segunda-feira, 29 de setembro de 2008

CONJUNTURA (CAÓTICA): Um dia a casa cai

UM DIA A CASA CAI. E QUANDO OS ALICERCES SÃO VOLÁTEIS, TUDO DESABA ANTES QUE O CIMENTO DA PRÓXIMA MENTIRA SEQUE, VIRE VERNIZ E ESCONDA OS TIJOLOS CARCOMIDOS DE UMA GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA IMPLODIDA POR ESPECULAÇÕES IMPRODUTIVAS E EXCLUDENTES. QUE AS RUÍNAS DESSE ESCOMBRO (PURIFICADOR?) ENTERREM TAMBÉM O DEUS DO MERCADO ABSOLUTO E SEM FREIOS, CALANDO AS ÚLTIMAS GARGALHADAS ESTÚPIDAS DE UMA IDEOLOGIA SUICIDA.
(Comentário de Pablo Robles)

O trecho abaixo resgata as análises de um dos maiores historiadores do século XX:

"Eric Hobsbawm, há alguns anos, já havia diagnosticado que a moderna teoria econômica, ensinada nas universidades e fortemente midiatizada, não passava de uma nova teologia. Os economistas, a serviço do ‘mercado’, são como profetas do caos. Curiosamente, insistem em prever o que não sabem. Dizem até qual será a cotação tal e tal, em época determinada. Fazem ‘análises’ de conjuntura, que, em horas, viram poeira midiática. Todavia, esta postura agrada aos verdadeiros donos do poder econômico. Estes detestam qualquer interpretação fora do que acreditam, desejando ficar na obscuridade fantasiosa de seus negócios, muitas vezes, escusos."
(Fonte: extraído do artigo "Economia e a atual crise dos mercados", de Luis Carlos Lopes, em 26/09/2008)

O renomado economista Joseph Stiglitz, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2001, volta a exercitar sua lucidez nesta passagem:

"O programa da globalização esteve estreitamente ligado aos fundamentalistas do mercado: a ideologia dos mercados livres e da liberalização financeira. Nesta crise, observamos que as instituições mais baseadas no mercado da economia mais baseada no mercado vieram abaixo e correram a pedir a ajuda do Estado. Todo mundo dirá agora que este é o final do fundamentalismo de mercado. Neste sentido, a crise de Wall Street é para o fundamentalismo de mercado o que a queda do Muro de Berlim foi para o comunismo: ela diz ao mundo que este modo de organização econômica é insustentável. Em resumo, dizem todos, esse modelo não funciona. Este momento assinala que as declarações do mercado financeiro em defesa da liberalização eram falsas."
(Fonte: extraído de entrevista dada ao El País, em 25/09/2008, e traduzida por Marco Aurélio Weissheimer)

Ambas as citações estão publicadas na Agência Carta Maior (www.cartamaior.com.br)

1 comentários:

João disse...

Pablo,

E ontem numa pequena reportagem a especialistas Norte Americanos de economia,dizia-se que em parte da culpa é também de presidentes bancários que deixaram-se governar por "génios" matemáticos e contabilísticos das suas empresas.
Estes jovens arrogantes dos seus conhecimentos mas pouca maturidade e profundidade de tempo.
Eles,especialistas na entrevista,no fundo diziam que há não só irresponsabilidade da ganancia lucrativa,mas pode-se considerar Crime o que aconteceu...

Muitos defeitos humanos estão por detrás desta crise,ela não é somente especulativa numa economia desestruturada e impreparada para a realidade,mas houve essa especulação ideológica que afundou a casa dos nossos "sonhos".

Abraço amigo,
joao