostaria de escrever mais e vou tentar fazê-lo depois, quando eu e o mundo pudermos digerir um pouco melhor as repercussões dessa esperança de mudança chamada Obama. Desafios hercúleos esperam o novo presidente norte-americano, que por tabela será a liderança política mais influente e observada nos próximos quatro e muito provavelmente oito anos, pois se pelo menos um terço de suas promessas saírem da inércia, seus aplausos merecerão biz. Barack - que significa “abençoado” em árabe - deverá catalisar muita força de espírito e sabedoria terrena para se desvencilhar dos fantasmas amaldiçoados e fardos catastróficos da era Bush, marionete de carteirinha das indústrias armamentistas e petrolíferas que pintaram (de sangue) e bordaram (de medo) o nosso santo e falível planeta. E olhem que, para não me esguelar tanto, evitei mencionar os megaespeculadores neoliberais que puseram a economia de joelhos. Iraque, Afeganistão e outras vítimas, perdoem a insanidade do clã Bush e rezem, de corações irmanados com o Quênia (berço paterno do Hussein) e outras nações pobres, para que seu sucessor, sob o manto da militância comunitária, da origem negra e da justiça democrática, saiba honrar as melhores virtudes de nuestra querida América. Parafraseando parcialmente um outro presidente popular, ainda que barbudo e sem canudo (mas nem por isso menos eloqüente e sapiente), deste continente em sadia ebulição, este blog não vê a hora de gritar: “a mudança venceu o poder”. Boa sorte, Barack Hussein Obama! E para não perder o bonde, pego carona nas admoestações e chamamentos evocados pela notícia adiante, cujos grifos eu assumo.
(Grito Pacífico de Pablo Robles, mudando o mundo com você)

Países aproveitam vitória de Obama para fazer críticas aos EUA

FONTE: http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoeseua
05/11/2008 (Redação com agências internacionais)

Líderes de países hoje antipáticos aos Estados Unidos aproveitaram a vitória de Obama para criticar o país e principalmente o governo Bush, ao mesmo tempo em que pressionavam o novo presidente por mudanças nas relações.

O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, pediu nesta quarta-feira a seu futuro colega americano Barack Obama um "diálogo construtivo", acusando os Estados Unidos de todos os males e brandindo a ameaça de uma retaliação ofensiva ao projeto de escudo antiamericano na Europa.

"Esperamos que nossos parceiros, a nova administração dos Estados Unidos, optem por manter boas relações" com a Rússia, declarou Medvedev. Ele denunciou a "política prepotente da administração americana" que teria provocado a "tragédia de Tskhinvali".

Medvedev se referia ao conflito armado de agosto passado entre Rússia e Geórgia. O estopim deste conflito foi o território separatista georgiano da Ossétia do Sul, que tem como capital Tskhinvali. "Não recuaremos no Cáucaso", sentenciou, afirmando que a guerra na Geórgia, um país pró-americano, "desestabilizou a ordem mundial".

Nos países em que os EUA estão em guerra, a reação foi otimista, mas cautelosa. O ministro de Relações Exteriores iraquiano, Hoshyar Zebari, elogiou a vitória, mas disse que seu país não espera "grandes mudanças" em relação à política americana no Iraque.

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, pediu a Obama mudanças na "guerra contra o terror" que o Exército americano faz no país.

No Irã, o regime dos aiatolás entendeu a vitória do candidato democrata como uma prova do fracasso das políticas do atual presidente americano, George W. Bush, e reiterou que o que os EUA precisam é de uma mudança de atitude.

Já o dirigente da política oficial do Hamas, Khaled Meshaal, disse que seu grupo está preparado para negociar "de forma aberta" com qualquer governo dos EUA que respeite os direitos dos palestinos.

Para Meshaal, os "EUA precisam de uma mudança mais que o resto do mundo pelas políticas errôneas do presidente George W. Bush durante os últimos oito anos".

Já a Síria ainda não reagiu oficialmente à vitória do candidato democrata Barack Obama nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, embora a imprensa local tenha expressado hoje esperanças com o início de uma nova era. O periódico estatal "Al Zaura" assinalou que a Síria espera uma mudança real na política externa americana com a nova Administração para ajudar a estabelecer a paz e a segurança no Oriente Médio.

Por sua parte, o editor-chefe do diário oficial "Tishreen", Issam Dari, escreveu que "todos os árabes dirão que qualquer novo presidente dos EUA será melhor que George W. Bush, qualquer nova Administração será melhor que a atual".

CUBA

Junto com as felicitações, alguns dos principais dirigentes da América Latina pediram que Obama acabe com o embargo a Cuba."

Espero também que acabe o bloqueio a Cuba, que não tem nenhuma explicação humana", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após pedir que Obama tenha uma "relação mais forte com a América Latina, com o Brasil e com a África" para que os países mais pobres possam se desenvolver.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, exigiu o fim do embargo a Cuba e expressou seu desejo de os EUA "retirarem suas tropas de alguns países".

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, parabenizou Obama e disse que "chegou a hora de estabelecer novas relações entre nossos países e com nossa região, com base nos princípios do respeito à soberania, à igualdade e à cooperação verdadeira", segundo uma nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores venezuelano.

2 comentários:

João disse...

Pablo,

Esperemos que sim,que seja uma mudança que a realidade não bloqueie e seja uma desilusão,não só porque ficaram incompletos os planos ou eles foram desviados do rumo prometido.

Mas julgo que há razões para termos confiança em novos ares circulando mundo,pois como um disse,tudo é melhor que o Bush.

Meio mundo está aplaudindo,o outro vai esperar para testes,para medir forças,e as populações sejam Americanas e mundiais esperam um planeta mais defendido ambientalmente e militarmente mais pacifico.

Abraço amigo,fiz questão de presenciar ao vivo a eleição pela noite e o discurso do Obama no final,
joao

PABLO ROBLES disse...

Amigo João

Espero que essa metade do mundo prevaleça sobre a outra metade, mais conservadora e resistente a mudanças que afetem seus interesses.

Fico feliz por vc ter presenciado uma eleição tão histórica para nossas gerações e um discurso portador de tantas esperanças para o Brasil, Portugal, África, Oriente Médio e todo o mundo.

Saudações solidárias!