sexta-feira, 6 de abril de 2012

Abençoada seja a Gentileza


ABENÇOADA SEJA A GENTILEZA

O amor tudo pode,
Quando a vida explode
De luz, magia e humanidade.
Haja poesia para aliviar a cidade.

Contudo, a agitação do cotidiano
Atropela muitas vezes a gentileza.
Como tem fragilidade nossa Fortaleza!
Como falta ternura no conviver humano!

Entre um bom-dia e um boa-noite,
Possibilidades e limites escorrem.
Ora a cordial simpatia, ora o risco do açoite.
Civilidades se encolhem perante brutalidades.
No subterrâneo do mundo, povoam maldades.
Guerreiros tombam, mas os ideais renascem.

De repente, absurdos vão e mistérios vem...
Notas de desencanto turvam nosso coração:
O sorriso murcha, o choro espreita, falta lenço.
É duro perder alguém que tanto acreditava no bem.
Desesperos trafegam na contramão do bom senso,
Enquanto a compreensão tenta recuperar a direção.

A barbárie não se divorciou da modernidade.
O que não quer dizer que a utopia se acabou.
A ousadia exterior passa pela reforma interior.
Não deixe que a indiferença e a impunidade
Destruam a tua confiança e força de vontade.
Abençoado seja quem por aqui passou e lutou.

( Pablo Robles - POETA DO SOCIAL )

PS.: Em tempos de Páscoa 2012, uma reflexão sobre a falta de gentileza e a perda brutal de pessoas simples e sonhadoras (ver poesia anterior Exemplos Imorredouros).

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